sexta-feira, 2 de novembro de 2012
A HISTÓRIA DE SÃO PAULO
PARA OS MEUS ALUNOS QUE ESTÃO FAZENDO TRABALHO DOS ESTADOS DO BRASIL.
São Paulo
Coordenadas: 21º 49' S 49º 12' W
Estado de São Paulo
(Bandeira) (Brasão)
Lema: Pro Brasilia fiant eximia
(Pelo Brasil, faça-se o melhor)
Hino: Hino do estado de São Paulo
Gentílico: paulista
Localização
- Região Sudeste
- Estados limítrofes ·Paraná (sul)
·Mato Grosso do Sul (oeste)
·Minas Gerais (norte, nordeste)
·Rio de Janeiro (leste)
- Mesorregiões 15
- Microrregiões 63
- Municípios 645
Capital São Paulo
Governo 2011 a 2015
- Governador(a) Geraldo Alckmin (PSDB)
- Vice-governador(a) Afif Domingos (PSD)
- Deputados federais 70
- Deputados estaduais 94
- Senadores Eduardo Suplicy (PT)
Aloysio Nunes (PSDB)
Marta Suplicy (PT)
Área
- Total 248 209,426 km² (12º)
População
- Censo 2010 41 252 160 hab.
- Densidade 166,2 hab./km² (3º)
Economia 2009
- PIB R$1,084 trilhão (1º)
- PIB per capita R$26 202 (2º)
Indicadores 2009[3]
- Esper. de vida 74,8 anos (4º)
- Mort. infantil 14,5‰ nasc. (2º)
- Analfabetismo 4,0% (5º)
- IDH (2005) 0,833 (3º) – elevado
Fuso horário UTC-3
Clima Subtropical, tropical de altitude e tropical Cfa, Cfb, Cwa, Cwb, Aw
Cód. ISO 3166-2 BR-SP
Site governamental www.sp.gov.br
São Paulo (pronúncia em português: [sɐ̃w̃ ˈpawlu] ouça) é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Sudeste e tem por limites os estados de Minas Gerais a norte e nordeste, Paraná a sul, Rio de Janeiro a leste e Mato Grosso do Sul a oeste, além do Oceano Atlântico a sudeste. É dividido em 645 municípios e sua área total é de 248 209,426 km², o que equivale a 2,91% da superfície do Brasil. Sua capital é o município de São Paulo e seu atual governador é Geraldo Alckmin.
Por ser o estado com o maior PIB, representando cerca de 33,5% do total de riquezas produzidas no país, São Paulo é conhecido como a "locomotiva do Brasil".[5] Além do grande poder econômico, o estado possui índices sociais relativamente bons, tais como o terceiro maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o segundo maior PIB per capita, a segunda menor taxa de mortalidade infantil e a quarta menor taxa de analfabetismo entre as unidades federativas do Brasil.
Com mais de 41 milhões de habitantes, o que equivale a cerca de 22% da população brasileira, São Paulo é o estado mais populoso do Brasil e a terceira unidade política mais populosa da América do Sul, sendo superada somente pelos demais estados do país em conjunto e pela Colômbia, e à frente de todos os demais países sul-americanos. Sua população é uma das mais diversificadas da nação e descende principalmente de portugueses, que descobriram o Brasil e instalaram os primeiros assentamentos europeus no estado de São Paulo, e de italianos, que começaram a emigrar para o país no fim do século XIX; também descende de ameríndios, africanos, além de outras grandes correntes migratórias, como árabes, alemães, espanhóis e japoneses e chineses.
Colonização
No início do século XVI o litoral paulista já tinha sido visitado por navegadores portugueses e espanhóis, mas somente em 1532 se dá a fundação da primeira povoação, São Vicente, na atual Baixada Santista, por Martim Afonso de Sousa. Com a criação da Vila de São Vicente, instala-se, o primeiro parlamento nas Américas: A Câmara da Vila de São Vicente e realiza-se as primeiras eleições em continente americano. A procura de metais preciosos levou os portugueses a ultrapassarem a Serra do Mar, pelo antigo caminho indígena do Peabiru e em 1554, no planalto existente após a Serra do Mar, é fundada a vila de São Paulo de Piratininga pelos jesuítas liderados por Manuel da Nóbrega. Até o fim do século XVI são fundadas outras vila no entorno do planalto, como Santana de Parnaíba, garantindo assim a segurança e subsistência da vila de São Paulo.
Fundação de São Vicente, por Benedito Calixto.
