LÍBIA: O DESERTO OLHA O MAR
Área: 1795540km2
Língua oficial: Árabe
Religião: Muçulmana
Cidades principais: Trípoli, Bengási,
Derna, Murata
Principais Oásis: Sebha,Gadamés, Ferg,
Sinauem,Giarabud,Ubari
Portos principais: Trípoli, Bengási, Tobruk,
Derna, Misurata.
Vizinha do Egito onde floresceram antigas civilizações
Defronte à Grécia e à Itália, berço dos clássicos, do outro
Do Mediterrâneo: aí situa-se a Líbia, terra quase que um só
De desertos. Apenas 6 % do território pode ser considerado
Habitável. Zona e clima desérticos obrigam a população a
Concentrar-se na faixa litorânea junto ao Mediterrâneo e nos
Oásis dispersos pelo interior.
Quando chega à Líbia por mar tem a impressão de ver ao
fundo uma grande cordilheira. Na realidade não são altas
montanhas, mas o único e amplo planalto. Ao aproximar-se
do litoral, ele se inclina abruptamente sobre a planície costeira.
Essa região do planalto recebe o nome de Djebel, que significa
Monte. Geograficamente, a Líbia divide-se em três zonas:
Tripolitânia, Cirenaica, e Fezâ, zona desértica a sudoeste.
A Tripolitânia debruça-se sobre o mar, a noroeste do golfo
de Sirte. A oeste afasta-se da costa dando lugar à fértil planície
de Gefara, onde se concentra a maior parte da população Líbica,
em suas maiores cidades. A leste do Djabel Tripolitano surge
a planície Sírtica, região desolada e árida cuja característica são
as sabha, (dunas de areia entre as quais estão as lagunas salgadas).
A leste e nordeste eleva-se o Djabel Cirenaico, que se estende até a
fronteira do Egito.
Aí se abre o deserto Marmárico, cujos enormes patamares se inclinam
em direção ao mar. Zona modestamente cultivada, possui numerosos oásis.
A ÁGUA ESCONDIDA ENTRE OS DESERTO
Os rios que correm pela superfície da Líbia são muito poucos – quase nem
existem. Mas em compensação o solo é rico em leitos subterrâneos.
Se esta característica fosse aproveitada, poderia ajudar a agricultura.
São esses lençóis de água que, ao aflorarem, dão origem ao oásis.
Desertos, na Líbia, há de todo o tipo: há o hamada ou o deserto
rochoso – deserto el-Hamra, ao norte; o serir ou deserto de pedra –
Serir Tibesti, ao sul, e Serir de Calanscio, na região centro- oriental;
e ainda o erg, edhi ou edein, deserto arenoso – Idehan Murzuch,
a oeste, no Fezã, e deserto da Líbia, a leste.
PETRÓLEO NO DESERTO
Nômades percorrem os desertos, em busca de água e pastagens.
Camelos,cabras e carneiros constituem os principais recursos econômicos
dos pastores, nessa vida errante.
Mas, na Líbia, quem mora junto ao Mediterrâneo tem outras ocupações: a
pesca de atum,sardinha,esponja e a exploração das salinas de Trípoli e Bengási.
A agricultura é bem menos importante, devido a aridez do país. Limita-se a restritas
faixas costeiras e oásis do interior. No norte da Tripolitânia, principal zona agrícola,
cultivam-se trigo, cevada e milho.
Esteiras, tapetes,sabão,cerâmica – tudo isso é feito em nível artesanal. Umas poucas e pequenas fábricas de cigarros,óleos vegetais e cerveja distribuem-se pelas cidades litorâneas. E cessa aí a industria líbica.
Até 1961 o total das exportações (óleos vegetais,derivados pastoris,esponja,sal e produtos de artesanato), somava menos de 50 por cento da importação. De fora vinham produtos manufaturados, como o açúcar e chá, a mais importante bebida nacional. Mas com a descoberta de petróleo, em 1959, a situação alterou-se bastante. Foram feitas concessões a companhias inglesas e americanas, construídos oleodutos e refinarias. E a exportação começou a pesar mais na balança econômica.
