domingo, 27 de março de 2016

Imperialismo britânico e francês


"Deus deve amar os homens medíocres, pois fez vários deles."

Abraham Lincoln


Imperialismo


Diferenças entre Colonialismo e Imperialismo

Colonialismo: as grandes potências européias no séc. XV e XVI eram portuguesa e espanhola, a política econômica era o mercantilismo: Pacto Colonial e o Eixo colonizador da América.



Imperialismo: as grandes potências européias a partir da 2ª metade do séc. XIX eram a francesa e inglesa, a política era o liberalismo econômico: Revolução Industrial e os Eixos colonizadores na Ásia e África. Tudo isso se concretizaria de fato com a Conferência de Berlim em 1855.





Dominações Inglesa e Francesa na Ásia e África.

Inglesa: África e Índia

►A Companhia Inglesa das Índias Orientais foi fundada em 1600 e iniciou, desde 1757, a colonização de partes da Índia, aproximadamente em 1858, após derrotar uma confederação sique no Panjabe em 1849, a coroa britânica assumira o controle político de virtualmente todo o subcontinente. Tropas indianas no exército britânico desempenhariam um papel vital em ambas as guerras mundiais. A resistência não-violenta ao colonialismo britânico, chefiada por Mahatma Gandhi, Vallabhbhai Patel e Jawaharlal Nehru, levou à independência frente ao Reino Unido em 1947. A Inglaterra passou a negociar na Índia diretamente com os governos locais: Marajão, enfraquecendo o governo central e a economia local, provocando a Revolta Nacionalista dos Cipáios, que foi vencida pelos ingleses.



Inglesa: Ásia e China


► A Inglaterra comprava em larga escala o chá da China mas não tinha produtos para vender na mesma proporção passando a industrializar o ópio, provocando a Guerra do Ópio, que foi vencida pelos ingleses e que impuseram a China o Tratado de Nanquim, exigindo a abertura de 5 portos chineses e o domínio da ilha de Hong Kong por 100 anos.


Inglesa: África

► A Inglaterra dominou o continente africano inicialmente pelas regiões do Egito e África do Sul através da Conferência de Berlim (1884-1885) que legitimaria a anexação de todos os territórios ao longo desse corredor africano: Egito, Sudão, Quénia, Rodésia, Transvaal, etc.


Francesa: Ásia

► A maior dominação do continente asiático foi na Península da Indochina – Vietnã. Na segunda metade do século XIX, o Sudeste asiático foi reduzido à condição de colônia francesa; em 1859 após 57 anos de lutas a França conseguiu dominar as cidades de Saigon e Tourane. Pouco tempo depois valendo-se da rivalidade entre os governos do Camboja e do Sião o império colonialista francês converteu o Camboja em seu protetorado (1863).
Com o avanço das fronteiras coloniais francesas para o oeste, a Inglaterra impôs sua autoridade à Birmânia (1886).


Francesa: África

► As maiores dominações do continente africano foram em Marrocos, Argélia, Camarões, Congo e Senegal. A ocupação francesa na África ocorreu inicialmente no Senegal onde seriam os primeiros a estabelecerem seus entrepostos em 1624, sendo que não formaram verdadeiras colônias até ao século XIX, limitando-se a traficar escravos para as suas colonias das Caraíbas. No Oceano Índico, os franceses colonizaram a ilha Reunião em 1664, a ilha Maurícia em 1718 as ilhas Seychelles em 1756. Durante o reinado de Napoleão o Egito foi também conquistado por um breve período, mas a dominação francesa nunca se estendeu para além da área imediatamente à volta do Nilo. O verdadeiro interesse da França por África manifestou-se em 1830 com a invasão da Argélia e o estabelecimento de um protetorado na Tunísia em 1881. Entretanto, expandiram-se para o interior e para sul formando em 1880 a colonia do Sudão francês, atual Mali e nos anos que se seguiram ocupariam grande parte do Norte de África, África ocidental e central. Em 1912, os franceses obrigaram o sultão de Marrocos a assinar o Tratado de Fez, tornando-se outro protetorado.

Agradecimentos: http://ahistoriapresente.blogspot.com.br/2010/06/imperialismo.html



segunda-feira, 21 de março de 2016

Agradecimentos.

Quero deixar claro que todos assuntos são de caráter didático. E também expresso aqui todo meu agradecimento aos blogs e sites e links, e dos colegas professores que contribuíram para esse trabalho de pesquisa para os meus alunos.

Meus sinceros agradecimentos.
Precisando de algo que esteja no meu blog, fique a vontade para pesquisar. percebam que todos tem seus créditos. Obrigada. Profª Rosí.

Caros alunos a pesquisa continua amanhã.

As Unificações e o Imperialismo no Século XIX

No final do século XVIII e início do XIX, no contexto da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte procurou difundir os ideais da revolução por toda a Europa. Para isso, Napoleão conquistou países na Europa. Senhor do continente, Napoleão disseminava pelos países conquistados os ideais liberais franceses.

Contudo, os países europeus entraram em confronto direto contra Napoleão e a França, principalmente a Inglaterra, que via na França uma possível rival no continente ao seu poderio militar e industrial.

Em 1813, Napoleão fora derrotado por uma coligação de países europeus (Inglaterra, Prússia, Áustria e Rússia). Após a derrota de Napoleão, as grandes potências européias - Áustria, Inglaterra, Rússia, Prússia e a França restaurada - reuniram-se em Viena (Áustria), numa convenção internacional a fim de restabelecer a situação política européia anterior à Revolução Francesa. Foi o Congresso de Viena, que buscou restaurar a monarquia nos países europeus conquistados por Napoleão e reinstalar a aristocracia no poder. Paralelamente, propunha também restabelecer as fronteiras nacionais na Europa neste mesmo período.

A Unificação Italiana

Imbuída de forte sentimento nacionalista despertado pelas divisões impostas pelo Congresso de Viena, que ocorrera após a derrota de Napoleão Bonaparte para a redefinição territorial européia, a Itália, aceleraria sua política de unificação no século XIX.

Duas correntes se destacaram nas lutas de 1848: os republicanos, liderados por Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi, e os monarquistas, liderados pelo conde Camilo Cavour. Os últimos tomaram a liderança das lutas pela unificação a partir do reino do Piemonte-Sardenha, Estado italiano independente, industrializado e progressista, governado por Vítor Emanuel II.

Em 1860, os “camisas vermelhas” de Garibaldi – forças populares republicanas –, conquistaram os Estados Pontifícios, libertaram a Sicília e o sul da Itália, governados pelo monarca absolutista da família Bourbon, Francisco II.



Com a ajuda de Napoleão III, o Piemonte anexou vários territórios italianos ao norte que estavam sob tutela dos austríacos. Em 1870, durante a Guerra Franco-Prussiana, quando a França abandonou Roma para enfrentar os alemães, as forças de unificação invadiram Roma, transformando-a na capital italiana. Em 1871, Vitor Emanuel, transferiria-se para Roma completando o processo de unificação.

A mensagem do rei Vitor Emanuel ao Parlamento
“Senadores e Deputados, Senhores:
A tarefa a que consagramos nossa vida está terminada. Depois de longos sofrimentos de expiação a Itália se restaurou, bem como Roma. Aqui, onde nosso povo, depois de séculos de separação, encontra-se pela primeira vez reunido na pessoa de seus representantes; aqui, onde reconhecemos a mãe-pátria de nossos sonhos, tudo nos fala de grandeza; mas, ao mesmo tempo, lembra-nos nossos deveres.
(...)
Um brilhante futuro se abre diante de nós. Cabe-nos corresponder às bênçãos da Providência, mostrando-nos dignos de levar entre as nações os gloriosos nomes de Itália e Roma.”
(Vítor Emanuel e a Unificação da Itália. In: RIBEIRO, Pedro. Grande História Universal. Rio de Janeiro: Bloch Editores S.A., 1973. fasc 34.)

A Unificação Alemã

Até meados do século XIX, a Alemanha não compreendia uma nação unificada. O território da atual Alemanha era composta por 39 Estados soberanos, tendo na liderança o império Austríaco, que se contrapunha à Prússia, mais desenvolvida comercial e industrialmente.

O Congresso de Viena formou no que hoje compreende a atual Alemanha a Confederação Germânica (Deutscher Bund).

Hegel (1770-1831), a filosofia alemã e a nação

“(...) o espírito de um povo [volkgeist]: é um espírito de características muito bem definidas, que se constrói em um mundo objetivo. Este mundo existe e permanece em sua religião, seu culto, seus costumes, sua constituição e suas leis políticas em toda a esfera de suas instituições, seus acontecimentos e seus feitos. Esta é o seu trabalho: um povo, é isso que é uma nação! Os povos são o que são os seus feitos. (...) A função do indivíduo é apossar-se de sua existência material, tornando-a parte de seu caráter e de sua capacidade, fazendo com que dessa maneira ele tenha um lugar no mundo. Ele descobre a existência do povo a que pertence como um mundo já estabelecido, um mundo estável, a que deve adaptar-se.”
(HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. O curso da história do mundo: A dialética dos princípios nacionais. In: HARTMAN, Robert S. (org.). A razão na história. São Paulo: Editora Moraes Ltda, 1990. p. 125.)

O passo fundamental para a unidade alemã foi a criação do Zollverein (1834) – união alfandegária –, que derrubou as barreiras aduaneiras entre os Estados alemães, proporcionando uma união econômica dinamizando o capitalismo alemão.


O hino nacional da Alemanha foi escrito pelo poeta August Heinrich von Fallersleben, em 1841, no contexto da luta pela unificação alemã e, desta forma, reflete muito bem as aspirações de unidade nacional dos alemães.

Deutschland, Deutschland über alles, Über alles in der Welt
(Alemanha, Alemanha sobre tudo, Sobre tudo no mundo)

Unidade e Justiça e Liberdade
à Pátria Alemã!
Procuremos, irmanados,
alcançá-las com afã!
Unidade e Justiça e Liberdade
são o penhor da felicidade.
Floresce, no esplendor desta felicidade,
Floresce, ó Pátria Alemã!

A Prússia iniciou a partir de 1860 a aplicação de um plano de modernização militar sustentado pela aliança entre a alta burguesia com os grandes proprietários e aristocratas – os junkers.

Tendo à frente o chanceler Otto Von Bismarck, a Prússia visava exaltar o espírito nacionalista alemão através de sua participação em guerras. A primeira delas foi a Guerra dos Ducados contra a Dinamarca (1864), onde a Prússia lutou para anexar os ducados de Schleswig e de Holstein de população alemã, até então pertencente à Dinamarca.




Os Estados do norte reorganizaram-se na Confederação Germânica do Norte sob a liderança do kaiser Guilherme I Hohenzolern, de quem Bismarck era ministro. Outro empecilho à unificação completa da Alemanha era Napoleão III, que se opunha à emergência de uma grande potência nas fronteiras da França.

Bismarck forjou então um estado de guerra entre França e Prússia, alterando o texto de um despacho de Guilherme I ao embaixador da frança, tomado como um insulto à França; foi a causa imediata da declaração de guerra de Napoleão III.

