quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Ceará

O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Nordeste e tem por limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco a sul e Piauí a oeste. Sua área total é de 148.825,6 km²,[6] ou 9,37% da área do Nordeste e 1,7% da superfície do Brasil. A população do estado estimada para o ano de 2008 foi de 8.450.527 habitantes, conferindo ao território a oitava colocação entre as unidades federativas mais populosas. A capital e maior cidade é Fortaleza, sede da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Outras cidades importantes fora da RMF são: Juazeiro do Norte e Crato na Região Metropolitana do Cariri, Sobral na região noroeste, Itapipoca na região norte, Iguatu na região centro-sul e Quixadá no sertão[7] Na RMF, cidades importantes como Eusébio, Horizonte, Maranguape, Maracanaú e São Gonçalo do Amarante, sede do Porto do Pecém, incrementam o PIB cearense. Ao todo são 184 municípios. É atualmente o décimo segundo estado mais rico do país, sendo o terceiro mais rico do Nordeste. A capital, Fortaleza, tem o segundo maior PIB do Nordeste, e o 10º maior do país. Abriga o maior parque aquático da América Latina, o Beach Park, na praia do Porto das Dunas, que recebe cerca de 1 milhão de visitantes por ano. O estado também abriga o quarto maior estádio de futebol do Brasil, o Estádio Governador Plácido Castelo (Castelão), que tem capacidade para 67.000 pessoas. O Ceará detém o terceiro melhor serviço de coleta de esgoto do Norte, Nordeste e Sul brasileiro segundo o IBGE, e apresenta a melhor qualidade de vida do Norte-Nordeste segundo a FIRJAN. O estado é conhecido nacionalmente pela beleza de seu litoral, pela religiosidade popular e pela imagem de berço de talentos humorísticos. A jangada, ainda comum ao longo da costa, é considerada um dos maiores símbolos do povo e da cultura cearenses. O Ceará concentra 85% de toda caatinga do Brasil. Terra de Rachel de Queiroz, Patativa do Assaré e José de Alencar, o Ceará também descobriu os maiores humoristas do país como Renato Aragão e Chico Anysio; além do cearense do século, Padre Cícero[9]; e atores famosos como José Wilker, Gero Camilo e Luiza Tomé. O Ceará é conhecido como "Terra da Luz", numa referência à grande quantidade de dias ensolarados, mas que também remonta ao fato de o estado ter sido o primeiro da federação a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Por esse fato, o jornalista José do Patrocínio considerou o estado como "a terra da luz". Etimologia. O topônimo Ceará tem vários significados, porém o mais conhecido e aceito significa, literalmente, canto da jandaia. Segundo o escritor José de Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará, referência aos caranguejos do litoral. História. Os fatos históricos sobre o território cearense, provavelmente começaram a ser registrados na história moderna a partir do Século XVI. Os primeiros registros descrevem essa região do Brasil, já habitadas por diversos etnias indígenas, que viviam da extração de recursos naturais, pesca, agricultura e comércio com povos europeus. A formação histórica do atual Ceará é o resultado de diversos fatores sociais, econômicos e de adaptação ao solo e natureza, tais como: a interação entre os povos nativos, os europeus e os africanos; a interação desses povos envolvidos (índios, europeus e africanos) com o fenômeno da seca. O desenvolvimento independente do Ceará aconteceu apenas depois de sua desagregação de Pernambuco em 1799, e sua história foi marcada por lutas políticas e movimentos armados. Essa instabilidade se prolongou durante o Império e a Primeira República, normalizando-se depois da reconstitucionalização do País em 1945. [editar]Ceará pré-colonial O Ceará era habitado ancestralmente por povos indígenas dos troncos Tupi (Tabajara, Potiguara, Tapeba, entre outros) e Jê (Kariri, Inhamum, Jucá, Kanindé, Tremembé, Karatius entre outros), cujas tribos ainda hoje denominam vários topônimos no Ceará.[13] Estes povos já negociavam tatajuba, âmbar, algodão bravo e outros produtos com os estrangeiros que aportavam nas costas cearenses, antes que os portugueses chegassem em 1603 através do litoral. Os portugueses tentaram, já a partir de 1603, estabelecer-se nas terras cearenses, mas sem sucesso devido à intensa resistência dos nativos e à sua falta de conhecimento sobre como sobreviver à interveniência de secas. Só a partir de 1654, com a saída dos holandeses e o enfraquecimento político dos povos indígenas locais, é que os portugueses começaram a ter sucesso na colonização desse território. Os esforços de povoamento pelos portugueses visavam principalmente a vencer a resistência indígena e garantir o domínio luso contra estrangeiros. Os navegadores espanhóis Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe desembarcaram na costa cearense antes da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.[14] Pinzón chegou a um cabo identificado como "Porto Formoso", que se acredita ser o Mucuripe, e Lepe, à barra do rio Ceará, em Fortaleza. Essas descobertas não puderam ser oficializadas devido ao Tratado de Tordesilhas (1494).[15] As terras equivalentes à Capitania do Ceará foram doadas a Antônio Cardoso de Barros na segunda metade do século XVI, porém ele não se interessou em colonizá-las.[16] Os franceses, que já negociavam âmbar-gris, as tatajubas, a pimenta e o algodão nativo com os povos indígenas, foram os primeiros europeus a se estabelecerem no Ceará. Em 1590 eles fundaram a Feitoria da Ibiapaba. Os holandeses também já negociavam com os nativos cearenses, a exemplo do capitão Jean Baptista Sijens, que esteve no Mucuripe, em 1600. Em 1597/98, um ramo da etnia Potyguara que habitava a região ao redor do Forte dos Reis Magos, migrou e fixou-se na região entre as margens do rio Cocó e rio Ceará e os sopés nortes das serras de Pacatuba e Maranguape. [editar]Ceará Colonial Graças ao contatos mantidos entre os índios Potyguara e portugueses, estes últimos planejaram chegar ao Ceará e estabelecer um ponto de apoio na jornada para os Maranhão. Desta forma a primeira tentativa efetiva de colonização portuguesa ocorreu com Pero Coelho de Sousa em 1603, que na sua fundou o Forte de São Tiago na Barra do Ceará. Em 1605, porém, sobreveio a primeira seca registrada na história cearense, fazendo que Pero Coelho e sua família abandonasse o Ceará. Depois da partida de Pero Coelho, os padres jesuítas Francisco Pinto e Pereira Figueira chegaram ao Ceará com o intuito de evangelizar os silvícolas. Avançaram até a Chapada da Ibiapaba, onde ficaram até a morte do padre Francisco Pinto em outubro do mesmo ano. O padre Pereira Figueira retornou a Pernambuco em 1608, sem grandes sucessos. Em 1612, nova expedição portuguesa foi enviada como parte dos esforços de conquista do Maranhão, então dominado pelos franceses. Fazia parte desta jornada Martim Soares Moreno, que funda o Fortim de São Sebastião, também na Barra do Ceará. Ao retornar, em 1621, encontrou o forte destruído, mas lançou as bases para o início da exploração econômica pelos portugueses e o coovivência com os nativos.