A fundação de São Vicente no litoral paulista iniciou o processo de colonização do Brasil como política sistemática do governo português, motivada pela presença de estrangeiros que ameaçavam a posse da terra. Evidentemente, antes disso já havia ali um núcleo português que, à semelhança de outros das regiões litorâneas, fora constituído por náufragos e datava, provavelmente, do início do século XVI. Foi, no entanto, durante a estada de Martim Afonso de Sousa que se fundou, em 20 de janeiro de 1532, a vila de São Vicente e com ela se instalou o primeiro marco efetivo da colonização brasileira.
A faixa litorânea, estreita pela presença da Serra do Mar, não apresentava as condições necessárias para o desenvolvimento da grande lavoura. Por sua vez, o planalto deparava com o sério obstáculo do Caminho do Mar, que, ao invés de ligar, isolava a região de Piratininga, negando-lhe o acesso ao oceano e, portanto, a facilidade para o transporte. Em consequência, a capitania ficou relegada a um plano econômico inferior, impedida de cultivar com êxito o principal produto agrícola do Brasil colonial, a cana-de-açúcar, e de concorrer com a principal zona açucareira da época, representada por Pernambuco e Bahia.
Estabeleceu-se em Piratininga uma policultura de subsistência, baseada no trabalho forçado do índio. Os inventários dos primeiros paulistas acusavam pequena quantidade de importações e completa ausência de luxo. O isolamento criou no planalto uma sociedade peculiar. Chegar a São Paulo requeria fibra especial na luta contra as dificuldades do acesso à serra, os ataques dos índios, a fome, as doenças, o que levaria a imigração europeia a um rigoroso processo seletivo. Tais condições de vida determinariam a formação de uma sociedade em moldes mais democráticos que os daquela que se estabelecera mais ao norte da colônia.
As bandeiras
Entradas e bandeiras e Bandeirantes
Monumento às Bandeiras, Parque Ibirapuera, São Paulo.
Dificuldades econômicas, tino sertanista, localização geográfica (São Paulo era um importante centro de circulação fluvial e terrestre), espírito de aventura, seriam poderosos impulsos na arrancada para o sertão. Desde os primeiros tempos da colonização eram constantes as arremetidas, num bandeirismo defensivo que visava a garantir a expansão paulista do século XVII. Este seria o grande século das bandeiras, aquele em que se iniciaria o bandeirismo ofensivo propriamente dito, cujo propósito era em grande parte o lucro imediato proporcionado pela caça ao índio. Da vila de São Paulo partiram as bandeiras de apresamento chefiadas por Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto, André Fernandes, entre outros.
As condições peculiares de vida no planalto permitiram que os paulistas, durante os dois primeiros séculos, desfrutassem de considerável autonomia em setores como defesa, relações com os índios, administração eclesiástica, obras públicas e serviços municipais, controle de preços e mercadorias.
Do bandeirismo de apresamento passou-se ao bandeirismo minerador, quando a atividade de Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva, Pascoal Moreira Cabral e outros foi recompensada com o encontro dos veios auríferos em Minas Gerais e Mato Grosso. Dura provação foi o efeito do descobrimento do ouro sobre São Paulo e outras vilas do planalto: todos buscavam o enriquecimento imediato representado pelo metal precioso.[ Assim, o povoamento dos sertões brasileiros fez-se com sacrifício dos habitantes de São Paulo e em detrimento da densidade populacional da capitania. Essa ruptura demográfica, aliada a fatores geográficos já mencionados (a serra do Mar), ocasionou uma queda da produtividade agrícola, bem como o declínio de outras atividades, o que acentuou a pobreza do povo no decorrer do século XVIII. A capitania, que então abrangia toda a região das descobertas auríferas, foi transferida para a coroa e ali instalou-se governo próprio em 1709, separado do governo do Rio de Janeiro e com sede na vila de São Paulo, elevada à categoria de cidade em 1711.
Ciclo do ouro, decadência e restauração da capitania
Guerra dos Emboabas e Capitania de São Paulo
Representação da Guerra dos Emboabas.
No final do século XVII, bandeirantes paulistas descobrem ouro na região do Rio das Mortes, nas proximidades da atual São João del-Rei. A descoberta das imensas jazidas de ouro provoca uma corrida em direção às Minas Gerais, como eram chamadas na época os inúmeros depósitos de ouro por exploradores advindos tanto de São Paulo quanto de outras partes da colônia. Como descobridores das minas, os paulistas exigiam exclusividade na exploração do ouro, porém foram vencidos em 1710 com o fim da Guerra dos Emboabas, perdendo o controle das Minas Gerais, que se torna capitania autônoma em 1721. O ouro extraído de Minas Gerais seria escoado via Rio de Janeiro.
O êxodo em direção às Minas Gerais provocou a decadência econômica na capitania, e ao longo do século XVIII esta foi perdendo território e dinamismo econômico até ser simplesmente anexada em 1748 à capitania do Rio de Janeiro. Assim, pouco antes de ser anexada ao Rio de Janeiro, São Paulo perdeu território para a criação da Capitania de Goiás e a Capitania do Mato Grosso. Estas duas capitanias correspondem hoje aos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, Distrito Federal e o Triângulo Mineiro.