Esta foi a Guerra Franco-Prussiana, vencida pela Prússia, o que possibilitou a criação do Segundo Reich (Império) alemão, completando o processo de unificação alemão.

com a unificação, a Alemanha cresceu vertiginosamene, a ponto de, em 1900, superar a Inglaterra na produção de aço. O desenvolvimento industrial alemão colocou em risco a hegemonia britânica mundial, causando sucessivos atritos. A Alemanha logo exigiu uma revisão colonial no mundo. Era a era dos Impérios.

O Imperialismo no Século XIX

Na segunda metade do século XIX, intensificou-se o processo de expansão imperialista que se estenderia até o início do século XX. Esse processo levou à partilha dos continentes africano e asiático.

O neocolonialismo, por sua vez, necessitava de mercados consumidores de manufaturados e fornecedores de matérias-primas, além de as grandes potências buscarem colônias para a colocação de seu excedente populacional.

A política colonizadora imperialista fundamentou-se na “diplomacia do canhão”, ou seja, foi conseguida pela força. Também havia um ideal justificador: os dominadores eram portadores de uma “missão civilizadora, humanitária e cultural”. Isto, fruto dos preconceitos do homem ocidental, fundamentados nas idéias de superioridade do homem branco.

A forma de dominação era realizada pela administração direta, com a ocupação dos colonizadores dos principais cargos dos governos dos países dominados por agentes metropolitanos, ou indireta, por meio de alianças com as elites locais.

As disputas entre potências por áreas coloniais agravaram conflitos e estimularam o armamentismo, o que levou à formação de blocos de países rivais, que criaria a conjuntura da Primeira Guerra Mundial (1914).

A partilha da África se deu através na Conferência de Berlim (1884), da qual participaram quatorze países europeus, Estados Unidos e a Rússia.


A França dominava a Argélia, Tunísia, o Marrocos, o Sudão, a ilha de Madagascar e a Somália francesa. A Inglaterra, ficaria com boa parte do sul da África. A Alemanha conquistou o Camerun (atual República dos Camarões), O Togo e o sudeste da África. A Itália tomou o litoral da Líbia e territórios da Somália. A Bélgica tomou o Congo.


Neocolonialismo. Ingleses em esfinge no Egito, marca domínio inglês na África, século XIX.

As nações européias impuseram seu domínio direto também à Ásia e à Oceania. Em relação à Índia, os portugueses foram os primeiros europeus a chegar neste país, com Vasco da Gama em 1498. Contudo o predomínio sobre a região coube à Inglaterra, que se apossou definitivamente da Índia em 1763.


Neocolonialismo. Ingles le cartas servido por indianos, início do século XX.

A presença inglesa despertou o nacionalismo indiano, que culminou na Guerra dos Cipaios (soldados indianos), em 1857. Os revoltosos foram sufocados em 1859 e a Índia passou a ser colônia britânica.

No Japão, os primeiros europeus a chegar a este país foram os portugueses, em 1542, seguidos pelos espanhóis, organizando diversas missões jesuíticas de catequização na região. A partir de 1648, o Japão fecha seus portos aos estrangeiros e se isola do restante do mundo.

Em 1854, os Estados Unidos forçou a abertura dos portos japonesa ao comércio mundial sob ameaças militares, iniciando acordos comerciais entre Estados Unidos e Europa com os japoneses. A abertura comercial japonesa provocou o inicio da europeização do país.

Na China, a penetração dominadora da Europa, Estados Unidos e do Japão realizou-se através de diversas guerras, dentre elas a Guerra do Ópio (1841).

Os ingleses produziam a droga do ópio em abundancia na Índia, forçaram um mercado consumidor na China, disseminando o vício entre os chineses.

Em 1839, as autoridades chinesas jogaram 20 mil caixas de ópio ao mar. A Inglaterra exigiu indenização, como esta não foi paga, declarou guerra à China, iniciando a Guerra do Ópio. Em 1842, derrotada, a China assinou o Tratado de Nanquim, abrindo seus portos ao livre comércio e entregando a ilha de Hong Kong à Inglaterra (esta devolvida à China somente em 1997).

Houve ainda na China a Guerra dos Boxers (1900). Os “punhos fechados” ou boxers eram chineses nacionalistas radicais que objetivavam libertar o país. Em 1900, rebelaram-se, matando mais de duzentos estrangeiros. Uma força expedicionária internacional, composta por ingleses, franceses, alemães, russos, japoneses e norte-americanos, invadiu a China, subjugando o país às potências imperialistas.

Nações e nacionalismo

Na recente Enciclopédia Brasileira Mérito, a nação é “a comunidade de cidadãos de um Estado, vivendo sob o mesmo regime ou governo e tendo uma comunhão de interesses; a coletividade de habitantes de um território com tradições, aspirações e interesses comuns, subordinadas a um poder central que se encarrega de manter a unidade do grupo; o povo de um Estado, excluindo o poder governamental.”

Como em outros lugares, a palavra desenvolveu-se para descrever grandes grupos fechados, como guildas e outras corporações, que necessitavam ser diferenciados de outros com os quais coexistiam: daí as “nações” aparecerem como sinônimo de estrangeiro.

O significado fundamental de “nação”, e também o mais freqüentemente ventilado na literatura, era político. Equalizava “o povo” e o Estado à maneira das revoluções francesa e americana, uma equalização que soa familiar em expressões como “Estado-Nação”, “Nações-Unidas”...

A equação nação = Estado = povo e, especialmente, povo soberano, vinculou indubitavelmente a nação ao território, pois a estrutura e a definição dos Estados eram agora essencialmente territoriais. Implicava também uma multiplicidade de Estados-nações assim constituídos, e de fato isso era uma conseqüência da autodeterminação popular.

(HOBSBAWM, Eric. A nação como novidade: da revolução ao liberalismo. In: Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. pp. 27-32.)

Movimento das nacionalidades

O movimento das nacionalidades supõe ao mesmo tempo a existência de nacionalidades e o despertar do sentimento de que se faz parte dessas nacionalidades.

O movimento das nacionalidades no século XIX foi em parte obra de intelectuais, graças ao escritores que contribuem para o renascer do sentimento nacional; graças aos lingüistas, filólogos e gramáticos, que reconstituem as línguas nacionais; graças aos historiadores, que procuram encontrar o passado esquecido da nacionalidade...

Com efeito, os interesses entram em ação quando, por exemplo, o desenvolvimento da economia apela para o excesso dos particularismos, para a realização da unidade. É assim que devemos encarar o lugar do Zollverein na unificação alemã. Na Itália, é a burguesia comerciante ou industrial que deseja a unificação do país, pois vê nessa idéia a possibilidade de um mercado maior e de um nível devida mais elevado.

Política e economia interferem estreitamente, e é justamente essa interação que constitui a força de atração da idéia nacional pois, dirigindo-se ao homem em sua integridade, ela pode mobilizar todas as faculdades a serviço de uma grande obra a ser realizada, de um projeto capaz de despertar energias e de inflamar os espírito.

Para a Itália e a Alemanha, o século XIX é o século de sua futura unidade.

(RÉMOND, René. O Século XIX – 1815-1914. São Paulo: Cultrix, 1976, v. 2. pp. 149-152.)

Imperialismo

O Usurpador

É impossível, finalmente, que não verifique a ilegitimidade constante de sua situação. Ilegitimidade que, além disso, é de certa maneira dupla. Estrangeiro, chegado a um país pelos acasos da história, conseguiu não apenas um lugar, mas tornar o do habitante, e outorgar-se privilégios surpreendentes em detrimento dos que eles tinham direito. E isso, não em virtude das leis locais, que legitimam de certo modo a desigualdade pela tradição, mas subvertendo normas vigentes e substituindo-as pelas suas.

Revela-se assim duplamente injusto: é um privilegiado e um privilegiado não legitimo, quer dizer, um usurpador. E, finalmente, não apenas aos olhos do colonizado, mas aos seus próprios olhos. (...) Sabe também que os colonizados mais favorecidos serão sempre colonizados, isto é, que certos direitos serão eternamente recusados, que certas vantagens lhes serão estritamente reservadas. Em resumo, a seus olhos como aos olhos de sua vítima, sabe-se usurpador: é preciso que se acomode com esses olhares e com tal situação.

O Colonizado

O que é verdadeiramente o colonizado importa pouco ao colonizador. Longe de querer apreender o colonizado na sua realidade, preocupa-se em submetê-lo a essa indispensável transformação.

Consiste, inicialmente, em uma série de negações. O colonizado não é isso, não é aquilo. Jamais é considerado positivamente; ou se o é, a qualidade concedida procede de uma lacuna psicológica ou ética.

Assim, se destroem, uma após outra, todas as qualidades que fazem do colonizado um homem. E a humanidade do colonizado, recusada pelo colonizador, torna-se para ele, com efeito, opaca.

Outro sinal dessa despersonalização do colonizado: o que se poderia chamar a marca do plural. O colonizado jamais é caracterizado de maneira diferencial: só tem direito ao afogamento no coletivo anônimo (“Eles são isso... Eles são todos os mesmos”).

Enfim, o colonizador nega ao colonizado o direito mais precioso reconhecido à maioria dos homens: a liberdade. As condições de vida, dadas ao colonizado pela colonização, não a levam em conta, nem mesmo a supõem. O colonizado não dispõe de saída alguma para deixar seu estado de infelicidade: nem jurídica (a naturalização) nem mística (a conversão religiosa): o colonizado não é livre de escolher-se colonizado ou não colonizado.

(MEMMI, Albert. Retrato do Colonizado Precedido pelo Retrato do Colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. pp. 21-26 e 80-83.
Agradecimentos: Prof. Leonardo Castro.
http://novahistorianet.blogspot.com.br/2009/01/as-unificaes-e-o-imperialismo-no-sculo.html







Imperialismo alemão.



A Alemanha só passou a administrar colônias na África - o Tanganica e o Sudoeste Africano Alemão, actual Namíbia - a seguir à Conferência de Berlim e perdeu-as com a sua derrota na Primeira Guerra Mundial.

Após ter engrandecido suficientemente a Prússia, o "Chanceler de Ferro", nome por que era conhecido Otto von Bismarck, trabalhou para a paz. Destaca-se, neste aspecto, a assinatura de uma série de alianças com o objectivo de proteger a Alemanha de possíveis agressões. Na Conferência de Berlim (1878), Bismarck mediou um acordo nos Balcãs, onde vários grupos eslavos procuravam retirar vantagens do decadente Império Otomano.

Em larga medida para satisfazer as aspirações da classe comercial germânica, autorizou a compra, por parte da Alemanha, de colónias em África e no Pacífico. Por esta altura, a economia alemã estava em plena expansão e voltava o seu olhar para o mundo. No entanto, a Alemanha chegou tarde ao grupo das potências coloniais e, por isso, também tarde apresentou as suas pretensões. Por distribuir só restavam desertos, territórios impenetráveis cobertos de grandes florestas virgens com poucos recursos naturais e ilhas demasiado distantes e pequenas.

Em 1882, nasceu a Associação Colonial Alemã. O Reich assumiu em 1883 a protecção da zona do Sudoeste Africano. O negociante de Bremen Ludertiz comprara ali terrenos no ano anterior. Em seguida, o viajante e explorador Gustav Nachtigal conseguiu para o Reich, em 1884, os direitos de soberania sobre o Togo (Togolândia) e os Camarões. Por fim, em 1885, fundou-se a Sociedade Alemã Este-Africana, que comprou grandes faixas de terra ao sultão de Zanzibar (Tanganyka). Ruanda e Burundi só foram entregues à Alemanha em 1890, numa conferência em Bruxelas, em troca do Uganda e da ilha de Heligoland. No entanto, as fronteiras desta colônia – que, na altura incluíam também alguns pequenos reinos das margens do Lago Vitória – só foram definidas em 1900.