[20][21] Os holandeses, já estabelecidos em Pernambuco desde 1630, tentaram invadir o Ceará já em 1631, atendendo ao pedido das nações índigenas cearenses. Sendo que a primeira tentativa de conquista holandesa fracassou. Em 1637, o território foi tomado pelos holandeses, graças um trabalho conjunto com os índios nativos, no qual os portugueses foram feitos prisioneiros e levados para Recife. Os holandeses estabelceram-se e também chegaram usar o Ceará com ponto de apoio a conquista holandesa do Maranhão, em 1641. Nesta época de ocupação holandesa (1637-1644), o forte da Barra do Ceará foi reformado, foi construído um forte em Camocim, as pesquisas para a exploração das salinas foram feitas e em 1639, George Marcgraf vem ao Ceará numa expedição. Uma expedição que se deu partindo do Fortim de São Sebastião percorreu o oeste cearense até a região dos Imhamuns. Os holandeses ficaram no Ceará até 1644, quando Gedeon Morris e sua tropa, que retornavam das batalhas no Maranhão, foram mortos numa emboscada organizada pelos próprios índios. Com a emboscada de 1644, o Fortim de São Sebastião também foi destruído. Entre 1644 até 1649, o Ceará ficou sendo administrado pelas etnias então existentes. A presença européia só retorna em 1649, depois de contatos e negociações feitas entres os nativos e Antônio Paraupaba em 1648.[23] Com a chegada de Matias Beck, em 1649, o Siará Grande entrou num novo período histórico: na embocadura do riacho Pajeú, o Forte Schoonenborch foi construído, os trabalhos de busca das supostas minas de prata foram iniciadas e os holandeses procuraram mais uma vez se estabelecer na região, sob forte hostilidade dos indígenas. Após a capitulação holandesa em Pernambuco, o forte foi entregue aos portugueses, restabelecendo-se assim o poderio português, rebatizando-o de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.[25] Neste período muitas das nações índigenas que apoiaram os holandeses, que não estavam protegidas pelo Tratado de Taborda, fugiram para o Ceará, procurando refúgio das retaliações lusas. Desta forma, o Ceará acabou sendo o centro de batalhas na Guerra dos Bárbaros. Na continuação da colonização pelos portugueses a influência dos jesuítas foi determinante, resultando na criação de aldeamentos (Porangaba, Paupina, Viçosa e outros), muitos deles fortemente militarizados, onde os indígenas eram concentrados para serem catequizados e assimilados à cultura lusitana. Tribos tupis aliadas dos portugueses também vieram se instalar em vilas militarizadas na capitania. Dessas reduções surgiram às primeiras cidades da capitania, como Aquiraz e Crato. O processo de aculturação, no entanto, não se deu sem grandes influências de crenças e produtos nativos. A intensa resistência levou a episódios sangrentos, destacando-se a Guerra dos Bárbaros, ao longo de várias décadas do século XVIII, que resultou na fuga dos habitantes da capital Aquiraz, em 1726, para Fortaleza, que passou a ser a capital.[2 Outras frentes colonizadoras surgiram com a instalação da pecuária na capitania através dos "sertões de dentro" e "sertões de fora", com levas oriundas respectivamente da Bahia e de Pernambuco.[28] Vilas como Icó, Aracati, Sobral e outras surgiram do encontro de rotas do gado tangerino, que era levado até as feiras ou fregueses. Mais tarde, o custoso transporte do gado perdeu importância para a produção da carne de charque que, no final do século XVIII, se disseminou também para a Região Sul do Brasil. Nas regiões serranas, houve grande afluxo de pessoas que se dedicaram à agricultura policultora, o que veio a caracterizá-las pela maior diversificação da produção e pela estrutura menos latifundiária que a do sertão. O vale do Cariri assentou-se menos na pecuária e mais na cultura da cana-de-açúcar, propiciando a entrada de maiores levas de escravos africanos. O litoral, refúgio de muitos indígenas e negros livres ou fugitivos, povoou-se de vários vilarejos de pescadores. As principais vilas da capitania da época charqueana eram Aracati, Crato, Icó, e Sobral. A que mais ganhou destaque foi Aracati, devido ao comércio de couro e carne de charque. Entre os anos de 1750 a 1800, Aracati viveu seu apogeu,[29] mas com uma grande seca na região entre os anos de 1790 até 1793, os rebanhos bovinos morreram e a produção de charque transferiu-se para o Rio Grande do Sul, que assumiu a posição de abastecedor principal das outras regiões. Em 1799 o Ceará adquiriu independência em relação à Pernambuco, e Bernardo Manuel de Vasconcelos foi nomeado seu primeiro governador, sendo o responsável pelo início da urbanização de Fortaleza.[12] No final do século XVIII, especialmente com a Guerra de Independência norte-americana, o algodão foi tomando relevante papel na pauta de exportações do Ceará. Com o declínio do charque, cuja distribuição era centrada em Aracati, Fortaleza se tornou a principal cidade cearense devido à sua condição de destino dos produtos agrícolas cultivados nas diversas serras que se elevam nas vizinhanças do município. Em 1812 foi nomeado governador do Ceará o português Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire, o qual reuniu os literatos no palácio do governo e deu incentivo às artes e à urbanização da capital por meio dos projetos de Silva Paulet. No começo do século XIX o Ceará passou por movimentos rebeldes, como a República do Crato, em 1813, e também influências da Revolução Pernambucana de 1817, movimentos de cunho republicano-liberal liderados pela família cratense dos Alencar. Tais movimentos foram reprimidos com dureza pelo governador provincial do Ceará, Inácio de Sampaio.[30] Em 1825 o Ceará tomou parte na Confederação do Equador, com o liberal Tristão Gonçalves aplicando um golpe e tornando-se chefe do governo.[31] A Confederação foi frustrada pela forças imperiais, e Tristão morreu durante os combates contra as forças legalistas do Império. O ciclo de conflitos terminou com a Insurreição de Pinto Madeira, "coronel" de Jardim, que visava ao retorno da monarquia absolutista e representava interesses regionais opostos aos da cidade do Crato, de inspiração marcantemente liberal. Em meados de 1860, devido à Guerra de Secessão norte-americana, houve um surto de crescimento da produção do algodão. Tal florescimento não durou muito tempo, mas deu grande impulso à modernização da infra-estrutura da Província como exemplo a Estrada de Ferro de Baturité, inaugurada em 1873. Em 1877, tem início a chamada Grande Seca de 1877-1879, um dos mais severos períodos de seca prolongada da história cearense, levando à morte milhares de pessoas e acarretando emigração maciça de retirantes. Fortaleza recebeu uma população de fugitivos da seca quatro vezes maior que a sua própria. Logo após, a produção da borracha explode na Amazônia, e muitos cearenses vítimas da seca migram para esta região. A gravidade dessa estiagem chamou a atenção do governo central e mesmo de cientistas, havendo então a produção de textos científicos e propostas de melhoramento da situação da população cearense,[35] cuja maior parte não foi posta em prática ou se relevou ineficaz. Por outro lado, houve um aceleramento nas obras do Açude do Cedro, em Quixadá, o primeiro do Nordeste, que só ficou pronto em 1906.