Em 1765, pelos esforços do Morgado de Mateus é reinstituída a Capitania de São Paulo e este promove uma política de incentivo à produção de açúcar para garantir o sustento da capitania. A capitania é restaurada entretanto com cerca de um terço de seu território original, compreendendo apenas os atuais estados de São Paulo e Paraná e parte de Santa Catarina. O Morgado de Mateus criou a Vila de Lages e Campo Mourão para a defesa da capitania. Foram criadas várias outras vilas, como Campinas e Piracicaba, fato que não ocorria desde o início do século XVIII em São Paulo, onde logo a cana-de-açúcar desenvolve-se.
A capitania de São Paulo ganha peso político, durante a época da Independência do Brasil, pela figura de José Bonifácio, natural de Santos, e em 7 de setembro de 1822 a Independência é proclamada às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, por Dom Pedro I. Em 1821 a capitania transforma-se em província. Em 1853 é criada a província do Paraná, e São Paulo perde território pela última vez, ficando a partir daquela data com seu território atual, tendo suas divisas atuais fixadas em definitivo apenas na década de 1930.
Ciclo do café e república velha
Ciclo do café e Política do café com leite
Interior da antiga sede da Bolsa do Café, em Santos.
Em 1817 é fundada a primeira fazenda de café de São Paulo, no vale do rio Paraíba do Sul, e, após a Independência do Brasil, o cultivo de café ganha força nas terras da região do Vale do Paraíba, enriquecendo rapidamente cidades como Guaratinguetá, Bananal, Lorena, Pindamonhangaba e Taubaté. O Vale enriquece-se rapidamente, gerando uma oligarquia rural, porém o restante da província continua dependente da cana-de-açúcar e do comércio que vai se estabelecendo na cidade de São Paulo, impulsionado pela fundação de uma Faculdade de Direito em 1827.
Entretanto, a exaustão dos solos do Vale do Paraíba e as crescentes dificuldades impostas ao regime escravocrata levam a uma decadência no cultivo do café a partir de 1860 e o Vale vai se esvaziando economicamente enquanto o cultivo do café migra em direção ao Oeste Paulista, substituindo o cultivo da cana-de-açúcar, resultando em grandes mudanças econômicas e sociais. A proibição do tráfico negreiro em 1850 leva a necessidade de busca de nova forma de mão-de-obra e a imigração de europeus passa a ser incentivada pelo governo Imperial e provincial. O escoamento dos grãos passa a ser feito via porto de Santos, o que leva a fundação da primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway, inaugurada em 1867, ligando Santos a Jundiaí, passando por São Paulo, que começa a se transformar em importante entreposto comercial entre o litoral e o interior cafeeiro. O café vai adentrando paulatinamente o oeste paulista; em 1870, a penetração da cultura encontra os férteis campos de cultivo de terras roxas do nordeste paulista, onde surgiram as maiores e mais produtivas fazendas de café do mundo. Atrás de novas terras para o café, exploradores adentram o até então desconhecido quadrilátero compreendido entre a Serra de Botucatu e os rios Paraná, Tietê e Paranapanema no final do século XIX e início do século XX. O sul paulista (Vale do Ribeira e região de Itapeva) não atrai o cultivo do café e sofre com litígios de divisa entre São Paulo e Paraná, sendo, portanto posto à margem do desenvolvimento do resto da província, tornando-se, até os dias atuais, a região mais pobre do território paulista.
Imigrantes italianos na Hospedaria dos Imigrantes de São Paulo em 1890.
O enriquecimento provocado pelo café e a constante chegada de imigrantes italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e árabes à província, além do desenvolvimento de uma grande rede férrea, trazem prosperidade a São Paulo.
Ao se instalar a república, afirmava-se claramente o predomínio econômico do novo estado. Se o Brasil era o café, o café era São Paulo. Essa realidade repercutiu na esfera nacional, daí a homogeneidade de 1894 a 1902, em três quadriênios consecutivos, com os presidentes Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves. No início do século XX, com o avanço das ferrovias rumo ao Rio Paraná são criados dezenas de municípios ao longo das ferrovias Estrada de Ferro Sorocabana, NOB e Companhia Paulista de Estradas de Ferro, ocupando o Oeste Paulista.