Nascia, assim, um império colonial alemão: muito disperso, mas bastante vasto e sobretudo inoportuno para as potências coloniais há muito tempo instaladas, como Portugal, Inglaterra e França. Depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações entregou essas colônias à Bélgica, França e ao Reino Unido.




https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20130227110405AAvvvId

História do Império Francês


Os reis franceses se negaram a aceitar a divisão do mundo entre a Espanha e Portugal, definida, em 1491, pelo Tratado de Tordesilhas. O rei Francisco I financiou as viagens de Jacques Cartier, que explorou o rio São Lourenço, no Canadá (1534-1543). Com as últimas missões de Champlain, o referido território converteu-se mais tarde na Nova França. No século XIV, a França possuía o Canadá, as ilhas Maurício e Reunião, no oceano Índico, e algumas feitorias na Índia. Após o Tratado de Paris, perdeu a Louisiana. O Império francês sofreu as conseqüências das Guerras Anglo-francesas, sobretudo no caso do Canadá e da Índia. Com Napoleão III, a França conquistou a Argélia e o Senegal e anexou a Nova Caledônia (1853) e a Cochinchina (1862-1867). A intervenção no México, em 1864, foi um enorme fracasso.


Francisco I foi rei da França entre 1515 e 1547. Patrocinou as viagens de exploração de Jacques Cartier aos territórios que passariam a constituir o Canadá

Não obstante, a expansão colonial francesa concretizou-se após a derrota da França frente a Prússia, na guerra de 1870-1871. Em 1881, a França obrigou o rei de Túnis a aceitar um protetorado francês sobre seu território, devido em grande parte ao crescimento do interesse italiano por Túnis. No Marrocos, era questão de tempo para que os franceses impusessem seu predomínio econômico. Na Conferência de Algecíras (1906), o sul do Marrocos foi reconhecido como área de influência francesa e, em 1912, foi estabelecido o protetorado francês.

A África Equatorial foi explorada por Pierre Savorgnan de Brazza, entre 1875 e 1880, e, em 1910, os territórios de possessão francesa foram agrupados sob a denominação de Federação da África Equatorial Francesa. Algo parecido ocorreu na África Ocidental, onde, após a ocupação da Costa Marfim (1883), Guiné (1896), Benín (1892), Senegal e Chade uniram-se a para formar a Federação da África Ocidental, em 1895. Na Indochina, os franceses concentraram seus esforços em Toquim, lugar que queriam converter em zona de acesso para a China. Ali, em 1884, estabeleceram um protetorado e, em 1893, proclamou-se a União Indochina.

A França desenvolveu uma administração e uma cultura tentando estabelecer uma unidade entre as colônias, mas sem chegar a um acordo sobre a relação que estes territórios deveriam manter com a metrópole. A opinião dos partidos políticos franceses de esquerda, contrários ao colonialismo, permitiu o surgimento de uma opinião que exigia mudanças dentro do Império francês.

Com a Constituição de 1946, o Império francês passou a denominar-se União Francesa, o que exprimia a negação não só de independência, mas também de autogoverno.

A rejeição à União Francesa provocou várias guerras. A primeira ocorreu na Indochina. Em 1945, as forças de resistência indochinas, sob as ordens de Ho Chi Minh, proclamaram sua independência da França. Após a derrota de Dien Bien Phu, Pierre Mendès-France negociou os acordos de Genebra, que deram fim à presença francesa na Indochina.

Em novembro de 1954, começou a guerra da Argélia. Na França, vivia-se um clima de declínio e fracasso, que permitiu o retorno de Charles de Gaulle ao poder, sendo ele o negociador da independência da Argélia.

De Gaulle procurou garantir o controle sobre as colônias africanas e, para tanto, criou a Comunidade Francesa (1958). No entanto, os líderes africanos buscavam a independência e negaram-se a integrá-la. Como aconteceu com Túnis, em 1954, e com o Marrocos, em 1958, as colônias francesas da África Negra conquistaram a independência, na década de 1960.

O que ainda existe do antigo Império francês são a Guiana e as ilhas de Guadalupe, Martinica e Reunião.

IMPERIALISMO ITALIANO. 9A e B.


Enquanto a maioria dos países europeus lançava-se em busca de colônias na África e na Ásia, durante a segunda metade do século XIX, a Itália saia de um agitado processo de unificação de seu território. Por isso, sua preocupação maior era com os seus vários problemas internos e com o seu reconhecimento enquanto nação no exterior.


Um dos graves problemas internos era a sua economia que continuava predominantemente agrícola. Agricultura arcaica, quase sempre extensiva e que proporcionava poucos lucros. A partir de 1880, ocorreu uma baixa nos preços dos produtos agrícolas italianos, ocasionada pela concorrência da África do Norte, França, Rússia e América, o que levou a uma grave crise econômica no país.


Por outro lado, o setor industrial possuía uma produção muito pequena até 1885, quando se iniciou um processo gradual de crescimento. No entanto, a industrialização ficou, por um longo tempo, concentrada no Norte da Península. O Sul, com uma economia problemática, viu sua situação se agravar com os efeitos da pressão demográfica.


Um dos maiores problemas sociais da Itália na segunda metade do século XIX foi o seu aumento populacional. No período entre 1861 e 1900, a população italiana aumentou de 26 milhões para 32 milhões. Esse crescimento demográfico, somado à estagnação da produção agrícola, a crescente concentração de terras nas mãos de poucos proprietários e a distribuição lenta e desigual da industrialização, levaram à emigração em massa. Segundo Zuleika Alvim, entre 1841 e 1940, sete milhões e meio de italianos deixaram definitivamente a pátria, e o quadro ganha maiores proporções se juntarmos a essa cifra 13 milhões de emigrantes temporários que cruzaram a Europa, ou mesmo se dirigiram à América durante o período


“A emigração italiana constituiu, assim, um fenômeno essencial de equilíbrio sócio-econômico. De um lado, porque aliviava a pressão sobre as cidades e a indústria nascente, incapazes de absorver o excedente de mão-de-obra, e, de outro lado, porque, com o dinheiro enviado pelos expatriados aos parentes, afastava-se a possibilidade de uma rebelião social.”


Outro problema foi a permanência de conflitos e contrastes regionais, cujo principal exemplo era o desprezo com o qual os nortistas encaravam os sulistas. Segundo Eric J. Hobsbawm, a Itália representava um caso extremo de divergência entre nacionalismo e nação-estado, visto que não havia precedente histórico posterior à Roma antiga para uma unificação administrativa de toda a área compreendida entre os Alpes e a Sicília. Segundo o autor, no momento da unificação, estimou-se que não mais de 2,5% de seus habitantes falavam a língua italiana no dia-a-dia, o resto falando idiomas tão diferentes que os professores enviados pelo Estado italiano à Sicília, na década de 1860, foram confundidos com ingleses. Deste modo, um dos grandes esforços após se fazer a Itália foi o de se fazer italianos.


Por outro lado, os líderes do “Risorgimento” achavam que a Itália era uma entidade incompleta. De acordo com Henk Wesseling, o novo país“Tinha uma capital imperial, mas nenhum império, e esse império fazia parte do sonho italiano”. Porém, apesar do interesse em conquistar novos territórios, principalmente no Norte da África, devido a sua proximidade e a vocação mediterrânica da península, a Itália não estava em posição de exigir nenhuma colônia, mesmo porque sua preocupação girava em torno da manutenção da ordem interna.


Deste modo, o Tratado de Berlim não teve nada a oferecer para a Itália, apesar de ter afetado profundamente os quadros mentais do país. Segundo Wessinling, a ocupação da Tunísia pelos franceses foi encarada como uma humilhação para os italianos, já que, há muito, a Itália cobiçava a região, sendo que a antiga Cartago havia sido parte do Império Romano. A opinião pública reagiu com violência, mas, em uma guerra contra a França, a Itália certamente sairia derrotada. No entanto, esse fato foi fundamental para a mudança da política externa italiana.


Deixando antigas desavenças de lado, a Itália, para se fortalecer externamente, formou alianças com a Áustria-Hungria e com a Alemanha. A“Tríplice Aliança” de 1882 foi o tratado diplomático mais permanente do período entre 1871 a 1914. Foi fundamental para que reflorescesse as aspirações coloniais do país.


Essas aspirações tinham um duplo sentido. Por um lado, se pensava em transformar a Itália em uma potência e, para que isso acontecesse, seria necessária a construção de um Império. A aquisição de colônias era um símbolo de “status” em si, independente de seu valor. Por outro lado, visava-se diminuir os descontentamentos internos e reforçar os sentimentos nacionais, já que, segundo Hobsbawm, “o império era um excelente aglutinante ideológico”. Buscava-se fortalecer a identificação com o Estado através da ideologia imperial, principalmente tendo em vista o fato de a Itália ter sido o berço de um dos maiores Impérios da história durante a antiguidade. Portanto, o Império era um símbolo de poder necessário para a recente nação italiana, tanto a nível externo quanto interno. Essas idéias encontraram em Francesco Crispi (1818-1901) um esforço no sentido de concretizá-las.


Crispi pensava que o passado glorioso da Itália exigia a posse de colônias. Ao invés de iniciar o expansionismo italiano no Mediterrâneo, voltou seus olhos para o Mar Vermelho e, em 05 de julho de 1882, conseguiu fazer da Baia de Assab a primeira posse colonial italiana. Em 1885, conseguiu anexar Massawa. Iniciou-se, a partir daí, um esforço para unir as duas colônias, objetivo alcançado em 1890. Fundou-se, assim, a colônia de Eritréia.


Em 1887, os italianos receberam de presente do sultão de Zanzibar um protetorado sobre toda a costa leste da África, embrião da Somália italiana. Em 24 de março e 15 de abril de 1891, Itália e Grã-Bretanha assinaram dois tratados onde se delimitavam as respectivas esferas de influência na África Oriental. O objetivo desse tratado, para os britânicos, era afastar o interesse italiano no Nilo. Contudo, a Itália concentrava suas ambições em outra região, a Etiópia.


O fracasso italiano na Etiópia


A Etiópia do século XIX, como a maioria dos países africanos, sofria vários tipos de influência estrangeira. No entanto, um governante de fins do século XIX, Menelik II, tornou-se um hábil diplomata que buscou preservar a autonomia de seu Estado. Nesse sentido, em 1889, assinou, com o italiano Conde Antonelli, o Tratado de Uccialli, que reconhecia a ocupação italiana em Eritréia e assegurava à Etiópia o direito de importar armas de fogo pelo porto de Massauá. Em seu artigo 17, o tratado declarava, segundo o texto em aramaico que, se necessário, o rei etíope usaria os serviços diplomáticos da Itália. O texto em italiano, ao contrário, dizia que o rei era obrigado a usar esses serviços. Com isso, segundo a versão italiana, a Etiópia se tornaria um protetorado da Itália.


Devido ao mal entendido, em 1891, Menelik II enviou uma circular aos governos da Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Rússia, definindo as fronteiras etíopes. Afirmava que não tinha a intenção de assistir de braços cruzados a ação de potências vindas de além mar para dividir a África.