[36] A Grande Seca e as estiagens seguintes impulsionaram o surgimento da indústria da seca e geraram uma tradição migratória no estado. Entre 1869 e 1900, 300 mil cearenses abandonaram sua terra, 85% deles indo para a Amazônia. Anos antes da proclamação da República notabilizou-se a campanha abolicionista no Ceará, que logrou abolir a escravidão no estado em 25 de março de 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. O movimento contou com a participação de várias sociedades libertárias, inclusive a maçonaria, mas o maior destaque ficou com Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, jangadeiro que impulsionou o abolicionismo ao comandar seus companheiros, em 1881, numa total recusa a transportar escravos para dentro ou fora da província.[10] A primeira cidade brasileira a abolir a escravatura foi Acarape, atual Redenção, em 1º de janeiro de 1883. Devido a isso, o Ceará recebeu a alcunha de Terra da Luz, de início por José do Patrocínio. A escravidão, que jamais fora dominante no estado, estava praticamente extinta nos anos de 1880, de forma que não houve resistência à abolição mesmo por parte da elite agrícola. No início da Primeira República, apesar das estiagens que assolaram o Ceará, Fortaleza continuou a desenvolver-se econômica e politicamente, ao contrário do resto do estado. Ocorre nas primeiras décadas do século XX um afluxo de imigrantes, embora pequeno em relação ao de outras regiões, consistindo principalmente de portugueses e sírio-libaneses.[39] Os descendentes destes, em particular, ganharam grande destaque no comércio, como mascates, e, futuramente, na política cearenses.[40] Começou a ganhar destaque a atividade dos cangaceiros, que, agindo em grupos organizados e promovendo saques em cidades e propriedades rurais, desestabilizaram o interior do Nordeste por décadas. A forte religiosidade popular e a grande miséria estimulavam uma profusão de líderes messiânicos e formas de fanatismo religioso. O cearense Antônio Conselheiro, de Quixeramobim, chegou a formar, na Bahia, o arraial de Canudos, cuja forte atração populacional e ideológica, contrária aos interesses da elite fundiária, deflagrou a Guerra de Canudos.[41] Isso, porém, não extinguiu a influência dos líderes religiosos. Entre 1896 e 1912, a hegemonia política foi concentrada nas mãos do comendador Nogueira Accioly e de sua família, que estabeleceram uma poderosa oligarquia que comandava a maior parte dos escalões do poder estadual. Em 1912, Accioly apontara como seu candidato Domingos Carneiro, contra Franco Rabelo, representante da política do salvacionismo do presidente Hermes da Fonseca, gerando uma conturbada campanha eleitoral. A dura repressão policial a uma passeata de crianças em favor de Rabelo, que causou a morte de algumas delas e feriu outras, desencadeou uma revolta de três dias da população fortalezense, forçando o governador Accioly a renunciar, evento conhecido como Sedição de Fortaleza. Franco Rabelo passou a governar o Ceará. No fim do século XIX o carismático Padre Cícero passou a atrair milhares de sertanejos para um pequeno distrito do Crato, que se tornaria Juazeiro do Norte em 1911, persuadidos pela sua fama de milagreiro, atribuída à suposta transformação em sangue da hóstia recebida do padre pela beata Maria de Araújo. Mesmo após a perda de sua ordenação, em virtude de controvérsias sobre o milagre, o Padre Cícero tornou-se cada vez mais conhecido e, apesar de seu caráter messiânico, foi hábil em evitar grandes conflitos com a elite local, tornando-se ele próprio um poderoso chefe político. Em 1914 irrompeu a Sedição de Juazeiro, opondo o governador interventor Franco Rabelo e o Padre Cícero, que havia conquistado os postos de prefeito de Juazeiro do Norte e vice-governador.[43] Rabelo iniciou uma perseguição ao líder religioso. Com isso, liderados por Floro Bartolomeu, os sertanejos fiéis ao Padim Ciço reuniram-se para lutar contra as tropas estaduais, conseguindo derrotá-las em sua cidade e fazê-las recuar até Fortaleza, onde, vencendo, destituíram o governador. Estabeleceu-se um relativo equilíbrio entre as oligarquias cearenses, que durou até a Revolução de 30. Em 1915 o Ceará sofreu com uma gravíssima seca levando a novo êxodo da população para a Amazônia, região que, devido à intermitente mas significativa emigração, recebeu grande influência de cearenses. A gravidade da seca inspirou a escritora Rachel de Queiroz em sua famosa obra O Quinze. O sertão sofreu mais uma estiagem em 1932, e o governo estadual não pôde dispor mais da Amazônia como refúgio para os flagelados. Diante disso, os campos de Concentração no Ceará que já foram usados na estiagem de 1915, foram recriados.[44] [45] Conhecidos como Currais do Governo, [46] tinham como objetivo, impedir que os retirantes que fugiam da seca e da fome, chegassem às grandes cidades. A instabilidade política e social foi crescendo no Estado. Nos anos 1930, surgiu no Crato o movimento messiânico do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, liderado pelo beato José Lourenço.[47] Igualitária e agrária, a comunidade do Caldeirão perseguia a auto-suficiência, passando a ser vista pelo governo e pelos fazendeiros poderosos da região como uma má influência. Em 1937 o Caldeirão foi invadido e alvo de bombardeio aéreo, resultando no massacre de aproximadamente 400 indivíduos. Após a Revolução de 1930, o Ceará passou a ser governado por interventores do Governo Federal. Ascenderam duas organizações políticas que dominaram o cenário estadual: a Legião Cearense do Trabalho, com nítida influência fascista, e a Liga Eleitoral Católica, fortemente religiosa, representante da elite tradicional e de grande apelo popular. Nos anos 1940 mais uma seca (1943) assolou o Ceará, e, com a Segunda Guerra Mundial e os Acordos de Washington, o governo de Getúlio Vargas incluiu o Ceará no seu projeto político. A instalação de uma base norte-americana em Fortaleza trouxe ideais democráticos e antifascistas que passaram a ser defendidos em várias manifestações. Sob uma forte propaganda governamental de migração (SEMTA), cerca de 30 mil cearenses tornaram-se Soldados da Borracha, produzindo esse produto na Amazônia para abastecer os exércitos aliados.[49] A República Nova no Ceará tem início com a nomeação sucessiva de seis interventores até as eleições de 1947, seguindo-se a eleição de Faustino de Albuquerque pela UDN. Durante seu governo, nas eleições presidenciais de 1950, o candidato udenista Eduardo Gomes obteve a maior votação, e Getúlio Vargas ficou na 3ª colocação no estado.