De mão em mão.
Para os gregos da Antiguidade, Líbia era toda a África setentrional,situada a oeste do Egito. Colonizaram a porção oriental, enquanto a ocidental ficou sob influencia dos fenícios e dos cartagineses. Conquistando e reconquistando, dividido e recomposto,aquele pedaço de África acaba sendo tomado pelos turcos,em meados do século XVI. Seguem –se três séculos e meio de decadência, acentuada pela incapacidade dos Otomanos de manter o domínio sobre a região .
Ao fim da guerra ítalo –turca (1911/12), a colônia é entregue aos italianos. Estes limitam sua ocupação á zona mediterrânea. Mas mesmo aí tem que enfrentar viva resistência popular manifestada sob a forma de guerrilhas. Com a I Guerra Mundial,renovam-se os conflitos com os turcos.
Só em 1931 a Itália vai conseguir completar a reconquista militar. Reúnem-se as duas colônias italianas,tripolitânia e Cirenaica, para formar a Líbia, abrangendo também o Fezã.
A partir daí desenvolve-se intenso movimento de colonização e exploração do país. Mais de 30 mil italianos se estabelecem na planície de Gefara e na Cirenaica. Em 1939, a colônia da Líbia é incorporada ao reino metropolitano da Itália,sob a admiração de governadores italianos. Mas eclode a II Guerra Mundial e na primavera de 1943 a Líbia vê –se transformada num enorme campo de batalha. As forças italianas são expulsas da colônia. E desta vez para sempre. A Inglaterra passa a administrar a Cirenaica e a Tripolitânia, enquanto o Fezã fica em mãos francesas.
Por Fim, a independência.
Terminada a guerra, começam as dissenções, até que, por interferências da ONU, torna-se independente em 1951. A monarquia definida,então teve como primeiro soberano Mohamed Idris,coroado como Idris I. Em 1955 a Líbia é aceita como membro da ONU.
Em 1963, é abolido o sistema provincial e proclamado o Estado Unitário. O Governo é dividido em dez unidades administrativas (munhafazat), cada uma com seu governador ou (munhafiz). Em seguida, é rompido o acordo com a Inglaterra. Após as negociações começa a evacuação britânica, que se completa em 1966. Em 1969,Idris I foi deposto, substituído por uma junta militar que proclamou a República Árabe da Líbia,assumindo o cargo de primeiro – ministro o civil Mohamoud Soliman al-Maghreby,que renunciou em 1970,forçado por um pronunciamento dirigido pelo coronel Muammar el – Qadhafi.
Trípoli e Bengási são, alternadamente, as capitais da Líbia. Mas já está em andamento a construção de El – Beida, nova capital, que deverá substituí-las.
UMA REPÚBLICA PARA A FRANÇA.
Tropas numerosas avançam para nossas fronteiras. Todos os que tem horror à liberdade arman-se contra nossa constituição; e é em nome do Rei que a liberdade é atacada. Cidadão! A pátria está em perigo!
Essa dramática proclamação da assembléia Francesa, em 11 de julho de 1792, refletia um estado de tensão reinante em todo país.sintetizava ao mesmo tempo as duas justificativas maiores para a inssurreição que, um mês mais tarde derrubaria o regime. A primeira justificativa era de ordem externa: soberanos estrangeiros ameaçavam invadir a França. A segunda, de ordem interna: temia-se um complô da aristocracia empenhada em recuperar os poderes, perdidos com o triunfo da Revolução 1789.
E o que provocava o levante do povo francês contra a monarquia constitucional era uma força irresistível: os sans- cullottes. De 1792 a 1795 eles comandariam o movimento revolucionário, encarnado em sua luta a exasperação do sentimento nacional.
A UNIÃO FAZ A FORÇA.
Sans-cullottes foi o nome dado por desprezo, no começo da Revolução Francesa, aos manifestantes populares que usavam calças longas(pantalons) e riscadas, e não o culotte(calção) considerado símbolo do antigo regime.