Invocando o artigo 17, em 1895, os italianos invadiram o Tigre, sob o comando do general Baratieri, governador da Eritréia. Em setembro do mesmo ano, Menelik II declarou guerra à Itália. As forças etíopes possuíam cerca de 100 mil homens, dentre os quais 20 mil eram armados apenas de lanças e espadas. As forças italianas, por outro lado, eram constituídas de 18 mil homens, sendo 10 mil europeus.


De início, as forças italianas conseguiram algumas vitórias levantando fortificações e tentando exaurir os inimigos. No entanto, a batalha de Adowa, em 1896, foi decisiva, com uma vitória esmagadora dos exércitos etíopes. Foram mais de 6 mil italianos mortos, 1500 feridos e 1800 presos. Com mais da metade das tropas dizimadas, a Itália teve de pedir paz cinco dias depois. A soberania e a independência da Etiópia tiveram de ser reconhecidas.


A derrota foi para a Itália extremamente vergonhosa. De acordo com Hobsbawm, esse fracasso fez com que os estado italiano buscasse apoio no nacionalismo:


“Realmente, os homens que primeiro adotaram o novo nome de “nacionalistas” foram, não raro, aqueles que se sentiram impelidos à ação política pela experiência da derrota de seus Estados na guerra, tais como Maurice Barrès (1862-1923) e Paul Deroulède (1846-1914), após a vitória alemã sobre a França em 1870-1871, e Enrico Corradini (1865-1931) após a derrota, ainda mais humilhante, da Itália pela Etiópia em 1896.”


Portanto, o espírito nacional deveria servir para diminuir os abalos sofridos no exterior. Neste sentido, ser nacionalista seria amar a Itália mesmo nas situações mais adversas.


O desastre na Etiópia teve um impacto fulminante no otimismo até então crescente da Itália. O grande beneficiário da guerra foi a Grã-Bretanha que, em 12 de março de 1896, iniciou sua reconquista sobre o Sudão com o pretexto de socorrer os italianos.


A política imperialista da Itália até a Primeira Guerra Mundial


Com a desilusão na Etiópia, a Itália passou a desejar estender sua influência sobre o litoral oriental Adriático. Porém, a Áustria-Hungria se apresentou como um considerável obstáculo em tais pretensões. Nesse sentido, iniciou-se uma reaproximação com a França e, com isso, os laços que a ligavam à “Tríplice Aliança” se afrouxaram.


As boas relações diplomáticas com a França, no entanto, não duraram por muito tempo. No início do século XX, a busca de posses no Mediterrâneo levou a Itália a uma guerra contra a Turquia, o que reacendeu a tensão entre Itália e França. Em 1911, a Itália conseguiu invadir a Líbia do Império Otomano.


Por outro lado, a crise nos Balcãs fez com que a tensão entre Áustria e Itália aumentasse ainda mais. Quando a Áustria anexou formalmente a Bósnia-Heszergovirna, o conflito de influências entre as duas potências interessadas na região deixou ainda mais evidente os sinais da desintegração da“Tríplice Aliança”. Em 1915, a Itália declarou guerra aos antigos aliados, após um ano de neutralidade.


Portanto, a política expansionista italiana, no início do século XX, levou o país a confrontos com outras potências, sendo um dos fatores fundamentais para a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial e para a escolha do lado ao qual lutaria. Os interesses nos Bálcãs fizeram com que a“Tríplice Aliança” se desmembrasse, transformando antigos aliados em inimigos declarados.


Conclusão:


A Itália entrou na “Era dos Impérios” tardiamente. Enquanto os demais países europeus já estavam fazendo a divisão do mundo entre si, a Itália tentava resolver os seus problemas internos e se consolidar como nação. No entanto, o pensamento imperialista fazia parte da sociedade italiana, que sempre relembrava o seu passado glorioso como Império Romano.


Quando as idéias imperialistas começaram a tomar uma forma mais concreta, um dos objetivos foi o de se afirmar enquanto potência. Ter um Império seria adquirir um “status” importante para o país recém-unificado, visto que, a idéia de Império no século XIX estava intimamente ligada à idéia de poder. É com esse ideal que se deu a posse das primeiras colônias na África. Como afirma Hobsbawm, “A Itália insistiu em tomar extensões decididamente desinteressadas de desertos e montanhas africanas, no intuito de dar respaldo à sua posição de grande potência (...)”. O valor econômico das colônias era o que menos importava, já que o que estava em jogo era a função simbólica das mesmas.


Ao mesmo tempo, o imperialismo fortalecia um sentimento nacional dentro da península, que ainda se encontrava frágil no período pós-“risorgimento”. A intenção era reduzir os descontentamentos internos através dos laços com a nação recém-criada, laços esses que seriam mais fortes se a Itália fosse um Império.


Contudo, a Itália iniciou seu expansionismo num período em que a África e a Ásia já estavam quase totalmente divididas entre as grandes potências. A Etiópia seria, nesse sentido, uma colônia em potencial, visto que, era um reino independente cercada de possessões européias. Se o início da guerra contra Menelik II tinha o objetivo de engrandecer a nação italiana, a derrota fez com que o efeito fosse inverso. Os italianos tinham tombado diante de povos considerados “primitivos” e “incivilizados”.


No início do século XX, o imperialismo italiano buscou ampliar a influência do país nos Bálcãs, o que levou a embates contra a Áustria. Em 1911, a conquista da Líbia ocorreu em um período de enorme tensão entre as potências. Deste modo, o expansionismo do início do século XX foi determinante para a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial.


Assim, pode-se definir o imperialismo italiano como um imperialismo frágil, se comparado com o das demais potências da Europa. Como foi apresentado, longe de serem grandiosas, as aventuras coloniais da Itália tiveram, na maioria das vezes, conseqüências desastrosas.


Bibliografia:


ALVIM, Zuleika MariaForcione. O Brasil Italiano (1880-1920). IN: FAUSTO, Boris (Org.). Fazer a América: A imigração em massa para a América Latina. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.


BARRSCLOUGH, Geofrey. Introdução à História Contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.


BRUNSCHWIG, Henri. A Partilha da África Negra. São Paulo: Perspectiva, 1993.


FERRO, Marc (Org.). O Livro Negro do Colonialismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.


HOBSBAWM, Eric J.. A Era do Capital (1848-1875). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.


___________________. A Era dos Impérios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.


NERÉ, Jacques. História Contemporânea. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.


OLIVER, Roland. A Experiência Africana: Da Pré-História aos Dias Atuais. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.


RODRIGUES, João Carlos. Pequena História da África Negra. São Paulo: Globo, 1990.


WESSELING, H. L.. Dividir para Dominar: A Partilha da África (1880-1914). Rio de Janeiro: Editora UFRJ – Editora Revan, 1998.



Mestrando em História pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), bolsista Capes/Reuni.


Risorgimento (Ressurgimento) é um nome costumeiramente utilizado para representar a unificação italiana.


Em 1861, o Parlamento Italiano proclamou o Reino da Itália, composto por grande parte do atual território, tendo Vitor Emanuel II como primeiro soberano. Em 1866, aliada à Prússia na guerra contra a Áustria, a Itália adquiriu Veneza. Derrotados os franceses em Sedan, os italianos liderados por Giuseppe Garibaldi entraram em Roma, que foi declarada capital do Reino (1870), ficando consumada a maior parte da unificação italiana, que, no entanto, só se completaria em definitivo em 1929, com o Tratado de Latrão.


ALVIM, Zuleika MariaForcione. O Brasil Italiano (1880-1920). IN: FAUSTO, Boris (Org.). Fazer a América: A imigração em massa para a América Latina. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999, p. 386.


Idem, ibidem.

HOBSBAWM, Eric J.. A Era do Capital (1848-1875). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 134.

WESSELING, H. L.. Dividir para Dominar: A Partilha da África (1880-1914). Rio de Janeiro: Editora UFRJ – Editora Revan, 1998, p. 264. Resultado de um Congresso realizado entre 1884 e 1885 cuja finalidade era organizar a ocupação da África pelas potências coloniais.


HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 106.

RODRIGUES, João Carlos. Pequena História da África Negra. São Paulo: Globo, 1990, p. 148.


HOBSBAWM, Eric J. Op. Cit., (1988), p. 226.

HOBSBAWM, Eric J. Op. Cit., (1988), p. 103.

Agradecimentos: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=357

O IMPERIALISMO NO CONGO BELGA - 9A, 9B.


 "No século 19, o rei Leopoldo II, da Bélgica, recebeu o Congo como sua propriedade privada, pessoal – uma superfície de quase 2,4 milhões de quilômetros quadrados. O Congo foi um grande provedor de borracha. Leopoldo II exigiu de cada pessoa que extraísse uma determinada quantidade de látex. Se essa quantidade não fosse atingida, a pessoa tinha a mão cortada. Com todas as infecções e hemorragias, 10 milhões de congoleses moam. Em 1960, quando o país conquistou a independência, o mesmo governo belga não aceitou a perda das minas de Katanga e deflagra uma guerra de secessão dessa região. O conflito atual A guerra que recomeçou hoje e já dura mais de 10 anos é também pelas riquezas do Congo.

 Não há grupos que queiram controlar o território, não é uma guerra entre tribos, raças, religiões ou mesmo etnias. É uma guerra pelo controle das minas de coltan e de cassiterita, minérios utilizados na fabricação de telefones celulares e nos laptops. Há multinacionais interessadas em obter esses minerais. Classifico-a como uma guerra inútil, porque é possível obter essas matérias-primas sem assassinar e vitimizar mulheres e sem destruir a população local.

 Da maneira como a guerra ocorre, é uma guerra para destruir a comunidade local e criar um espaço em que os grupos armados exploram o coltan e a cassiterita sem controle e os exportam para o mercado mundial. Mais de 5 milhões de congoleses foram mortos, mulheres foram estupradas e mutiladas diante de seus maridos e filhos. Há mais de 2 milhões de deslocados. As mulheres As mulheres são as principais vítimas da guerra porque a violação, a mutilação e a destruição do aparelho genital delas são utilizadas como uma estratégia de guerra. É uma estratégia porque é utilizada de forma deliberada. Destruir o aparelho genital das mulheres, que são o pilar da família, sem matá-las, diante dos maridos, dos filhos e dos vizinhos, é uma forma de destruí-las não apenas fisicamente, mas também psicologicamente, e a seus maridos e filhos. É uma maneira de destruir o tecido social, de destruir todos os valores, de desorganizar uma sociedade que já não era tão organizada.” Médico congolês Denis Mukwege


Agradecimentos: http://interprofsliceu.blogspot.com.br/2012/02/o-imperialismo-no-congo-belga.html

Os índios e as doenças contagiosas - Para os 2º anos.