[50] Para a direção do governo estadual é eleito Raul Barbosa. Durante seu governo houve a instalação do Banco do Nordeste do Brasil (1952) em Fortaleza. No mesmo ano o governo federal inaugurou oficialmente o Porto do Mucuripe, em cujo entorno foram instaladas várias usinas termoelétricas. Durante a década de 1950 surgiram ou se consolidaram vários dos maiores grupos econômicos do Ceará, como Deib Otoch, J. Macêdo, M. Dias Branco, Edson Queiroz e Jereissati. Paulo Sarasate foi o terceiro governador eleito no período. Ainda nessa década tem início uma nova onda migratória para vários estados e regiões. Entre as décadas de 1950 e 1960, a população cearense passou de 5,1% para 4,5% do total da população brasileira.[51] Em 1958 foi eleito Parsifal Barroso que teve a ajuda do governo federal para combater as mazelas decorrentes da seca daquele ano, sendo a principal obra o Açude Orós, inaugurado em 1961. Em Fortaleza o Grupo Severiano Ribeiro inaugurou o Cine São Luis. Em 1962, foi criado o Banco do Estado do Ceará (BEC). Em 1963 Virgílio Távora foi eleito governador do Ceará, exercendo o mandato até 1966, mesmo com o surgimento da ditadura militar em 1964. Seu governo foi marcado pela criação do "PLAMEG I" - Plano de Metas do Governo - que visou à modernização da estrutura do estado com a ampliação do porto do Mucuripe e a transmissão da energia de Paulo Afonso para a capital.[53] Foram criados ou instalados, também, o Distrito Industrial de Maracanaú, a CODEC e a Companhia DOCAS do Ceará. Com o AI-2, Virgílio aderiu à ARENA, e seu vice Figueiredo Correia ao MDB. Plácido Castelo foi eleito pela Assembleia Legislativa em 1966. Durante seu governo houve perseguição política a deputados e várias manifestações, acarretando a prisão e tortura de estudantes e trabalhadores, assim como atentados a bomba em Fortaleza.[54] Foi criado o Banco de Desenvolvimento do Ceará (BANDECE) e pavimentada a rodovia CE-060, a "estrada do algodão". Também tiveram início as obras do estádio Castelão. Durante o governo de César Cals (1971-1975) se sucedeu o auge da repressão militar. Vários cearenses de esquerda estiveram envolvidos na Guerrilha do Araguaia.[55] Cals procurou governar tecnocraticamente, formando sua própria facção política e rompendo com Virgílio Távora. Seu sucessor, Adauto Bezerra (mandato de 1975 a 1978) não acontecem grandes mudanças. Adauto volta-se politicamente para o interior com a criação de uma secretaria de assuntos municipais. Renuncia seu mandato para se eleger deputado federal. O vice-governador Waldemar Alcântara toma posse e termina o mandato. Virgilio Távora retorna ao governo em 1979, sendo o último eleito indiretamente, e resgata seu primeiro governo com a criação do PLAMEG II. Estabelece o Fundo de Desenvolvimento Industrial para complementar o sistema de incentivos regionais à indústria, impulsionando uma industrialização muito concentrada na Região Metropolitana de Fortaleza.[56] Criou-se o PROMOVALE (projetos de irrigação), e sua esposa, Luiza Távora, programou projetos sociais como a Central de Artesanato do Ceará. Seu governo foi marcado pela ausência, quase que total, de oposição na Assembleia, nomeações aproximadas de 16.000 pessoas para cargos públicos e várias greves. Em 1983, Gonzaga Mota foi eleito pelo voto popular, rompendo com os coronéis anteriores para criar seu próprio grupo político. Seu rompimento rendeu-lhe ataques do regime militar com a suspensão de verbas federais. A Nova República coincide no Ceará com a eleição de Maria Luiza para o cargo de prefeita de Fortaleza em 1985. Foi a primeira prefeita de capital estadual eleita pelo Partido dos Trabalhadores e a primeira mulher a ser eleita para esse cargo após o regime militar. A insatisfação com a política praticada durante a ditadura militar e o movimento de redemocratização impulsionaram as transformações no poder político, com a decadência da hegemonia tradicional do coronelismo.[57] Gonzaga Mota deixou o governo com pagamentos atrasados ao funcionalismo e descontrole nas contas públicas.[58] Rompido com os antigos aliados, Mota, junto com partidos de esquerda e o PMDB, apóia a candidatura oposicionista liderada pelo jovem empresário Tasso Jereissati, que conseguiu se eleger com a promessa de modernizar a administração pública e as finanças, combater o clientelismo dos governos anteriores, moralizar a administração pública e desenvolver a economia estadual. A nova gestão se autodenominou como "Governo das Mudanças".[59] Nas duas décadas seguintes, o projeto avançou com a eleição de Ciro Gomes, seguida de um segundo mandato de Tasso Jereissati. Com a instituição da reeleição no país, Tasso ainda governou o Estado pela terceira vez, tornando-se o primeiro político a conseguir tal fato em mais de 100 anos de história republicana.[57] Nas duas décadas seguintes, Jereissati e seus aliados passaram a deter a hegemonia política no Estado, e rapidamente perdem a aliança com partidos mais à esquerda.[57] Ciro Gomes, então prefeito de Fortaleza, se candidatou e foi eleito em 1990 para o cargo de governador, apoiado por Tasso. Os "Governos das Mudanças" priorizaram o aumento das receitas, visando a investimentos públicos e privados em infra-estrutura e nos setores industrial e de serviços, enquanto o agropecuário permanece à margem. Politicamente, há uma relativa diminuição de poder dos "coronéis", com ampliação do poder do grande empresariado. O saneamento das contas estaduais - atingido, em parte, pelo propósito de diminuir as despesas através de reformas administrativa e financeira, bem como de demissões e achatamento salarial no funcionalismo público - garantiu superávits entre 1988 e 1994, mas com a consolidação do Plano Real volta-se a uma predominância de déficits. Tasso foi eleito novamente em 1994 e reeleito em 1998, concentrando os esforços governamentais em grandes obras, como o Porto do Pecem, o novo Aeroporto Internacional de Fortaleza, o Açude Castanhão, o Centro Cultural Dragão do Mar e o Canal da Integração. O terceiro "Governo das Mudanças" (1994-1997) se caracterizou pela privatização de algumas empresas estatais e extinção de órgãos, enxugando a máquina, reformando a Previdência estadual e dando maior racionalidade aos gastos públicos.[58] Lúcio Alcântara, eleito com o apoio de Tasso, continuou, em linhas gerais, o modelo político anterior, mas não conseguiu se reeleger em 2006, quando rompeu com o PSDB, posteriormente mudando para o Partido da República. Cid Gomes, do PSB, ex-prefeito de Sobral e aliado histórico de Tasso, venceu a disputa, com o apoio do PT, que em Fortaleza, já havia vencido com Luizianne Lins, eleita em 2004 mesmo sem apoio real do partido, o qual, devido às alianças partidárias nacionais, apoiou o candidato Inácio Arruda, do PC do B.[60] Em 2008, Luizianne Lins foi reeleita. O Estado se beneficiou também da guerra fiscal, que então se iniciava, o que, somada à mão-de-obra barata, atraiu várias indústrias, as quais se concentraram em algumas poucas cidades. O crescimento médio do PIB, de 4,6%, foi superior à média nacional e nordestina nos anos 1990, continuando a tendência iniciada na década de 1970.