domingo, 27 de novembro de 2011
EXPLORAÇÕES NA ÁFRICA.
EXPLORAÇÕES NA ÁFRICA.
Quase toda as nações européias do século XIX participaram da corrida pela
posse de terras africanas. Para isso evocavam motivos econômicos, razões estratégicas, questões de prestigio. O Continente Negro foi completamente
repartido, sem levar em conta características étnicas, sociais ou políticas. Populações inteiras foram divididas entre duas ou mais administrações
diferentes. Por outro lado, também se uniram, sob um governo
A partilha da África definiu-se na segunda metade do século XIX,
mas sua ocupação e exploração já começaram bem antes. Numerosos
exploradores, freqüentemente financiados por seus governos e sob
pretextos científicos, lançaram à tarefa de esmiuçar o interior do
Continente. Apoiadas por razões políticas, interesses científicos
ou religiosos – mais do que pelo espírito de aventura -, pequenas
caravanas abriram caminho para grandes empresas de caráter colonialista.
NA TRILHA DO CIENCIA.
Seguindo geralmente o curso dos rios, os exploradores europeus do
século XIX e pouco antes revelaram ao mundo as riquezas naturais
da África e solucionaram quase todos o seus enigmas geográficos.
Constatou-se o contraste entre tribos primitivas e outras que,
após um período de esplendor,estavam decadentes. Todas, porem,
indefesas ante o poderio europeu, ávido de matérias- primas e
de novos mercados comerciais.
No quadro ao lado estão relacionadas algumas datas
importantes da exploração do continente africano.
TUDO COMEÇOU ASSIM.
A história da colonização africana inicia-se quando os portugueses
conquistam Ceuta, em 1415. Até o século XV, os habitantes da África
tinham pouco contato com os europeus,sofrendo mais fortemente a
influencia islâmica.
Em 1453, o comercio da Europa com a longínqua Índia foi
seriamente abalado: os turcos otomanos dominam Constantinopla e
ocupam pontos estratégicos no litoral africano, ganhando o controle
da navegação no Mediterrâneo. Tornou-se necessário encontrar uma
nova via de acesso às riquezas do Oriente, e não restava outro
caminho senão contornar a costa atlântica da África. Foi a rota
que Vasco da Gama abriu em 1498.
Os turcos deram ao Norte da África uma organização política
firmada no poder de chefes militares locais, que apenas pagavam
impostos a Constantinopla. A esses governantes coube tomar
iniciativas para a exploração do território. Dos conflitos internos
nessa região - chamada em árabe Maghreb, isto é Ocidente – surgiram
os contornos das atuais Tunísia, Argélia e Marrocos.
Os portugueses interessaram-se pela África como fonte de ouro,
marfim, pimenta e escravos. E também como ponto ideal para a
instalação de entrepostos comerciais que balizassem e protegessem
o caminho marítimo das Índias. Abaixo da linha do equador, os lusos
ocuparam posições que foram a origem de Angola e Moçambique, e cujo
objetivo era o ouro da Rodesia e a prata do sul do Congo.
O tráfico de escravos, que abastecia as plantações do Brasil,
era um monopólio dos portugueses até 1580,quando os franceses
,holandeses e ingleses entraram na competição. Esse comércio de
escravos despovoou grandes áreas: os centros fornecedores foram
divididos entre as companhia de comércio, e assim iniciou-se a
penetração no interior do continente. Na segunda metade do século
XVIII, o trafico estendia-se até Angola, quando antes abrangia
uma faixa litorânea de 3500km entre a Mauritânia e o Congo.
Só em 1795 os holandeses iniciaram a colonização na
África meridional estabelecendo-se ali com grupos de agricultores
e pastores. Assim se instalaram os chamados bôeres
( em holandês, camponeses).
Nesse fim do século XVIII,também Napoleão Bonaparte empenhou-se
em dominar o Norte da África, para afastar o poderio
inglês do Mediterrâneo. Sua derrota criou condições para
que o Egito tivesse governo centralizado, sob Mohamed – Ali,
e conhecesse um período de fastigio que durou menos de um século:
ao fim do século XIX, o domínio britânico põe novamente a
perder a independência egípcia
No Sul da África, em ação conjunta com os bôeres, os ingleses
se apropriam das melhores terras dos nativos. Mas em seguida,
pressionados os bôeres holandeses emigram para a região dos rios
Vaal e Orange, entre 1834 e 1848, fundando dois estados: Orange
e Transvaal;
A colonização da Argélia foi iniciada com a invasão dos franceses,
em 1830.
UM CONTINENTE ABERTO.
Após 1870, a África ainda é um Continente aberto à expansão do capitalismo
europeu, um palco de disputa internacional. Reações sanguinolentas dos
nativos já tinham sido registradas durante as primeiras intervenções
estrangeiras. Protegendo-se, os colonialistas organizaram a partilha
política da África na Conferência de Berlim, de 1878. O chanceler Bismarck
apoiou as pretensões francesas no Norte da África, e em 1883 foi instaurado o protetorado francês na Tunísia: a dinastia do local continuava no governo,
mas sob tutela política e financeira da França. A Inglaterra, apoiando chefes locais na repressão a tribos revoltadas, acabou por ocupar todo o vale do rio Nilo. Impôs seu controle ao Egito no Norte, à Cidade do Cabo no Sul e, seguindo a rota do Nilo, avançou para o sul até Niassalândia, atual Malawi.