Isolados durante milhares de anos, os indígenas não desenvolveram imunidade diante de vírus e bactérias originários de outros continentes. Apesar de seu habitat não ser destituído de uma grande variedade de moléstias (dentre elas o pian, a leishmaniose cutânea e a doença de Chagas), no contato com o colonizador, a deficiência de resposta imune Th2 para micro-organismos autóctones causou verdadeiras tragédias entre os brasilíndios, que sucumbiam por gripes, sarampo, disenterias e principalmente varíola. Médicos formados constituíam um grupo insignificante no Brasil colonial e diante do vazio profissional, jesuítas (os primeiros que se lançaram nas práticas médicas), curiosos, curandeiros, barbeiros, benzedeiras compunham um contingente expressivo. Todos praticavam uma medicina híbrida, formada inicialmente pela medicina popular européia e indígena; ambas possuíam uma noção materializada da doença que, uma vez instituída, deveria abandonar o organismo. Diante disso, a terapêutica baseava-se em sangrias, purgas e vomitórios, além de rituais, rezas e uso de amuletos para satisfazer o sobrenatural. Estas práticas médicas concomitantemente valeram-se da variada flora medicinal nativa e foram difundidas pelos bandeirantes, que desbravavam os sertões de norte a sul - por este motivo esta terapêutica foi denominada "Remédios de Paulistas" - e foi usada para diversos males como opilação (anemia), escrófulas, "carneiradas" (malária) e "meia-cegueira" (tracoma?), comuns nas matas e vilas incipientes. Nenhuma das medicinas, erudita ou popular - que na realidade eram muito semelhantes entre si - foi eficaz diante das epidemias. A despeito de serem os indígenas suas principais vítimas, elas matavam de senhores de engenho a escravos, faziam ruir a economia e causavam fome e desalento. Falências, crescentes dívidas para importar escravos africanos (mais caros, porém mais resistentes às doenças) constituíram por muitos anos um quadro sombrio da vida no Brasil. Num círculo cruel de causa e efeito, os escravos negros substituíram gradativamente o trabalho indígena nas lavouras, mas trouxeram mais doenças, como o maculo, a febre amarela, a malária (por P. falciparum) e a própria varíola. As tentativas indígenas na defesa de seu território resultaram em fracasso; a morte, na grande maioria das vezes, foi causada direta ou indiretamente pelas doenças infecciosas de além-mar e não por canhões e arcabuzes. Assim, na falta de uma imunidade eficaz, as guerras contra os colonizadores já estavam vencidas, antes mesmo de iniciadas

Agradecimentos. http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000471981

ATENÇÃO

Filme que relata a vida de um homem com lepra em uma ilha para leprosos, para os segundos e nonos anos. Bjs Prof Rosi.

SÃO DAMIÃO, O SANTO DOS LEPROSOS MOLOKAI

Atenção. RECADO.

Esse filme, baseia-se em fato que realmente aconteceu. O filme cobaia trata de uma experiência com pessoas e a sífilis (as cobaias desse laboratório são pessoas e aí entra também os direitos humanos). Que estamos conversando. Esse filme é para os 9º anos e 2º anos. Os oitavos anos podem até assistir mas com uma certa reserva.(particularmente gostaria que não assistisse). Filme dublado. Qualquer dúvida deixe seu recado. Bjs profª Rosí.

Cobaias (Miss Evers´ Boys) - Legendado - O Caso Tuskegee

A Peste Negra Completo e Dublado Legendado The History Channel 360p

Malévola 2014 Filme Completo HD



https://www.youtube.com/watch?v=6ZzN_raFucw



domingo, 20 de março de 2016

A FÚRIA DA GRIPE ESPANHOLA. Para todos os alunos.


No início da década de XX, enquanto a Europa reunia os cacos da Primeira Guerra, um inimigo ainda mais devastador assustou o mundo todo e, em dois anos, matou mais de 30 milhões de pessoas: a gripe

Os sintomas todo mundo conhece: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, mal-estar geral, tosse e coriza, ou seja, corrimento nasal. No entanto, esse quadro que hoje se resolve com um comprimido e alguns dias repouso podia significar uma sentença de morte se você vivesse no início do século, mais precisamente em 1918. É que nesse ano uma epidemia de gripe se espalhou pelo mundo e matou entre 30 e 100 milhões de pessoas. A doença, uma variação do vírus da gripe comum, causava um terrível agravamento dos sintomas e ficou conhecida como gripe espanhola, ou apenas a espanhola.
Na época ninguém conhecia a causa da doença. O microscópio já era usado e muitas bactérias causadoras de enfermidades tinham sido identificadas, já a partir do século 19. Mas os equipamentos não eram lá muito potentes e não podiam mostrar os vírus, que são muito menores que bactérias. Assim, a causa da gripe era (e permaneceu até recentemente) uma incógnita. Ela era associada ao frio. O termo influenza, que é usado como sinônimo para gripe, fala disso. Vem do italiano influenza di freddo, “influência do frio” (de influenza surgiu o nome inglês para a gripe – flu). De fato, é uma doença dos meses frios. Nessa época, tendemos a ficar confinados em casa e o vírus pode passar facilmente de uma pessoa para outra.

Também não se tinha certeza que na Espanha tenham surgido os primeiros casos, ainda que o rei espanhol Afonso XIII tenha sido uma das primeiras vítimas ilustres da doença. Muitos pesquisadores defendem a idéia de que a doença começou não na Europa, mas nos Estados Unidos, e foi levada para a Europa pelos soldados que combateram na Primeira Guerra. Ao certo, sabe-se que foi na Espanha que surgiram as primeiras notícias sobre a doença: o país, neutro no conflito, não impunha a censura à imprensa, como acontecia com as potências beligerantes. Assim que a doença surgia em outros países, era logo chamada de “espanhola”. A moda de uns países atribuírem a outros a origem de doenças não é nova: quando a sífilis apareceu, na Idade Média, os franceses chamavam-na de “mal napolitano”, e os italianos de “mal francês”.

Mesmo a expressão gripe espanhola (ou ainda “La Dansarina”) deu lugar, em alguns países, a distintas denominações. Na Rússia soviética era chamada febre siberiana, na Sibéria febre chinesa e na Espanha (que afinal também tinha de se defender) febre russa. A enfermidade se disseminou rapidamente, chegando ao Sudeste Asiático, à China, ao Japão, ao Caribe, às Américas: cerca de um quinto da humanidade contraiu a doença. A letalidade – isto é, a proporção de mortes entre os doentes – era altíssima, duas vezes e meia maior que nos casos de gripe comum. Estima-se que a gripe tenha matado no mundo todo de 20 a 100 milhões de pessoas – muito mais que a Primeira Guerra (cerca de 15 milhões de vítimas) ou mais do que a aids.

A pandemia de gripe devastou populações inteiras. Alguns historiadores acham inclusive que a guerra de 1914-18 pode ter terminado mais cedo por falta de soldados. O fim da guerra, aliás, não significou o fim da pandemia: a Alemanha, derrotada, recebia de volta 6 milhões de ex-soldados desmoralizados e famintos. Isto sem falar em outras regiões do mundo, como África, Índia e China, onde a ausência de dados tornava impossível avaliar a extensão da hecatombe. No Alasca populações foram dizimadas pelo mal que os esquimós acreditavam ser causado por um “espírito branco”. Em Londres, cartazes afixados nos teatros proibiam expressamente tossir. E, nos Estados Unidos, o costume de apertar as mãos foi praticamente abandonado.

A doença se propagou em duas gigantescas ondas: a primeira, na primavera e no verão de 1918. Nessa fase, a gripe era muito contagiosa, mas causou relativamente poucas mortes. Em agosto, contudo, uma forma altamente virulenta da doença disseminou-se pelo mundo, chegando ao auge nos meses de setembro a novembro (ou seja, o outono do hemisfério norte). A curva que mostrava os óbitos por faixas etárias tinha a forma de um W, com três picos, um correspondendo a crianças pequenas, outro a adultos jovens (o que era uma novidade; pensava-se que esse era um grupo mais resistente) e um terceiro, que era o dos idosos. Nos Estados Unidos a expectativa de vida, isto é, o número de anos que uma pessoa pode esperar viver desde o nascimento, foi reduzida em dez anos.

Os brasileiros foram atingidos pela gripe antes mesmo que a doença chegasse ao país. Uma divisão que o governo enviara em navio para participar da guerra adoeceu enquanto a esquadra que transportava os militares estava ancorada em Dacar, Senegal: 156 mortos. E o país não poderia escapar à espanhola. Ainda que as viagens aéreas, que difundiram a Sars (pneumonia que no ano passado causou pânico no Sudeste Asiático), não fossem comuns à época, muita gente viajava de navio – e o país estava recebendo então grandes contingentes migratórios. Em setembro de 1918 chegava um navio com imigrantes vindos da Espanha, vários dos quais com sintomas de gripe. Outros navios foram apontados, entre eles o inglês Demerara, que atracou em Recife e Salvador, mas o certo é que no início de novembro de 1918 a doença já estava no Brasil. As cidades portuárias foram as que mais sofreram.

“Já morrem 24 pessoas por dia em Coritiba”, dizia uma manchete do dia 14 de outubro. Na mesma data, um anúncio: “Precisa-se de dois cocheiros na Empreza Funerária de P. Falce”. Essas manchetes dos jornais da época reproduzidas no livro O Mez da Grippe (assim mesmo, com essa grafia), de Valêncio Xavier, dão uma idéia do quadro assustador. A reação entre os curitibanos foi de pânico. Por causa disto, as notícias a respeito foram censuradas. O livro mostra a primeira página do jornal Diário da Tarde, em que, de um artigo sobre “A Influenza”, só ficou o título – o resto está em branco. Já o Commercio do Paraná adotou uma atitude diferente; a epidemia seria apenas uma gripe comum. Mas teve de admitir, em 25 de outubro: “A nossa edição de hontem saiu muito aquem da expectativa em conseqüência de terem adoecido operários da secção da composição, obrigando-nos assim ao sacrifício de materia redaccional cuja inserção foi absolutamente impossivel.”

Em outras cidades a repercussão não foi menor. A imprensa carioca estava cheia de notícias alarmantes – e de protestos contra as autoridades sanitárias, consideradas omissas: “O que se está passando na Saúde do Porto da nossa capital é simplesmente assombroso. Os navios entram infeccionados, os passageiros e tripulantes atacados saltam livremente contribuindo para contaminar cada vez mais a cidade, não soffrendo os navios o mais rudimentar expurgo! [...] Telegrammas chegados ha dias de Estados do Norte, annunciaram detalhadamente dezenas de casos de ‘influenza hespanhola’ occoridos a bordo da ‘Itassucê’. Era o caso do Sr. Carlos Seidl tomar providencias energicas, para isolar os enfermos e expurgar o navio, mal chegasse elle á Guanabara, si s.ex levasse a sério seus deveres. Nada disso, entretanto, aconteceu. O ‘Itassucê’ chegou, foi desimpedido e os doentes desceram calmamente á terra, sem que o director da Saude Publica mandasse tomar a minima providencia!” (Rio Jornal, 11 de outubro de 1918).