[61] As ações do governo, aliado aos esforços do empresariado local, e os incentivos de instituições de grande importância na história econômica recente do Ceará, como o BNB e a Sudene, foram determinantes para tal desempenho. O forró eletrônico se popularizou na década de 1990, e o Ceará começou a despontar, seguindo a tendência do litoral nordestino, como grande polo de turismo. Ao longo dessa década, com ações como o Programa de Saúde da Família (PSF), o Estado também realizou grandes avanços na redução da mortalidade infantil. A migração em direção a Fortaleza segue forte.[62] A segurança pública tornou-se muito mais problemática entre 1990 e 2003, com a taxa de homicídios subindo de 8,86 para 20,15 por 100 mil habitantes. Apesar de vários avanços na saúde e educação básicas e do crescimento econômico estável, a chamada Era Tasso não alterou a estrutura socioeconômica problemática do Ceará, em especial a concentração de renda,[57] que piorou entre 1991 e 2000,[64] a má distribuição fundiária e a enorme disparidade regional (sobretudo entre a capital e o interior). Em 1999, segundo o Banco Mundial, metade dos cearenses viviam abaixo da linha de pobreza.[58] No início do século XXI, consolidou-se a tendência de queda na tradicional emigração de cearenses, que, no período 2001-2006, reverte-se para um saldo positivo de 38,3 mil pessoas, o que se atribui à melhoria das condições de vida e à maior estabilidade proporcionada por programas sociais, que permitiram a fixação do pobre em sua terra e o retorno de parte dos emigrantes.[65] O Ceará é cercado por formações de relevo relativamente altas: chapadas e cuestas: a oeste é delimitado pela Serra da Ibiapaba; a leste, parcialmente; pela Chapada do Apodi; ao sul pela Chapada do Araripe; e ao Norte pelo Oceano Atlântico. Daí o nome de Depressão Sertaneja à área central.[66] O estado está no domínio da caatinga, com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano e alta biodiversidade adaptada.[67] A sazonalidade característica desse bioma se reflete em uma fauna e flora adaptadas às condições semi-áridas. Consequentemente, há grande número de espécies endêmicas,[68] sobretudo nos brejos e serras, isolados pela caatinga e refúgios da flora e fauna de matas tropicais úmidas.[69] Na Serra de Baturité, por exemplo, 10% das espécies de aves são endêmicas.[70] O soldadinho-do-araripe foi descoberto em 1996 na Chapada do Araripe e só é encontrado nessa região. Dentre as aves, são ainda característicos o uirapuru-laranja e a jandaia. Destacam-se, na flora cearense, a carnaúba, considerada um dos símbolos do estado e também importante fonte econômica e a zephyranthes sylvestris,[71] flor original do habitat cearense. As regiões mais áridas se situam na Depressão Sertaneja, a oeste e sudeste. Próximo ao litoral, a influência dos ventos alísios propicia um clima subúmido, onde surge vegetação mais densa, com forte presença de carnaubais, os quais caracterizam trechos de mata dos cocais. O clima também se torna subúmido, com caatinga mais densa e maior pluviosidade, nas adjacências das chapadas e serras. Vista panorâmica na cidade serrana de Guaramiranga, no Maciço de Baturité. Enquanto as chapadas e cuestas são de origem sedimentar, as serras e os inselbergs que abundam em meio à Depressão Sertaneja são de formação cristalina. Dentre os relevos sedimentares, apenas a Chapada do Araripe (com altitudes que vão de 700 m até mais de 900 m) e a Serra da Ibiapaba (com altitude média de 750 m) possuem altura suficiente para permitir a ocorrência freqüente de chuvas orográficas, o que lhes confere maior pluviosidade. As pluviosidades, bem mais intensas do que na Depressão Sertaneja, variam de 1000 mm a mais de 2000 mm anuais. A carnaúba é a árvore símbolo do Ceará e ocupa grandes extensões no sertão. Por outro lado, a altitude na Chapada do Apodi não ultrapassa os 300 m, de modo que as características semi-áridas ainda predominam nela. Dentre as serras de origem cristalina, as que têm de 600m a 800m de altitude média (caso do Maciço de Baturité, da Serra da Meruoca e da Serra de Uruburetama) também são favorecidas pelas chuvas orográficas, surgindo aí vegetação tropical densa, chuvas mais frequentes e maior umidade, em especial na sua vertente de barlavento. Em Catunda, na Serra das Matas, encontra-se o ponto mais elevado do estado, o Pico da Serra Branca, com 1.154 metros.[74] Nas serras pouco elevadas, surge vegetação semelhante às das vertentes de sotavento das serras úmidas, isto é, uma vegetação similar à caatinga mas bastante mais densa e com distinções na fauna e flora, conhecida como mata seca. Existe ainda o carrasco, vegetação xerófila peculiar, que surge no reverso da Chapada da Ibiapaba e do Araripe, áreas mais secas, caracterizando-se por uma flora arbustiva e arbórea predominantemente lenhosa, ao contrário da caatinga. O carrasco distingue-se ainda da caatinga pela quase inexistência de cactos e bromeliáceas. Alguns se referem a essa vegetação como uma espécie de transição entre o cerrado, a floresta tropical e a caatinga. O território cearense é dividido em sete bacias hidrográficas sendo a maior delas a do rio Jaguaribe. Sua bacia hidrográfica compreende mais de 50% do estado. O rio tem 610 km de extensão. Os dois maiores reservatórios de água do Ceará são barragens que represam o Jaguaribe: Açude Orós e Açude Castanhão com as respectivas capacidades de armazenamento 2,1 e 6,7 bilhões de metros cúbicos. Os afluentes mais importantes do rio Jaguaribe são os rios Salgado e Banabuiú.[76] As outras bacias são: do rio Acaraú com um dos maiores reservatórios do estado, o açude Araras com capacidade para um bilhão de metros cúbicos;[77] do rio Coreaú; do rio Curu; do litoral, que drena boa parte do litoral norte oeste onde os principais rios são Aracatiaçu, Aracatimirim, Mundaú e Trairi; na região metropolitana onde os principais rios são Ceará, Cocó, Pacoti e Choró; e parte da bacia do rio Parnaíba. O estado encontra-se com 92,99% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). No litoral, que se estende por 573 km, predominam os mangues e restingas, vegetação litorânea típica, além de áreas sem vegetação recobertas por dunas.