Os sans-cullottes – nome que adotaram com altivez - não constituíam uma classe. Tratava-se de um grupo social bem heterogêneo, formado principalmente de trabalhadores independentes, pequenos lojistas, artesão,operários, arrendatários e aprendizes. Com o tempo, as necessidades da luta revolucionária solidificaram a unidade do grupo; os naturais conflitos de interesse entre várias categorias que o compunham, não podendo ser suprimidos, pelo menos foram deixados para último plano.
De 1789 a 1791, a alta burguesia dominara a Assembléia Nacional e dirigia o movimento revolucionário. Foi um período em que as camadas mais populares não conquistaram nenhuma parcela do poder. Mas em 1792, quando os sans- cullottes entraram em cena, a Revolução conheceria nova fase.
A FRANÇA, UM PROBLEMA.
Depois do triunfo da Revolução Francesa, em 1789, os monarcas europeus ficaram preocupados. A força de expansão das idéias revolucionárias era grande e podia abalar os conceitos vigentes de poder absoluto para os reis. Esse temor era particularmente intenso na Áustria e na Prússia, onde refugiados franceses monarquistas procuravam convencer os soberanos desses países do perigo que a Revolução Francesa representava para a Europa. Em agosto de 1791, os governantes da Áustria e da Prússia laçaram a Declaração de Pillnitz,em que se afirmavam dispostos á agir prontamente, se as demais potências européias estivessem decididas a reunir seus esforços aos deles; a intervenção ocorreria a fim de restaurar “ a ordem e os direitos reais na França”. A ameaça de ingerência estrangeira era efetiva.
Enquanto isso, a Assembléia Francesa, temendo um golpe do Rei Luiz XVI, votava vários decretos,exigindo a dissolução da guarda real, principal defesa militar do soberano; a deportação dos padres refratários,ou seja dos que não aceitavam a separação estabelecida na Constituição de 1791, entre a Igreja e o Estado; e, finalmente, a organização em Paris de um exército voluntário, composto por burgueses e populares.
Luiz XVI, que apesar de submetido à Constituição tinha direito a veto,rejeitou todos os decretos. A 10 de junho de 1792 ele era intimado a retirar o veto, sendo advertido de que sua atitude poderia desencadear uma explosão terrível, pois permitia aos franceses supor que o rei estava conivente com os refugiados e com o inimigo estrangeiro.
A eclosão do movimento popular acontece a 20 de junho. Os sans – cullottes organizam-se e invadem o palácio real- as Tulherias- para pressionar o rei,que, ainda assim, recusa-se a retirar seu veto. A 11 de julho, a assembléia proclama que “a Pátria em perigo”. E contra a monarquia,acusada de pactuar com o inimigo, levanta-se não apenas Paris,mas toda a França.
Na assembléia, os girondinos,representantes da burguesia moderada que tinham a maioria da ala esquerda, recuam ante a ação dos sans – cullottes e entram em negociações diretas com Luiz XVI, porque temiam ser esmagados pelas amassas revolucionárias que se haviam mobilizado por toda a parte. Recuando, os girondinos condenavam-se e , com eles, o próprio regime.
A MUDANÇA DE REGIME.
Repelindo a guarda real e assaltando as Tulherias, a insurreição teve inicio a 10 de agosto de 1792. Enquanto o combate mostrava-se duvidoso, a assembléia tratou Luiz XVI como rei; mas quando a situação se definiu, ela pronunciou não a queda, mas a suspensão do monarca, e votou a convocação de uma convenção, nova assembléia constituinte, eleita pelo sufrágio universal. Essa convensão teria por função dar uma nova Constituição a França e defender o país dos perigos externos e internos.
Os vencedores do 10 de agosto estavam decidido a impor sua vontade. A insurreição, liderada pelos sans – cullottes, foi seguida de uma série de atos violentos desfechados em toda a França, que ficaram conhecidos como o “ primeiro terror”, era preciso atemorizar todos aqueles considerados inimigos.
Á vitória política seguiu-se o sucesso na luta contra inimigo externo: os sans –cullottes conseguiram deter na fronteira o exército número um da Europa, os dos prussianos. A República, que acabava de ser proclamada, tinha obtido importante êxito.
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