Ou esta outra notícia: “Em todas as ruas, e a todas as horas, vemos cahir subitamente, tombar sobre a calçada victimas do mal estranho. Os hospitais estão repletos.” (Rio Jornal, 14 de outubro de 1918). A criticada “medicina official”, como aconteceu com as autoridades em Curitiba, tentava minimizar o problema e evitar o pânico. Mas, no final de 1918, a gripe era, no Brasil e no mundo, uma realidade brutal. O jornal A Rua, de 15 de outubro de 1918, fazia uma denúncia: “Desde as primeiras horas em que se declarou a epidemia que a romaria ás pharmacias não parou nem um instante. Houve então uma grande desorientação e uma ignobil exploração por parte de algumas pharmacias. Os preços variavam de pharmacia para pharmacia e de bairro para bairro. O tubo de bromo-quinino passou a custar de 1500 a 8 mil e 9 mil réis. Uma limonada purgativa 4, 6 e 8 mil réis. Uma capsula com 25 ctgrs. de Sulphato de Quinino custava 400 réis, no maximo, custa 2 e até 3 mil réis! É o furto, parecendo que nem se quer estamos numa cidade policiada! Mas a necessidade era grande e os doentes nos milhares, o que fez com que apezar do descabido escandaloso dos preços, os medicamentos se esgotassem. Várias pharmacias, especialmente nos suburbios, allegam tambem a doença do seu pessoal. Que será da população sem ter sequer medicamentos”?
Esses medicamentos, diga-se, não tinham qualquer efeito sobre a doença. O quinino era usado para malária, que é, porém, uma enfermidade totalmente diferente da gripe, causada por protozoário e não por vírus. Também eram inócuos os “Conselhos aos que se acham no inicio da infecção”, dados pela Diretoria Geral de Saúde Pública, e que começavam com um purgativo forte (além de ter gripe, a pessoa ficava também com diarréia). Em termos de dieta, indicava-se a tradicional canja de galinha (que pelo menos, a exemplo da cautela, não fazia mal a ninguém). O resultado foram saques aos armazéns atrás de frangos. Diante disso a Diretoria Geral de Saúde Pública voltou atrás: “O uso do frango ou da gallinha não é indispensavel. A dieta poderá ser mantida por meio de leite, caldo de sopa de cereaes, de legumes, de lentilhas, de arroz, aveia, centeio, etc., etc.”

E continuava: “Fazer diariamente uso de uma solução de essencia de canela, conforme as seguintes remédios: uma colherinha das de café em meio copo de agua assucarada, de duas em duas horas, até desaparecer a febre. Depois tomar uma colherinha em meio copo de agua tres vezes ao dia.”

Claro, é fácil achar graça dessas medidas quase 90 anos depois, mas os médicos recomendavam aquilo que imaginavam ser útil. É preciso dizer que a campanha contra a gripe era comandada por ninguém menos que o sanitarista Carlos Chagas, descobridor da doença que leva seu nome, grande pesquisador e um dos discípulos prediletos de Oswaldo Cruz. Entre os conselhos da saúde pública, havia alguns apropriados: evitar aglomerações, guardar repouso em caso de doença. De qualquer maneira, o quadro era sombrio em 2 de novembro de 1918, Dia de Finados (“Nunca o dia dos mortos foi tão propriamente um dia de mortos como o de hoje”, dizia a manchete de A Noite).

No Rio de Janeiro morreram cerca de 12 mil pessoas em dois meses. Na cidade, como faltavam coveiros, presidiários foram convocados para fazer esse trabalho. Os corpos muitas vezes eram transportados em bondes. Os hospitais não tinham vagas e a hospitalização, por sua vez, não evitava o óbito. No Hospital Deodoro, na Glória, os cadáveres formavam uma pilha de 2 metros de altura. As ruas estavam desertas; as pessoas não se atreviam a sair. Em Porto Alegre, foi criado um cemitério especialmente para as vítimas da gripe. Em todo o país foram cerca de 35 mil mortos. Nos últimos meses de 1918, uma esperança: o novo presidente seria Rodrigues Alves, conhecido por ter livrado, em seu primeiro mandato, a capital Rio de Janeiro de epidemias de febre amarela, peste e varíola. Mas ele não chegou a assumir o cargo. Morreu em 16 de janeiro de 1919, de gripe espanhola.

Dormindo com o inimigo
A virologia progrediu imensamente com o susto de 1918. Mas só em 1933 o vírus da gripe foi isolado pela primeira vez, por Andrew, Smith e Laidlaw, na Inglaterra. Mas não era o agente causador da espanhola. Como era esse vírus? A dúvida persistia e motivou conhecidos pesquisadores, como os americanos Jeffery K. Taubenberger e Johan Hultin. Eles encontraram o vírus em cadáveres preservados pelo frio. Em 1951, os cientistas da Universidade de Iowa exumaram corpos de vítimas da gripe sepultados no Alasca. Uma outra fonte de possível material eram amostras de tecidos obtidas em necrópsias realizadas em 1918, que eram preservados em parafina. Os esforços deram resultado. Uma amostra de tecido pulmonar de um soldado americano forneceu aquilo que Taubenberger e seus colaboradores ansiosamente buscavam: fragmentos intactos da substância viral, cuja composição pôde ser identificada. O mesmo se encontrou na amostra de um segundo cadáver.

Hultin, por sua vez, isolou material viral dos pulmões de uma mulher da etnia inuit, conhecida como “Lucy”, sepultada no Alasca. Taubenberg foi além e, em 2002, conseguiu criar um vírus com os genes mais letais do espécime de 1918 (esse revelou-se mais agressivo para os animais de laboratórios do que os outros ”fabricados” com genes do vírus da gripe habitual). O argumento para esse tipo de estudo é o de conhecer melhor o “inimigo”, identificar sua estrutura e descobrir como ela muda. Muitos cientistas, contudo, fazem objeções a esse trabalho. Alegam que já temos um número suficiente de vírus gripais estudados e que “ressuscitar” o vírus de 1918 significaria “libertar o demônio”. Mas o receio de toda a comunidade é óbvio, sobretudo em uma época que transformou a guerra bacteriológica em ameaça e em obsessão. Como observou outro pesquisador, Jan van Aken, se Jeffery Taubenberger estivesse trabalhando num laboratório russo, chinês ou iraniano, seria visto como um inimigo em potencial.

Da Espanhola à Sars
A gripe de 1918 continuou provocando ondas de choque que chegaram até nossos dias. Cada vez que surgiam casos novos da doença era aquele calafrio: será que a espanhola está voltando? Cepas do vírus da gripe com material genético recentemente incorporado causaram pandemias em 1957 e 1968. A pandemia de 1957 ficou conhecida como gripe asiática, por ter se iniciado na China e na Indonésia. No Brasil, a asiática foi diagnosticada primeiro no Rio Grande do Sul, sendo logo depois detectada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma nova causa de alarme surgiu em 1976: recrutas de Fort Dix, nos Estados Unidos, contraíram uma doença gripal que levou um deles à morte. Dessa vez o agente causador da doença foi isolado. Era um vírus de gripe suína. Ora, muitos cientistas achavam que a gripe de 1918 tinha sido exatamente isso, uma virose transmitida pelos porcos aos seres humanos. O pânico chegou aos altos escalões do governo americano, na administração do presidente Gerald Ford.

Era véspera de eleições e uma epidemia poderia ter sérias conseqüências políticas. Uma vacina foi preparada às pressas e, em meio a discussões, aplicada em 40 milhões de pessoas. Várias delas tiveram problemas neurológicos (a síndrome de Guillain-Barré), o que só fez aumentar a controvérsia. No fim, a epidemia não ocorreu. Uma outra fonte de infecção foi identificada em 1997, em Hong Kong, quando 18 pessoas foram infectadas por um vírus comum em aves. Isso gera uma alarmante analogia com o vírus da Sars, que possivelmente veio de aves na China.

Agradecimentos: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/furia-gripe-espanhola-433549.shtml

História da peste negra na Idade Média, peste bubônica, causas, sintomas, transmissão pela pulga, condições de higiene na Idade Média, as mortes, revoltas camponesas na Idade Média Introdução Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população europeia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste. A peste espalha a morte pela Europa Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades europeias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente. Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue. Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Vale lembrar que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. A doença foi identificada e estudada séculos depois desta epidemia. Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos. O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais. Vítima da Peste Negra na Idade Média. Revoltas Camponesas Com a morte de boa parte dos servos, muitos senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo os camponeses trabalharem e pagarem impostos pelos que haviam morrido. Como a exploração sobre os servos já era exagerada, em muitos feudos, principalmente na França e Inglaterra), ocorreram revoltas camponesas. Estes, chegaram a invadir e saquear castelos, assassinando os senhores feudais e outros nobres. Os senhores feudais que


História da peste negra na Idade Média, peste bubônica, causas, sintomas, transmissão pela pulga, condições de higiene na Idade Média, as mortes, revoltas camponesas na Idade Média

Introdução
Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população europeia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste.
A peste espalha a morte pela Europa
Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades europeias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.
Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.
Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Vale lembrar que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. A doença foi identificada e estudada séculos depois desta epidemia.
Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.
O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais.

Vítima da Peste Negra na Idade Média.

                                             Revoltas Camponesas
Com a morte de boa parte dos servos, muitos senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo os camponeses trabalharem e pagarem impostos pelos que haviam morrido. Como a exploração sobre os servos já era exagerada, em muitos feudos, principalmente na França e Inglaterra), ocorreram revoltas camponesas. Estes, chegaram a invadir e saquear castelos, assassinando os senhores feudais e outros nobres. Os senhores feudais que conseguiram sobreviver não ficaram inertes aos movimentos de revolta. Organizaram exércitos fortes e combateram com violência as revoltas. Porém, em muitas regiões da Europa, os camponeses obtiveram conquistas importantes, conseguindo diminuir as obrigações servis
http://www.suapesquisa.com/idademedia/peste_negra.htm

A verdadeira história da Bela Adormecida




Na história popular, a querida Bela Adormecida é amaldiçoada com um sono profundo após furar o dedo em uma roca de fiar. O feitiço só foi quebrado quando recebeu o beijo de um amor verdadeiro de seu príncipe valente e encantado, que se arriscou ao invadir o castelo rodeado de espinhos e ao enfrentar a bruxa malvada. E como em qualquer outro conto de fadas, o lindo príncipe consegue superar todos os obstáculos para poder salvar a linda princesa, e assim os dois vivem felizes para sempre.
A versão popular criada pela Disney, foi uma adaptação dos contos dos Irmãos Grimm.
A verdadeira história da Bela Adormecida é considerada como uma das mais bizarras entre todos os outros contos de fadas.

Na versão original, datada em meados do século XVII a bela adormecida é vítima de um acidente não de uma maldição. Aos quinze anos, ela prende um espinho venenoso sob a unha e adormece profundamente.

Até aí, a história até que está parecida com o conto que conhecemos, mas veja agora o motivo de ser um dos contos mais estranhos e trágicos:
Após cair em seu sono, um determinado rei percebe a linda jovem desfalecida e resolve aproveitar-se da situação. Nove meses depois tem-se o resultado disso, a ainda adormecida dá a luz a gêmeos. Os bebês, com fome buscam o leite materno e acabam chupando um de seus dedos, retirando o espinho envenenado. Sem o espinho, a Bela Adormecida, violada e mãe de dois bebês finalmente acorda, mas sem entender como essas crianças surgiram.

Ainda pra piorar, o rei muito bem casado, manda seus súditos buscar a recém acordada com as crianças. O resultado disso é previsível: a rainha tenta matar Bela Adormecida e as crianças, no entanto é impedida e assassinada pelo próprio rei. Desse modo, a Bela Adormecida fica com o caminho livre para se casar com o seu rei abusador para tornar-se a nova rainha e para todos viverem felizes para sempre.
Agradecimentos: http://www.verdadeirahistoria.com.br/2013/08/a-verdadeira-historia-da-bela-adormecida.html




A ECONOMIA E A SOCIEDADE COMO ERA NA ÉPOCA QUE SE PASSA A HISTÓRIA.