[80] Mesmo com altitudes muito pouco elevadas, as pluviosidades e a umidade são maiores que na Depressão Sertaneja. As temperaturas médias variam de 22 °C a 32 °C. A planície litorânea possui geografia diversificada, o que faz com que o estado possua praias com coqueirais, dunas, barreiras (também chamadas falésias por muitos) - paredões sedimentares que acompanham a faixa da costa e, em alguns trechos, possuem tons coloridos - e áreas alagadas de manguezal, onde há grande biodiversidade. As praias mais famosas do Ceará são: a Praia de Jericoacoara, a Praia de Canoa Quebrada e a Praia de Porto das Dunas, dentre outras, as quais se destacam por alcançar fama internacional. Regionalmente, outras praias destacadas são: a Praia das Fontes, Morro Branco, Icaraí, Presídio, Baleia, Flecheiras, Cumbuco e Lagoinha. O litoral cearense é atravessado por duas rodovias, a Costa do Sol Nascente e a Costa do Sol Poente, que, a partir de Fortaleza, direcionam-se para o litoral leste e oeste, respectivamente. A paisagem repleta de monólitos que caracteriza o sertão próximo a Quixadá. No Ceará existem dois parques nacionais. O Parque Nacional de Ubajara criado em 30 de abril de 1959 e até recentemente era o menor parque em área, com 563 ha, passando a ter atualmente 6.299 ha. Abriga em seu interior a Gruta de Ubajara e um bonde de acesso à gruta, sua maior atração. O segundo é o Parque Nacional de Jericoacoara, criado em 2002 para preservar as praias e dunas da região, cujo principal atrativo é a Pedra furada. Outras áreas de preservação ambiental importantes são as florestas nacionais do Araripe (a primeira Floresta Nacional do Brasil, estabelecida em 1946) e de Sobral. Existe, ainda, a Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe, com 10.000 km², que se estende por 38 municípios do Ceará, Pernambuco e Piauí. O Governo do Ceará mantém 13 áreas de conservação. O Parque Ecológico do Cocó e o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio são os únicos parques estaduais do Ceará, sendo o Parque do Cocó o primeiro a ser criado, em 1989, dentro da área urbana de Fortaleza, abrigando o bioma de mangue. Em todo o Ceará existem 58 áreas de proteção ambiental sendo 20 estaduais, 11 federais, 13 municipais e 14 particulares. Os ecossistemas do Estado estão profundamente danificados e muito pouco preservados.[84] As regiões de floresta tropical e cerrado, nas serras e chapadas de elevada altitude, possuem grande concentração demográfica, intenso uso para fins agropecuários e, comparativamente, pouca preservação e fiscalização ambiental. Os crimes ambientais são praticados constantemente em áreas como a APA Araripe - sobretudo as queimadas e retirada de lenha - e não podem ser reprimidos devido ao parco efetivo de fiscais, dentre outros motivos.[85] Atualmente a mata atlântica ocupa apenas 1,2% do território do Estado, tendo sido bem mais extensa no passado, mas 44% do restante está em áreas de preservação, o que, porém, não tem garantido sua total conservação. Em situação ainda mais grave está a extensa caatinga cearense, que conta com uma ínfimos 0,45% de preservação, embora represente, em suas variadas formas, 92% do território estadual.[87] 80% da caatinga cearense está devastada,[88] e muitas das áreas restantes, apesar de aparentemente conservadas, não passam de formas vegetais secundárias menos ricas e alteradas pela substituição de espécies vegetais, o que acarreta graves prejuízos para o solo e os já escassos recursos hídricos. A desertificação avança no Estado e atinge níveis preocupantes, sobretudo em Irauçuba. O clima é predominantemente semi-árido, com pluviosidades que, em trechos da região dos Inhamuns, podem ser menor que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1.000 mm em outras áreas caracterizadas pelo clima semi-árido brando (presente, por exemplo, na área semi-árida do Cariri e nas cidades relativamente próximas à faixa litorânea). A temperatura média é alta, com pequena amplitude anual de aproximadamente 5 °C,[91] girando entre meados de 20 °C no topo das serras a até 28 °C nos sertões mais quentes.[92] No interior, a amplitude térmica diária pode ser relativamente grande devido à menor umidade. Em todo o estado, os dias mais frios ocorrem geralmente em junho e julho e os mais quentes, entre outubro e fevereiro.[73] Nas áreas serranas, onde impera o clima tropical semi-úmido e, em altitudes mais elevadas, úmido, as temperaturas são mais baixas, com média de 20 °C a 25 °C,[73] podendo ter mínimas anuais entre 12 °C e 16 °C.[92] Surgem aí vegetações de cerradão e floresta tropical, e as pluviosidades são mais altas, superando os 1.000 mm. Essas áreas contêm mananciais que banham os sopés dessas regiões, tornando-os propícios à atividade agrícola. É nas serras e próximo a elas, assim como nas planícies aluviais, que se concentra a maior parte da população do interior cearense, com densidades superiores a 100 hab./km², por exemplo, em boa parte do Cariri cearense. No litoral, o clima tropical subúmido possui pluviosidades normalmente entre 1.000mm e 1.500mm. As temperaturas são bastante elevadas, com médias de 26 °C a 28 °C, mas a amplitude térmica é bastante pequena.[73] No geral, as temperaturas variam, durante o dia, de mínimas de 23 °C - 24 °C até máximas de 30º - 31 °C. É raro as temperaturas ultrapassarem os 35 °C na região litorânea, ao contrário do que ocorre no Sertão cearense. O clima do Ceará é marcado pela aridez. As secas são periódicas, e, desde que a ocupação territorial foi consolidada, a população tenta resolver o problema da escassez de água. A Seca de 1606 foi a primeira a marcar a história da ocupação do território. Outras secas importantes foram as registradas em 1777 e 1778, responsáveis pelo enfraquecimento da indústria das charqueadas, que teve seu golpe final no período de grandes secas entre 1790 e 1794. Durante as décadas seguintes, até 1877, o Ceará viveu relativa tranquilidade, sem estiagem, até que naquele ano e nos dois seguintes uma grande seca prejudicou fortemente a agropecuária no estado.[96] No início dessa, o senador Tomás Pompeu de Sousa Brasil publicou o primeiro livro sobre esse problema climático, intitulado "O clima e secas no Ceará". Nessa época foi iniciada a construção do Açude do Cedro, em Quixadá, como medida para minimizar a falta de água, mas a obra só foi finalizada na Primeira República. No começo do século XX foi criada a "Inspetoria de Obras Contra as Secas" que mais tarde passaria a ser o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, com sede em Fortaleza para realizar estudos, planejamentos e obras contra as estiagens, em 1909.[97] Várias barragens foram construídas em todos os estados do Nordeste. Na década de 1930, foi criado o Polígono das secas: quase a totalidade do território cearense está inserido nele. Atualmente existem muitos órgãos do governo cearense voltados para a problemática do clima. A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos juntamente com a Superintendência de Obras Hidráulicas são os órgãos que fazem a gerência de várias barragens e o planejamento de adutoras e canais. A Fundação Cearense de Meteorologia é a responsável pelo monitoramento climático. Finalmente o órgão central é a Secretaria dos Recursos Hídricos que faz toda a estruturação de metas e planos para combater a seca no Ceará. O povo cearense foi formado pela miscigenação de indígenas catequizados e aculturados após longa resistência, colonizadores europeus e negros que viviam como trabalhadores livres ou escravos. O povoamento do território foi bastante influenciado pelo fenômeno natural da seca. Segundo estimativas do IBGE (2008), a população cearense é de aproximadamente 8.450.527 habitantes, o que confere ao estado uma densidade de 56,78 hab./km².