Cabral deu ordem de reunir todo o mundo e combinou com seus
capitães a melhor forma de pôr os pés no território novo. No dia 23, o
comandante Nicolau Coelho desceu à terra. Era o primeiro português em chão
brasileiro. Na praia, junto à embocadura de um rio (creio que seja igual uma
curva fechada), havia gente a esperá –lo, eram os indígenas, habitantes daqueles confins (lugar
distante) e que a Europa desconhecia. Não houve luta: a amizade marcou o primeiro contato.
Quando Nicolau
Coelho estava chegando à praia, já havia um comitê de recepção formado, indo ao
seu encontro. Inicialmente informaria Caminha “vinham todos rijamente ao batel”
(os barcos aportados na praia), arcos erguidos por via das dúvidas. Mas, a um
sinal do capitão português baixaram as armas. Assim começaram num clima de paz,
amizade e curiosidade mútua. (ambas as partes) – as relações entre indígenas e
portugueses. E houve troca de brindes: os índios ganharam barretes vermelhos
(tipo de chapéu sem aba feito de feltro e com miçangas penduradas), roupas de
linho, sombrinhas pretas e facas; os portugueses receberam cocares de penas
vermelha e pardas, colares de contas brancas e miúdas. Tudo ficou por isso
mesmo nesse primeiro encontro, porque o mar encrespado (mar bravo, ondas
altas), obrigou a expedição a buscar outra pousada.
Na manhã de 24 , a frota começa a seguir mais para o norte,
em busca de um lugar protegido, onde fosse possível arranjar água e lenha.
Abrigados, dias
depois, num porto bom e seguro, os portugueses retomaram os contatos culturais
com os nativos: o piloto Afonso Lopes vai à praia e faz o primeiro convite. Mudo,
porque ainda era cedo para um aprender a língua do outro, convite aceito, dois
índios sobem a bordo. O espanto é recíproco (ambas as partes), os europeus fica
boquiabertos ao verem que seus hóspedes tem o lábio inferior perfurado com um
osso; os indígenas ao se defrontarem (ficarem frente a frente) com Cabral, majestosamente
sentado como um bom fidalgo luso (nobre português) e usando ao peito um colar
de ouro. Assustaram-se também com uma galinha e não se comportaram muito bem,
pelo menos segundo as regras da etiqueta ocidental: receberam comida e vinho,
provaram ambos e sem nenhuma cerimônia jogaram – nos fora.
Conversa vai e conversa vem – por gestos naturalmente – dão a
entender que existe ouro e prata no continente. Pelo menos, menos foi isso que
os portugueses pensaram ou gostaram de entender. De qualquer maneira, era muita
emoção junta e os nativos ficaram cansados. Sem medo, deitaram –se e
adormeceram, ou nas palavras de caminha “ estiraram –se de costas, na alcatifa,
a dormir (deitaram esticados no chão e dormiram).
A possibilidade da existência de ouro era um bom motivo para
continuar os contatos com os indígenas, mesmo que as informações não fossem verdadeira.
E a julgar pela carta de Caminha a D. Manuel, os portugueses não deram muito
crédito à estória. O escrivão só fala da terra como muito chã e formosa, diz
que seus ares são muito bons, frios e temperados como os dentre Douro e Minho
(é o nosso clima tropical), mas acha que a terra poderia apenas servir de
escala (paradas) para as navegações de Calecute. E sugere tão – somente que seu
rei se resolva a “salvar essa gente” (os índios) para salvar a nossa fé.
Descobri o significado de chã (chã
= sã e saudável. Ou chã = terra).
Dia seguinte, dia de trabalho,
Cabral devolve os índios à terra acompanhados pelo infatigável (que não se
cansa) Coelho e mais alguns homens para que vissem como era a vida entre os homens de Vera
Cruz. Os indígenas deixaram o navio com camisas novas, muitas contas e sininhos
e carapaças: Cabral tivera o cuidado de presenteá –los , certo que a
generosidade, certo que causaria boa impressão entre os demais membros da
tribo. Ideia correta: outros índios se aproximaram dos portugueses e puseram-se
de boa vontade a colaborar no serviço de fornecimento de água potável às
embarcações.
Domingo, 26. Frei Henrique de
Coimbra reza a primeira missa em território brasileiro. Dia 1º de maio, nova
missa – cerimônia de posse – em frente a uma grande cruz que Cabral manda
implantar, para servir de marco da soberania portuguesa.
O ambienta cordial continua até a
partida da expedição. Os europeus acharam os nativo as gente de tal inocência,
que, se nos entendessem, seriam logo cristãos, porque não tem segundo parece,
nenhuma crença, conforme a reportagem de Caminha.
Dando os trâmites por findos,
Cabral decide prosseguir viagem, com menos um navio , outro navio volta a
Lisboa sob o comando de Gaspar de Lemos,
a fim de levar ao rei a notícia da descoberta. O resto da expedição, com Pedro
Alvares Cabral, segue seu caminho rumo às Índias.
Nem os navegantes nem o rei
puderam ter ideia exata do grande mundo novo descoberto. Tanto assim, que por
muitos anos deixarão o país como possessão secundária: dela extraiam madeiras e
alguns outros produtos. Só depois de algum tempo - e diante do interesse concorrente de outras
nações – e que resolveram implantar uma colonização definitiva, baseada
sobretudo na agricultura da cana do açúcar.
Essa atividade gerou o primeiro grande
núcleo de povoamento entre nós, no litoral nordeste, em terras de Pernambuco.
Aquele mundo cor de rosa
terminaria com a colonização. Os portugueses precisavam de mão – de – obra e passaram
a escravizar os indígenas; acabaram –se a paz e a amizade, começou o
tempo de guerra. Ainda assim, no território brasileiro as lutas não tiveram
características de crueldade organizada, como ocorreu nas regiões conquistadas
pelas expedições espanholas.
Atividades:
1º Quem foi a primeira pessoa a
descer em solo brasileiro?
2º Com foi a recepção para os
portugueses?
3º Dia 24, o que os portugueses
procuravam?
4º Qual era forma de
comunicação entre os indígenas e portugueses?
5º O que espantou os portugueses,
quando os indígenas subiram no navio?
6º E o que assustou os índios?
7º O que foi comemorado no dia 1º
de maio.
Boa leitura! E boa atividade.
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