SOCIEDADE = A sociedade inglesa do século XVII encontrava-se em um momento de mobilidade, de desagregação. Os diversos grupos da sociedade encontravam-se desarticulados em relação ao lugar que ocupavam na mesma. Entendemos que, por esse motivo a chamada "burguesia" não existia como grupo social sólido e unido. O que existia era uma articulação de "novos ricos", com ascendente influência na sociedade, que tinham interesses em comum, principalmente o aumento da participação da sociedade. Isto contribuiu para a revolução industrial deste século

ECONOMIA = As Transformações Econômicos – Sociais

Durante os séculos XV e XVI a Inglaterra passou por grandes e decisivas transformações econômicas. Passou a ter neste período, a maior indústria têxtil da Europa e a produzir mais de quatro quintos de todo o carvão do continente. A indústria têxtil, havia se espalhado pelas aldeias dando início ao chamado sistema de produção doméstica. Neste sistema, a técnica de produção permanece ainda artesanal, existindo já uma divisão (especialização) do trabalho e o capital dominou a produção. O carvão servia de base a toda uma série de indústrias, novas e velhas, que exigiam enormes somas de capital. As construções navais se desenvolviam rapidamente. No campo, o desenvolvimento capitalista, também era intenso, estimulado tanto pelos negócios de lã quanto pela criação de um mercado para os produtos agrícolas. Se o comércio era até bem pouco a única atividade econômica sob domínio do capital, agora também a indústria e a agricultura começavam a ser por ele dominadas. A partir de uma expansão do mercado interno e de uma crescente divisão do trabalho, havia se originado no interior de uma estrutura econômica ainda feudal um incipiente mais dinâmico núcleo capitalista.

As rápidas mudanças econômicas, de um lado, e a inflação de outro, provocaram uma grande redistribuição de renda de uma classe à outra e um intenso processo de mobilidade social. O que se passou na Inglaterra "nos fins do século XVI foi um deslocamento das riquezas da Igreja e da Coroa, e das pessoas muito ricas ou muito pobres, para as mãos da classe média alta".

As mudanças sociais que estavam transformando a sociedade inglesa da época tinham por base a terra, sua posse e seu uso. A propriedade da terra ainda a principal forma e fonte de riqueza, dava a quem a possuía prestígio social (status) e poder (político). Na Inglaterra, como de resto em todo continente, havia uma verdadeira compulsão, por parte da burguesia, para adquirir terras. Este fenômeno, ao invés de provocar uma refeudalização; acelerou a desintegração da propriedade e das relações feudais.

Aine, Deusa Solar Irlandesa, Rainha do Povo das Fadas. 8º anos A e B. C e D.


“O povo das fadas” (chamado em gaélico de Sidhe), conhecido das lendas e mitos celtas é remanescente dos primitivos povos pré-celtas, que habitavam as Ilhas Britânicas desde a Idade de Bronze. Eles eram descendentes dos Tuatha de Danann, o “Povo da deusa Danu”, misteriosos seres míticos de natureza sutil, que conquistaram a Irlanda após vencerem os primeiros colonizadores- Fir Bolg, e que depois foram vencidos pelos Milesianos. Com a mudança das crenças religiosas e espirituais, os Tuatha de Danann não mais recebiam a sustentação da sua egrégora pelo reconhecimento e a gratidão dos seres humanos perante os seus dons e se afastaram cada vez mais da dimensão material, tecendo um véu de invisibilidade ao redor do seu mundo. Para se protegerem da violência das guerras - sendo eles seres pacíficos - se retiraram para outra dimensão, sutil, a ilha mágica Tyr na n’Og, “A terra debaixo das águas”, situada no Oeste da Irlanda e invisível aos homens. Uma parte deles se refugiou nas montanhas, colinas, florestas e grutas e as repartiu entre si, sendo conhecidos como “O velho povo, Os bons vizinhos, O povo das colinas”, Fairy people ou Fay e suas moradas (barrows) nas colinas ou elevações de terra chamadas de side ou sidhe (pronuncia-se “chee”), nome que aos poucos passou a ser confundido com os próprios seres.