[2] Há forte concentração populacional na microrregião de Fortaleza (que inclui municípios da Região Metropolitana de Fortaleza), com 3.255.701 habitantes; na do Cariri, com 519.055 habitantes; e na de Pacajus, com 98.390 habitantes. Somadas, possuem 7.875,767 km² (5,3% do total) e 3.873.146 habitantes (46% do total) o que lhes confere uma densidade populacional de 491,78 hab./km². As cidades mais povoadas do Estado estão nessas regiões: Fortaleza (8.001,4 hab./km²), Maracanaú (1.908,2), Juazeiro do Norte (1.005,1) e Pacatuba (542,5), respectivamente.[101] Entre 1998 e 2008, persistiu a concentração da população na Região Metropolitana de Fortaleza, que cresce a ritmo mais acelerado que a média estadual (1,75% contra 1,25%, respectivamente). A transição demográfica tem ocorrido rapidamente no estado: a taxa de natalidade, que nos anos 1970 era bastante alta, caiu para 17,96‰ em 2008, e a taxa de mortalidade nesse ano estava em 6,41‰. A taxa de fecundidade em 2009 foi de 2,15 filhos por mulher, ligeiramente acima da taxa de reposição da população, o que representou um aumento em relação a 2008, fazendo o Ceará apresentar uma taxa superior à média nordestina.[4] A taxa de crescimento demográfico caiu de uma média de 2,6% na década de 1950 para 1,73% durante os anos 1990. Com a transição demográfica em curso, a proporção de idosos no conjunto da população aumentou de 2,4% em 1950 para 6,72% em 2004, e já em 2009 10,5% dos cearenses possuíam 60 anos ou mais.[4] Em sentido contrário, os jovens de 0-14 anos passaram de 45,7% em 1950 para 28,9% em 2006.[103] A taxa de urbanização, que em 1940 era de 22,7%, foi estimada em 2006 em 76,4%, tendo se acelerado muitíssimo nas últimas décadas (só em 1980 a população urbana passou a ser majoritária, com 53,1%). A religião é muito importante para a maior parte da população cearense. O estado é o terceiro mais católico do País, em termos proporcionais, com 86,7% da população seguindo o catolicismo. Em seguida, vêm os protestantes, somando 9,01%; os que não possuem nenhuma religião, com apenas 2,82%; e os fiéis de outras religiões, com 1,34%. Quixadá é uma das principais cidades do interior semi-árido do Ceará. A expectativa de vida do cearense foi de 71,0 anos em 2009, com uma das maiores diferenças do País entre os homens (66,8 anos, 0,1 ano a menos que a média nordestina) e as mulheres (75,4 anos, 1,3 ano a mais que a média nordestina). O valor atual representa uma melhora de 5,3% em relação à de 1999 (67,4 anos). Assim, o estado acompanhou e até superou o aumento geral da esperança de vida do brasileiro, que foi de 4,4% (passando de 70,0 para 73,1 anos no mesmo período). Ainda assim, está muito inferior à maior expectativa de vida do País, que é a do Distrito Federal (75,8 anos). O Ceará foi o estado que mais diminuiu a mortalidade infantil de 1980 a 2006, atingindo 30,8 por mil a partir da altíssima taxa de 111,5 por mil de 1980. Houve, portanto, uma redução de 72,4%. Ainda assim, o Ceará em 2008 estava acima da taxa de mortalidade nacional de 24,9 por mil. Por outro lado, dentre os estados nordestinos, só perde para o Piauí (29,3 mortes por mil nascimentos). Seu desenvolvimento humano, contudo, ainda é muito incipiente, embora tenha gradualmente avançado: de um IDH de 0,604 em 1991, passou a 0,723 em 2005. O componente do IDH que mais avançou foi o da Educação, que passou de 0,604 para 0,808 no mesmo período, sobretudo devido ao grande aumento da matrícula de jovens. Em 2008, o Ceará atingira índices sociais mais altos que a média do Nordeste em diversos aspectos, como a expectativa de vida, escolaridade média e analfabetismo funcional, e apresentava tendência à diminuição de sua disparidade com relação à média do Brasil, superando já o índice nacional no tocante ao desemprego, ao índice de Gini e à razão entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres da população, denotando uma desigualdade de renda que, outrora maior que a brasileira, tornou-se ligeiramente menor a partir de 2006. Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2011, o Ceará em 2009 havia se tornado o Estado com mais alto desenvolvimento da Região Nordeste e o 12º do Brasil, com índice 0,7129. Subdivisões. O Ceará surgiu como unidade administrativa em 1799 com quatorze municípios, sendo o mais antigo, Aquiraz, fundado em 1699, e o último desse período foi Guaraciaba do Norte criado em 1791.[125] Com a Independência do Brasil as províncias foram organizadas em 1823 e nesse ano o território já estava dividido em mais quatro cidades. Durante todo o período imperial do Brasil foram criadas mais 44 cidades desmembrando-se vilas das já então existentes. Em pouco mais de um século o estado passou de 62 para 184 município que, a partir da constituição de 1988, passaram a serem unidades constitutivas da união em patamar igual aos estados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística dividiu o território cearense em sete mesorregiões e estas em 33 microrregiões constituindo-se basicamente em divisões estatísticas. O Governo do Ceará dividiu o estado em oito macrorregiões de desenvolvimento e em vinte regiões administrativas. Existem ainda duas regiões metropolitanas no estado: a Região Metropolitana do Cariri (RMC) e a de Fortaleza (RMF). A primeira foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 78, sancionada pelo governador Cid Gomes em 29 de junho de 2009 e é formada por nove municípios do sul cearense: Barbalha, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha e Santana do Cariri. Já a Região Metropolitana de Fortaleza, onde se localiza a capital, foi criada pela Lei Complementar Federal nº 14, de 8 de junho de 1973, que instituía, também, outras regiões metropolitanas no país; inicialmente, a região metropolitana era formada por apenas cinco municípios: Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Pacatuba e Aquiraz, sendo, posteriormente, adicionado os municípios de Maracanaú (1983); Eusébio (1987); Itaitinga e Guaiuba (1992); Chorozinho, Pacajus, Horizonte e São Gonçalo do Amarante (1992) e Pindoretama e Cascavel (2009). Litígio territorial. No governo colonial do Governador Sampaio o engenheiro Silva Paulet apresentou mapa da província em 1818 que mostrou o limite oeste do litoral até a foz do Rio Igaraçu. Desta forma a localidade de Amarração, atual cidade de Luís Correia faria parte do Ceará. Durante o século XIX a localidade teve assistência da cidade cearense vizinha, Granja, até que em 1874 os parlamentares estaduais decidiram elevar a localidade a categoria de vila. Essa atitude chamou a atenção dos políticos do Piauí que reivindicaram seu território. A solução ocorreu pelo Decreto Geral nº 3012, de 22 de novembro de 1880, decidindo que haveria uma "troca" onde o Piauí restabeleceu a totalidade de seu litoral e o Ceará incorporou os municípios de Crateús e Independência.