quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

MERCADO DE TRABALHO PARA SURDOS...



PESQUISA:

- Relacione quais os cargos/profissões ocupados pelos surdos, no mercado de trabalho em sua cidade.

Muitos surdos hoje trabalham na área de produção de empresas automotivas como a Renault, Electrolux, e de outros gêneros como a Kraft, etc. Alguns surdos que tem mais formação (a maioria em pedagogia, na área de educação) trabalham em escolas, mas na maioria das vezes não como professor e sim como instrutor. Tem momentos com os alunos surdos, mas acaba na maior parte das vezes ajudando os professores ouvintes nas atividades.

Muitas empresas adotam filosofia de implantar a contratação dos deficientes para trabalharem na área de produção permanente, mesmo que eles que não tenham oportunidade de crescer na carreira. Isto, eles não tem alternativa de escolher as oportunidades do emprego, acabam aceitando, justamente por eles terem a tendência da oferta de salário e saem prejudicados como vida profissional.

- Das profissões relacionadas, identifique quantas e quais são as exercidas por mulheres e por homens?

Existem mais professores surdos / instrutores surdos mulheres trabalhando em escolas, mas também ha homens.

Nas fábricas, quando é área de produção a maioria é homem, por causa do trabalho que é mais pesado e repetitivo. Dependendo da área da produção as mulheres são maioria, pois tem trabalhos mais manuais, delicados e que elas têm mais paciência.

- O que você pensa sobre os dados encontrados na pergunta anterior?

Muitos surdos não têm oportunidade de se especializar, não tem incentivo da família para estudar, se formar e atuar como profissionais e também muitos surdos freqüentam o curso de graduação que encontram dificuldade para ter permanentemente, em sala de aula, um interprete de Libras e acabam abandonando o curso por falta de interprete das universidades, pois para contratar interprete precisa passar uma questão burocrática. O Decreto n.º 5.626 de 2005, que regulamenta a Lei Federal n.º 10.436 de 2002, diz que todas as instituições de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas o acesso (intérprete de Libras) a todas as modalidades de educação. “A lei de inclusão é de 1996. Em 2005 um decreto regulamentou o direito dos alunos. Mesmo assim, percebemos que as escolas e universidades ainda não estão preparadas para recebê-los”

Com isso reforça o que vimos no texto base da disciplina aonde muitos instrutores e surdos formados (principalmente na área de educação, formados em pedagogia), acabam não atuando como professor/docente, dando aula e acabam como auxiliares dos professores ouvintes, muitas vezes tem capacidade, mas acabam aceitando essa proposta para ter um emprego.

Alguns trabalham apenas como instrutores, dando aulas de libras em empresas, dando cursos em escolas e etc, mas na maioria tem algum lugar fixo (por exemplo, uma escola) e o curso de libras entra como renda extra. Na realidade o correto seria, se o surdo tem a formação, tem que exercê-la dando aula, praticando.

Alguns surdos tem que trabalhar em fábricas, na área de produção, pois não tem formação. A maioria apenas termina o ensino médio.

É difícil pensar que profissionais formados não exercem a profissão corretamente, as quais se dedicaram e estudaram apenas porque são surdos. Isso não os faz menos capaz.

É difícil também pensar que os donos de empresas acreditam que os surdos só podem trabalhar na área de produção. O surdo tem sim capacidade para exercer funções administrativas, etc.

- Em sua cidade, como a comunidade surda enfrenta as dificuldades para ingressar no mercado de trabalho?

Existem lugares especializados, como por exemplo, a UNILEHU, que é um local no qual o surdo tem acesso a fazer um curso profissionalizante para depois entrar no mercado de trabalho. Muitos surdos não conhecem, tinha que ser mais bem divulgado.

- Grau de escolaridade dos surdos de sua comunidade;

Existem surdos (principalmente os mais velhos) que não concluíram o segundo grau, outros que possuem formação, mas que não fazem faculdade. Têm surdos cursando faculdade, poucos cursando pós, e outros que tem atraso de linguagem e que ficam anos na mesma série.

Análise Critica

A partir das pesquisas que fizemos, e das discussões com o grupo e com os colegas no pólo percebemos vários aspectos importantes e que tem que ser debatidos. Percebemos que os surdos acabam se formando nível superior e procuram empregos melhores, empregos que eles “sonham”, mandam currículos para recursos humanos de várias empresas – e estas, mesmo sabendo que os surdos são universitários, ou que já possuem graduação – indicam os surdos para trabalhar sempre como auxiliar, e nunca em cargo efetivo em que possa crescer dentro da empresa, fazendo careira. Alguns surdos acabam aceitando essa condição e mesmo depois de formados continuam a trabalhar como auxiliar de produção, como auxiliar dentro de escolas de surdos, ou de escolas com inclusão.

Com essas discussões, acreditamos que é preciso incentivar os surdos a lutar contra esse pré conceito que as empresas têm do surdo, achando que ele não pode assumir uma função sozinho, e todas as responsabilidades que vem junto com ela. Os surdos têm sim capacidade de trabalhar em cargos melhores, de desenvolver as funções como qualquer ouvinte, assumir responsabilidades dentro de seus conhecimentos (aprendidos dentro da faculdade, por exemplo) e as empresas precisam ter consciência disso. É preciso mais divulgação sobre a cultura surda para acabar com esses mitos.


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