A comprovação deste fato encontra-se na crença comum entre as diversas nações celtas sobre a existência de uma raça de seres sutis, obrigada pelas tribos invasoras a se retirar para o “Outro mundo”, descrito como uma dimensão subterrânea, dentro das colinas ou câmaras subterrâneas neolíticas (burial chamber), ou que tinham ido “além-mar”. Pelo fato que os Sidhe moravam nas câmaras subterrâneas – que eram usadas para o enterro dos reis - ao longo dos tempos eles passaram a serem confundidos com os espíritos ancestrais e denominados de Bean-sidhe ou Banshee, que anunciavam a morte de parentes e apareciam nas suas vigílias pranteando.
Os Sidhe eram formados por vários grupos ou ordens, distintas umas das outras, mas que funcionavam como uma coletividade. As terras ocupadas pelos seres feéricos foram chamadas de Fairyland, “a terra das fadas” e seus caminhos e trilhas, imbuídos de energia mágica e telúrica, ficaram conhecidos como ley lines, as linhas de energia da terra, sobre as quais não deveriam ser construídas edificações humanas sob o perigo de eclodirem acontecimentos estranhos ou perniciosos à saúde. Os locais sagrados dos sidhe eram marcados por círculos de pedras, de grama mais verde ou de cogumelos e deviam ser respeitados e evitados pelos seres humanos. No nível mágico, os Sidheconheciam e manipulavam os poderes dos elementos e por isso, com o passar do tempo e o esquecimento da sua verdadeira origem e poder, eles foram reduzidos às figuras elementais com nomes diferentes em função do elemento em que habitavam ou regiam. Nos contos de fadas lhes foi atribuído o papel de “fadas madrinhas”, conselheiras e protetoras individuais.
Sidhe para os irlandeses representa o estado intermediário entre um mundo real e o sobrenatural, povoado por seres sutis, etéreos, dificilmente visíveis pelos seres humanos, devido às vibrações densas do mundo material. Com o advento do cristianismo e sua perseguição e proibição, eles esmaeceram na memória do povo, sendo denominados fadas, duendes e representações malignas do folclore, que viviam em outras dimensões entre o mundo material e espiritual. Contudo, seu fundamento psicológico nunca se perdeu e os mistérios ocultos nos contos de fadas e nas crenças populares conservam as reminiscências do antigo culto.
Aos poucos, as fadas ficaram restritas ao folclore anglo-saxão e celta, conhecidas como protetoras e guardiãs das árvores, flores ou jardins, confundindo-se depois com outras entidades sobrenaturais e, às vezes, sendo consideradas magas e feiticeiras. Foram descritos muitos tipos, desde as belas fadas das flores, árvores, lagos e rios, os simpáticos gnomos protetores das moradias, até as entidades perigosas com dentes pontiagudos e garras afiadas. Presentes em todas as formas e manifestações da natureza, as fadas fizeram parte das lendas e do folclore de vários países, mas nenhum povo como o irlandês conseguiu captar, conhecer e compreender tão bem os Fays, provavelmente por serem seus descendentes. O mundo feérico das fadas ainda vive nas crenças e rituais dos camponeses da Irlanda, País de Gales, Escócia, Inglaterra e Bretanha e conta-se que vários mortais tiveram contato com o povo das fadas, aprendendo delas a arte da poesia, música, dança, metalurgia, tecelagem, magia e cura. A Irlanda até hoje é habitada por duas raças: a visível, dos celtas, e a invisível dos Sidhe, mas que podia ser vista e “visitada” pelos clarividentes e magos. As divindades mais conhecidas, consideradas o “Rei” e a “Rainha das Fadas” são a deusa Aine (pronuncia-se Onyá ou Oine), a regente da fertilidade e o deus Gwynn Ap Nudd (pronuncia-seguin ap niid), o “Senhor do Outro Mundo”.
Aine é uma deusa arcaica da Irlanda, originariamente uma deusa solar, soberana da luz, da fertilidade da terra e do amor, cujo nome significava “prazer, alegria, esplendor”, celebrada no Solstício de Verão e que sobreviveu às perseguições cristãs ao ser transformada nas lendas em uma “Fada Rainha”. Apesar de deusa tutelar da província de Munster do Sudeste da Irlanda, muito pouco foi preservado das suas lendas; mesmo assim o seu culto perdurou até o século 20 mas ela jamais foi santificada ou mencionada pela igreja cristã. Os costumes a ela associados continuaram até 1970, preservando sua autêntica essência pagã, os camponeses caminhando com tochas acesas pelos campos plantados invocando o calor e a luz de Aine para a abundância das colheitas. As mulheres idosas queimavam ervas aromáticas para purificar as casas e afastar as doenças.
Aine é irmã gêmea de Grian, a “Rainha dos Elfos” e também foi considerada como um dos aspectos da Deusa Mãe celta Ana, Anu, Danu ou Don. Grian e Aine alternavam-se na regência do ciclo solar na Roda do Ano, trocando de lugar a cada solstício. Aine foi mencionada pela primeira vez em 890-910 no dicionário Sanas Cormaic com explicações em latim da etimologia dos termos irlandeses. Mais tarde, apareceram menções no século XII no livro Táin Bó Cúailnge e no século XV em Cath Finntrágha sobre a relação da Deusa com os cairns e resquícios neolíticos encontrados em duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa, onde ainda hoje ocorrem ritos em honra à deusa Aine. Uma colina, a três milhas a sudoeste do lago é chamada Knockaine (em homenagem à deusa) e lá se encontra uma pedra que confere inspiração poética a seus devotos merecedores e leva à loucura àqueles que forem punidos pela falta de respeito com os lugares sagrados. Do topo da colina podem ser avistados inúmeros locais associados com seres míticos, detalhes topográficos do mito de Aine (como os castelos dos reis) e das batalhas reais entre conquistadores e nativos.
Existem muitas controvérsias a respeito da sua origem, alguns pesquisadores a consideram filha de Eogabail, um rei dos seres míticos Tuatha de Dannan, que teria sido o filho adotivo do deus do mar Manannan Mac Lir, outras vezes como sendo esposa e algumas vezes filha dele. Como Rainha dos reinos encantados Aine pertencia aos Tuatha de Dannann e aos Sidhe e era conhecida como Lenan Sidhe, a amada ou Ain Cliar, a luminosa. Inúmeros lugares eram dedicados a Aine na Irlanda como Knoc Áine (Condado de Limerick), Tobar Áine (Condado de Tyrone), Dun Áine (Condado de Louth), Lios Áine (Condado de Derry). Com o nome de Aine Marine e Aine of Knockaine, ela é associada com Knoc Aine/Knockaine, a sua colina em Munster. Na literatura ela foi descrita como uma “Rainha das Fadas”, a mais famosa sendo Titânia, da peça “O sonho de uma noite de verão” de Shakespeare.
Assim como outras deusas celtas, Aine tem diversos aspectos associados a diferentes coisas e atributos, sendo regente do Sol, junto com suas irmãs Fenne e Grainne e também das fases lunares. Como deusa tríplice, sua face de Donzela era tanto generosa, quanto vingativa, recompensando os devotos com o presente da inspiração poética ou os punindo com a loucura, se tivesse sido ofendida ou menosprezada. Ela era invocada geralmente para ajudar, mas se fosse desrespeitada, a sua vingança não tardava. Como Mãe, era associada aos lagos e poços sagrados, cujos mananciais possuem poderes curativos, a fonte dedicada a ela Tobar-na-Aine era renomada pelos poderes curativos. A sua intensa sexualidade a tornou inimiga da igreja cristã, sendo vista como uma ameaça ao matrimônio e à castidade. Mesmo que o simbolismo relacionado com a Deusa Mãe tenha sido esquecido quase por completo desde que começaram os ritos cristãos nas igrejas, o ato de invocação da vida nunca enfraqueceu e ela era reverenciada como protetora da gravidez e das mulheres, punindo aqueles que as tivessem ofendido, agredido, perseguido ou violentado. Como Deusa Escura e regente do teixo, Aine era considerada a “Anciã de Knockaine”, caridosa com aqueles que lhe pediam ajuda, mas vingativa com quem a explorava pela má fé. Por ser uma deusa detentora do poder da vida e da morte, Aine podia aparecer para os homens como uma mulher sábia de rara beleza, qualificada como sidhe leannan, ou seja, “uma amante-fada-fatal” que exercia tal atração sobre os homens, que eles sucumbiam aos seus encantos e muitas vezes não sobreviviam. As mais dramáticas e poéticas histórias do folclore celta são as que relatam o amor entre mortais e os seres sobrenaturais, mas que não perduram devido a certos tabus, maldições, diferenças de vibrações e costumes. Acredita-se que a “amante-fada-fatal” ainda se manifesta nos dias de hoje e quando escolhe um homem mortal, este está fadado à morte certa, pois esta é a única maneira viável para que os dois possam ficar juntos e concretizar seu grande amor.
Existem muitas lendas sobre as escapadas amorosas de Aine, às vezes ela casava com jovens vigorosos e tinha filhos “encantados”, que dela recebiam o poder de ver o “Povo das Fadas” com a ajuda de um anel mágico. Quando ela se apaixonou pelo jovem e belo herói Fionn, ela jurou que jamais iria amar um homem com cabelos grisalhos. Mas uma das suas irmãs também amava Fionn e através de um encantamento conseguiu que seus cabelos ficassem grisalhos, mesmo ele continuando jovem. Fiel à sua geasa (promessa mágica) Aine afastou o herói. Segundo outra, entre tantas lendas, conta que Aine estava sentada nas margens do lago Lough Gur, penteando seus longos cabelos dourados, quando Gerold, o Conde de Desmond, a viu e sentindo-se fortemente atraído por ela, roubou-lhe o manto dourado e só o devolveu, quando ela concordou em casar-se com ele. Desta união nasceu Geroid Iarla ou Earl Gerald, denominado "O Mago"; após o nascimento do menino, Aine impôs ao Conde Desmond, um tabu que o impedia expressar surpresa a qualquer coisa que o filho fizesse. Entretanto, ele quebrou tal tabu, exclamando alto quando viu o filho entrando e saindo de um frasco, fato que desfez o encanto e Aine recuperou sua liberdade. Aine dirigiu-se para a colina de Knockaine, transformando-se em um cisne; dizem que é lá que ela ainda reside em seu castelo encantado, cercada por Fadas. Em outra versão, ela se recolheu na ilha Garrod no lago Lough Gur no condado de Limerick e Gerald depois transformou-se em um ganso selvagem que voou alto seguindo o rio Lough, encontrando repouso no castelo da mãe. Lough Gur era um antigo sitio sagrado pré-histórico, com reminiscências de câmaras subterrâneas, grutas e círculos de pedras do período neolítico ao seu redor, onde foram encontrados restos de oferendas votivas e grãos.
Outra lenda descreve como Gerald vivia abaixo das águas do lago, de onde saia cada sete anos cavalgando ao redor do lago até gastar as ferraduras de prata do seu cavalo, dia em que ele voltará para expulsar estrangeiros e malfeitores da Irlanda. Dizia-se também que de sete em sete anos ele emergia das águas como um fantasma montado em um cavalo branco; o lago sumia dentro da terra aparecendo no seu lugar uma árvore sobrenatural, coberta com tecidos verdes e guardada por uma anciã, que tinha o poder de elevar as águas do lago se a árvore corresse perigo.
Em outra lenda, o rei Ailill matou Egbal, o pai de Aine e a violentou, mas ela relutou e arrancou sua orelha, o que lhe ocasionou o apelido de Ailill-sem-orelha. Aine jurou se vingar e após um tempo, Ailill foi morto por ela com uma poderosa magia, da mesma forma como se vingou de outro rei, que também a ofendeu. Seu filho Egan - que nasceu após ela ser violentada por Aillil - se tornou rei de Munster e fundador de uma famosa dinastia. Muitas famílias de Munster com o sobrenome de O'Corra ainda acreditam que são descendentes de Aine, por eles venerada como a melhor e mais bondosa deusa. Existem muitas situações que se repetem ao longo da história celta, em que uma deusa ou rainha é violentada e conquistada por um rei, simbolizando o domínio dos invasores sobre a população nativa e a decorrente vingança da terra quando maltratada ou destruída. Em todas estas lendas percebe-se como a determinação, engenhosidade e paciência de Aine ou de outras deusas ou rainhas, as ajudaram se libertar das imposições patriarcais.
Aine tinha o poder de metamorfose, se transformando tanto em um cisne branco, quanto em uma égua vermelha de nome Lair Derg, e que ninguém conseguia alcançá-la. Acreditava-se que na noite do Solstício de Verão, moças virgens, que pernoitassem na colina de Knockaine, poderiam ver a Rainha das Fadas passando com toda a sua comitiva. O mundo das fadas só se tornava visível pelos portais mágicos, chamados “anéis de fada”, círculos marcados na grama ou no meio de árvores, que eram indicados pela própria Aine. Uma gruta de Knockaddon supunha-se ser ligada a Tir na n’og (o “Outro Mundo” celta) e de lá Aine chegava no Lammas para dar à luz a um feixe de grãos, o seu filho Eithne (o termo gaélico para grãos). Três dias no ano eram dedicados à ela: a primeira sexta-feira, sábado e domingo após o Sabbat de Lammas. Era nestes dias que ela retornava como uma mulher sábia, que ensinava aos homens como caminhar em união e amor sobre a terra, domínio da sua mãe, a deusa Danu. No Sabbat Samhain dizia-se que Aine saia das suas colinas cavalgando um touro vermelho e era reverenciada com fogueiras acesas em todas as colinas sagradas. Sendo associada com os Sabbats, Aine podia se manifestar como a Donzela da primavera, a Mãe das colheitas e a Anciã do mundo subterrâneo. Como Donzela aparecia também como uma sereia, que penteava seus longos cabelos com um pente de ouro na margem do lago, continuando a fazer isso até o pente ia ser gasto e seu cabelos ficando brancos. Nos dias dedicados a Aine era proibido derramar sangue, para que a centelha vital não se esvaísse do corpo de outros animais ou doentes. Às vezes ela era vista numa barco junto com seu pai Manannan ajudando os marinheiros perdidos. Durante a grande fome ocasionada pela crise irlandesa das batatas, Aine aparecia no topo da sua colina entregando comida para os famintos.
Aine era invocada no Solstício de verão na colina de Knockaine para ritos de amor, fertilidade e abundância das colheitas, prosperidade das pessoas, separações e desfechos dolorosos nas relações amorosas. Ela ampliava a visão e podia facilitar o contato com o mundo das Fadas, potencializando os poderes mágicos e extrassensoriais. Os camponeses saiam em procissão após acenderem as fogueiras na sua colina e caminhavam pelos campos com tochas acesas, feitas com feixes de palhas e ervas solares amarrados em postes. Eles purificavam os campos e o gado com as chamas, pedindo proteção e fertilidade e esperavam que Aine e os Sidhe aparecessem para eles, abrindo um portal para o Outro Mundo. As cinzas das fogueiras eram espalhadas depois nos campos para atrair fertilidade. Nas noites de lua cheia, os doentes eram levados para se banharem no Lough Gur; se até o nono dia eles não se curavam, as pessoas sabiam que em breve iriam ouvir o canto das ancestrais Banshee, prenunciando-lhes um sono profundo e sem dor, durante qual iam passar para o reino dos Sidhe. Após a sua passagem, havia uma vigília prolongada, quando os familiares se reuniam entoando os cantos de lamento chamados keenings, dádiva das banshees.
As mulheres idosas honram ainda Aine no Samhain e Litha e queimam ervas aromáticas para purificar as casas e afastar as doenças. Elas acreditam que foi Aine que impregnou o aroma nas flores e frutos e que seu brilho aquece os corpos e ilumina as almas. Apesar da sua memoria ter se perdido na bruma dos tempos, os velhos costumes e tradições guardados no folclore são resgatados por pesquisadores e adeptos atuais das tradições celtas. Cada ano, um número maior de pessoas se reúne no solstício de verão na colina Knockaine, saúda o nascer do sol e homenageia Aine, “A Brilhante” com canções, orações e oferendas de flores, grãos e leite.
A mensagem que Aine traz para as mulheres atuais é acreditar no seu próprio poder, firme e forte, mas envolto na cor diáfana da suavidade amorosa. Ela nutre o corpo e o espírito com calor e luz, sendo protetora da natureza vegetal, animal e humana. Aine confere fertilidade física, mental e espiritual, apoia e incentiva o alcance dos sonhos e ambições com palavras que poderiam ser resumidas nesta frase: ”arrisque-se e coloque o desejo do seu coração em ação!”. Mesmo quando os planos iniciais não se concretizaram, a mulher deve seguir adiante, com coragem e confiança, sem permitir que opiniões e movimentos alheios impeçam a busca dos seus objetivos. Ficar parada ou lamentar perdas e fracassos não leva a nada e o tempo passa sem perceber, deixando para trás lamentos, remorsos e inação. São as perdas e fracassos do passado que nos ensinam a viver melhor, não se pode julgar uma decisão passada com o discernimento do presente, pois as decisões são tomadas com a consciência do momento. É importante saber qual é a missão que a mulher veio realizar no mundo e se empenhar para cumpri-la, com todas as suas forças. “Confiar, se preparar e agir” é o legado deixado por Aine para as mulheres; após ter refletido, tomado uma decisão e estabelecido um plano de ação, deve ser dado inicio ao caminho escolhido, com pequenos e cautelosos passos, sem parar, titubear ou recuar. Com a ajuda de Aine, as mulheres podem resgatar, diversificar e expressar o ilimitado potencial da natureza e essência feminina.
Aine pode ser invocada em ritos de amor, fertilidade, na gravidez, magia natural com a ajuda das fadas, abundância, prosperidade, separação dolorosa, para punir traições e ofensas das mulheres por homens, quebras de promessas e exploração da terra. Ela amplia nossa visão e pode facilitar o contato com os mundos sutis; por dominar as artes mágicas, Aine auxilia a potencializar os dons mágicos e extrassensoriais, sendo-lhe atribuído o poder da energia vital, a centelha sagrada que sustenta os seres vivos.
Seus símbolos mágicos são: égua vermelha, lebre, gado, ganso selvagem, cisne, plantações férteis, bastão, sinos, flores, trevo de três folhas, madressilva, angélica, amoras, sabugueiro, linho, alho, artemísia, lavanda, urtiga, hera, visco, azevinho, bétula, freixo, teixo, carvalho, fitas multicoloridas e harpa.
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