Portugal conservou Angola e Moçambique, e a Espanha ficou com uma parte do Marrocos (o Saara espanhol) e do Rio do Ouro. Os únicos estados africanos que permaneceram independentes, no fim do século XIX, foram a Etiópia e a Libéria, esta uma republica negra que nasceu da colônia fundada por missionários norte-americanos em 1847, entre a Serra Leoa e a Costa do Marfim.
O DOMINIO DO CONGO.
O Congo era disputado por franceses e belgas. O Rei Leopoldo II da Bélgica valeu-se da Associação Internacional para civilização da África (fundada em 1788 pela Inglaterra e cuja presidência ocupava) para ditar as cartas. A serviço do rei belga, o explorador Stanley anexou em 1879 os territórios congueses ,enquanto outro aventureiro, Brazza, conseguia para a França a parte do sul da do Congo. Sob a proteção pessoal de Leopoldo II, o Congo tornou-se um estado independente em 1885. concessionários iniciaram a exploração intensiva do território até que em 1908 o Congo se tornou colônia belga.
A Alemanha e a Itália disputaram a África tardiamente,devido aos problemas internos que enfrentaram para sua unificação política. Bismarck , primeiro ministro alemão, preferindo manter a posição de liderança que seu país conquistara nos negócios da Europa, declarou certa vez que a amizade da Inglaterra valia mais, para ele que “vinte colônias pantanosas na África”. Mas não demorou a convencer-se – graças a argumentação decisiva dos comerciantes, industriais e magnatas da navegação alemã – de que devia entrar na competição coma própria Inglaterra para a posse das “colônias pantanosas”. Em 1884 Bismarck proclamou o protetorado alemão sobre o Sudoeste africano. Conseguiu por meio de tratados com os chefes locais, o Togo, os Camarões e territórios na África centro – ocidental (atual Tanzânia). Mas tudo isso foi perdido após a I Guerra Mundial.
A AÇÃO ITALIANA E INGLESA.
A Itália por volta de 1888,também pretendeu apoderar-se de territórios ainda não conquistados. Começou submetendo a Somália , na costa oriental da África, e depois tentou reduzir a Etiópia a um protetorado. O resultado foi uma das derrotas militar mais desastrosa jamais sofrida por uma nação européia. As forças italianas foram completamente dizimadas pelos abissínios, e até 1935 não seria tentada nova conquista. As aquisições italianas neste período, Trípoli e Cirenaica,foram unidas sob a denominação de Líbia.
No Sul da África, a descoberta de minas de ouro e diamantes ocasionou a campanha da Inglaterra contra os Bôeres, cujas repúblicas de Orange e Transvaal foram cercadas e atacadas em 1899. A resistência bôer foi heróica e houve protestos contra a violência dos ingleses, nos últimos anos do governo da Rainha Vitória. Vencendo a guerra, os ingleses anexaram Orange e o Transvaal às terras de Natal e colônia do Cabo, criando um novo domínio britânico: a União Sul Africana.
RESISTÊNCIA E CONSCIÊNCIA.
No começo do século XX, resistiam ainda ao imperialismo europeu o Marrocos, que seria conquistado pelos franceses, e a Líbia, derrotada pelos italianos – ambas na África do Norte. Como resultado da campanha colonialista, uma minoria branca passou a dominar milhões de negros africanos, mobilizados para trabalhar em grandes empresas de engenharia, industria e agricultura. A mão- de- obra é barata, a dignidade da vida humana muitas vezes é impunemente desrespeitada. Mas aos poucos forma-se uma elite de jovens lideres nativos quem estudando na Europa, tomam consciência da situação e iniciam um movimento de libertação. Mas essas já é uma outra história, a história da África Livre.
A CONQUISTA DO TERRITÓRIO AFRICANO.
1797 – Mungo Park retorna a Londres, após ter explorado o curso do rio Gâmbia, no Senegal, e descobrir a verdadeira direção do rio Níger, onde havia ouro em quantidade.
1828 – René Caillié, disfarçado de mendigo muçulmano,foi desde a Serra Leoa até Timbuctu, e de lá para o Marrocos. Foi o primeiro a levar á Europa noticias diretas de Timbuctu,lendário centro de jazida auríferas. Soube-se assim que não era acidade fabulosa enaltecida pelos viajantes, mas uma sonolenta aldeia que se erguia em meio ao extenso areal do Saara.
1830 – Os irmãos Lander descobrem a nascente do rio Senegal.
1849 – David Livingstone atinge o lago Ngami.
1850 – Heinrich Barth atinge o Chade e visita suas margens, enquanto seu companheiro Overweg explora o rio em canoa.
1854 – Livingstone descobre as quedas do rio Zambese.
1855 – Barth retorna a Inglaterra , depois de ter visitado Timbuctu e descido o rio Níge, até Say
1859 – Henri Duveyrier permanece com os tuaregues do Saara, levando alguns chefes desses nativos a Paris.
1871 – Livingstone, que acompanhou o curso do rio Luluaba, confundindo – o com o Nilo, retorna doente a Tanganica. Ai encontra Stanley, enviado pelo jornal – americano”New York Herald Tribune” para procurá-lo.
1871/72 – Exploração de Stanley e Livingstone no Norte de Tanganica, após o que se separam.
1876/77 – Stanley desce o rio Congo até o Atlântico.
1883 – Expedições de Charles de Foucauld no Sul do Marrocos.
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