[128] Desde essa época que na divisa do Ceará com o Piauí persistem vários pontos com indefinições de seus limites.[129] A área total em disputa é de aproximadamente 2.500 hectares. Depois da Constituição de 1988, foi proposto que em 1991 seriam resolvidas as questões de limites entre os estados, mas só em 2008 foi apresentado um acordo entre esses, com o Piauí ficando com 1 500 hectares e o Ceará com 1 000, devendo ainda ser confirmado pelo governo federal. Economia. Em 2008, o PIB cearense, em preços de mercado, foi de R$ 60.098.877.000, dos quais 47,17% estão concentrados na capital Fortaleza, segundo estudo do Ipece.[131] Há um suave processo de desconcentração da riqueza no Estado, visto que em 2004 a capital representava 47,80% do PIB estadual. Por outro lado, as cidades mais ricas, no geral, seguem aumentando sua proporção em relação ao PIB total. Destacam-se além da capital: Maracanaú (5,19%), Juazeiro do Norte (3,31%), Caucaia (3,25%), Sobral (2,83%), Eusébio (1,56%), Horizonte (1,39%), Maranguape (1,07%), Crato (1,07%) e São Gonçalo do Amarante (1,02%). Os cinco municípios com PIB per capita mais altos no Ceará são: Eusébio (R$ 23.205), Horizonte (R$ 15.947), Maracanaú (R$ 15.620), São Gonçalo do Amarante (R$ 14.440) e Fortaleza (R$ 11.461), todos muito acima da média estadual, que é de R$ 7.112. Os dez municípios de maior PIB abrangem 67,86% do PIB total.[131] A partir da década de 1960 houve uma progressiva industrialização e urbanização, que ganhou impulso a partir da década de 1980, em parte devido à política de concessão de benefícios fiscais a empresas que se instalassem no estado.[132] Atualmente, embora sendo ainda uma economia sub-industrializada em relação a vários outros estados do Brasil, a economia cearense não é mais baseada sobretudo nas atividades agropecuárias, sendo preponderante o setor terciário de comércio e serviços, com grande destaque para o turismo. Apesar disso, aquelas ainda possuem grande relevância na economia do estado, em especial a pecuária, mas há também crescente importância de cultivos não-tradicionais no estado, como a produção de frutas e legumes no Vale do Rio Jaguaribe e de flores na Serra da Ibiapaba e no Cariri. Desde 2004 a economia cearense vem crescendo, moderada, mas sustentadamente, entre 3,5% e 5% ao ano.[133] Em 2007 o crescimento foi de 4,4%, e em 2008 de 6,5%, sendo o primeiro inferior à média brasileira para aquele ano e o segundo bastante superior, principalmente devido à forte recuperação da agropecuária cearense (24,59%) aliada à manutenção em níveis altos do crescimento da indústria (5,51%) e do setor de serviços (5,21%). Em 2009, apesar da crise econômica internacional e de perdas no setor primário, o PIB cearense cresceu 3,1%, bastante acima do resultado do PIB brasileiro, de -0,2%, sobretudo devido ao bom desempenho do setor de serviços.[134] Com isso, o PIB cearense atingiu pela primeira vez um patamar de mais de 2% da produção nacional.[135] Uma estimativa feita pelo IPECE mostra que o PIB do Ceará teve um crescimento nominal recorde, quando cresceu 10 bilhões, quando comparado o ano de 2010 com o ano de 2009.[136] Em 2010 também foi registrado o recorde de participação da economia cearense na economia nacional. Tal participação que era de 1,89% em 2007, subiu para 2,04% em 2010. Em 2011, a economia cearense continuou a crescer acima da média nacional. O PIB cearense totalizou 84 bilhões, um aumento de 10 bilhões se comparado ao ano anterior, segundo dados preliminares do IPECE.[137] O instituto também citou expectativas para a economia em 2012, onde possivelmente, crescerá entre 5% e 5,5%, ainda acima da média nacional. O PIB cearense deve totalizar, ao final do ano, um valor em cerca de 96 bilhões, e pela primeira vez, com um PIB per capita acima de R$ 10.000. Para 2013 está previsto que o PIB ultrapassará os 100 bilhões de reais, com o PIB per capita chegando próximo dos 13.000 reais. Setor primário. Destacam-se na atividade agrícola: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, castanha de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate, banana, laranja, coco e, mais recentemente, a uva.[138] Recentemente tem crescido um pólo de agricultura irrigada dirigida principalmente à exportação, em áreas próximas à Chapada do Apodi, dedicando-se especialmente ao cultivo de frutas como melão e abacaxi. Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Cuesta da Ibiapaba. Na pecuária os rebanhos de maior representatividade são: bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, aves, asininos, carcinicultura e ovinos.[139] Os principais recursos minerais extraídos do solo cearense são: ferro, água mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho, grafita, gipsita, urânio bruto. O município de Santa Quitéria, na localidade de Itatiaia, possui uma das maiores reservas de urânio do Brasil. Setor secundário. Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e calçadista. A maioria das indústrias esta instalada na Região Metropolitana de Fortaleza, com destaque para Fortaleza, Caucaia e Maracanaú onde se encontra o Distrito Industrial de Maracanaú sendo um importante complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará. Em Caucaia e São Gonçalo do Amarante será instalada a ZPE do Ceará no Complexo Industrial e Portuário do Pecem onde serão instaladas uma siderúrgica e uma refinaria de petróleo. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará é a entidade sindical dos donos das empresas. A entidade congrega a maioria dos donos e dirigentes industriais. Algumas das grandes empresas do Ceará com alcance nacional vinculadas a FIEC são: Aço Cearense, Companhia de Alimentos do Nordeste, Grendene, Café Santa Clara, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Troller e Ypióca. Setor terciário. O comércio é muito marcante na economia do Ceará compondo o PIB do estado com mais de 70%. A Associação Comercial do Ceará foi a primeira instituição classista cearense, fundada em 1866. Atualmente a principal instituição comercial no estado é a Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomercio). Algumas redes de comércio varejista filiadas a Fecomercio com destaque no nacional são Rede de Farmácias Pague Menos, Cone Pizza, Otoch e Esplanada. Em 2009 foi iniciada a construção da segunda central de abastecimento do estado que ficará na região do Cariri e complementará a distribuição de alimentos juntamente com a Ceasa da RMF.[143] Complementando a atividade comercial da Ceasa, todas as cidades mantêm mercados municipais. Em Fortaleza existem vários Shopping centers: Iguatemi Fortaleza, North Shopping (Fortaleza), Shopping Aldeota, Shopping Benfica, Shopping Center Um, Shopping Del Paseo e Shopping Via Sul. Além desses, somente outros dois shoppings ficam fora da capital: o Maracanau Shopping Center, que fica em Maracanaú e o Cariri Shopping, que fica em Juazeiro do Norte. AGRADECIMENTOS. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceará

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