São Paulo ingressou com dois trunfos na era republicana: a riqueza do café e o sistema de mão-de-obra livre, que fora introduzido antes da abolição da escravatura e já se adaptara e integrara no modo de produção da agricultura paulista. Assim equipado, beneficiando-se da fraqueza institucional decorrente da proclamação da república, São Paulo aliou seu poder econômico à força eleitoral de Minas Gerais e instaurou a política do café com leite, que teve por consequência uma mudança no federalismo no Brasil, sendo até hoje visíveis os resultados. Para isso, concorreu também a visão empresarial de seus homens de negócios, cafeicultores principalmente, que, ainda no império, haviam aprendido a usar com presteza e vigor o poder político em defesa de seus interesses econômicos.
Estação da Luz, um dos símbolos do poder paulista no auge da República do café com leite.
Perceberam de imediato a oportunidade da introdução do imigrante estrangeiro e a subsidiaram com recursos da província, uma vez que o governo imperial dispensava maiores atenções ao estabelecimento de núcleos coloniais do que à imigração assalariada. Com a nova situação criada pela instituição do regime republicano, puderam ampliar seus meios de ação. Daí por diante, até a crise de 1929, não perderam de vista a expansão e defesa do produto que sustentava a economia da região.
Apesar das dissensões internas e de várias dissidências, o Partido Republicano Paulista (PRP) conseguiu manter grande coesão em face da União, o que lhe permitia levar avante uma política que satisfazia, em geral, aos interesses dominantes e que, inegavelmente, contribuiu para o prestígio de São Paulo dentro da federação.
O presidente de São Paulo de 1916 a 1920, Dr. Altino Arantes Marques enfrentou os 5 G: a Primeira Guerra Mundial, a grande geada de 1918, Greve Geral de 1917, a gripe espanhola e a invasão de gafanhotos no interior de São Paulo. Em 1924, durante a presidência de Carlos de Campos, ocorre em São Paulo, tanto na capital quanto no interior, a Revolução de 1924, que obriga Carlos de Campos a se retirar da capital. Acontecem destruições e depredações e bombardeiro por parte do governo federal. Os rebeldes são derrotados e rumam para o interior do Brasil. Washigton Luís chega à presidência da república em 1926, sendo porém deposto em 24 de outubro de 1930.
Revoluções de 1930 e 1932
Revolução de 1930 e Revolução Constitucionalista de 1932
Cartaz MMDC convocando o povo paulista às armas durante a Revolução de 1932.
Em 1° de março de 1930, o presidente de São Paulo, o paulista Júlio Prestes, foi eleito presidente da república, mas não tomou posse, impedido pela Revolução de 1930, a qual também derrubou da presidência da república Washington Luís que fora presidente de São Paulo entre 1920 e 1924.[26] São Paulo então passou a ser governado pelos vencedores da Revolução de 1930 e logo em seguida se revoltou contra essa situação protagonizando a Revolução de 1932. Júlio Prestes e Washington Luís foram exilados. Os jornais apoiadores do PRP foram destruídos.
A década de 1930 em São Paulo caracterizou-se, do ponto de vista econômico, pelos esforços de ajustamento às novas condições criadas pela crise mundial de 1929 e pela derrocada do café. Do ponto de vista político, o período foi marcado pela luta em prol da recuperação da hegemonia paulista na federação, atingida pela Aliança Liberal e afinal aniquilada pela revolução de 1930. Esta submeteu o estado à ação dos interventores federais, que, de início, nem paulistas eram. Surgiram logo as reivindicações a favor de um governo paulista, o que, na versão dos vencedores da Revolução de 1930, era visto como tentativa de a restaurar os grupos hegemônicos paulistas, cujos interesses, tanto econômicos quanto políticos, estavam sendo prejudicados pela nova situação.
Habituadas a conduzir seu próprio destino, as classes dirigentes se insurgiram sob a liderança do Partido Democrático, então presidido pelo professor Francisco Morato, justamente o partido aliado à revolução getulista de 1930. A organização política rompeu, porém, com o governo federal e constituiu, com as classes conservadoras e o velho PRP, a Frente Única Paulista. Esta procurou aliança com outros estados, particularmente com a oposição gaúcha, mas afinal os paulistas rebelaram-se,contando apenas com o apoio de tropas do Estado de Maracaju (atual Mato Grosso do Sul).
Em 9 de julho de 1932, irrompeu a revolução constitucionalista de São Paulo. Governava o estado, como interventor federal, o paulista Pedro Manuel de Toledo, logo proclamado governador. Formaram-se batalhões de voluntários, e aderiram ao movimento algumas unidades do Exército, um forte contingente de Mato Grosso e a quase totalidade da força pública estadual. Foram mobilizados inicialmente cinquenta mil homens, cujo comando coube ao general Bertoldo Klingler, e depois ao coronel Euclides de Oliveira Figueiredo.
A indústria participou da revolução com entusiasmo. Sob a direção de Roberto Cochrane Simonsen, todo o parque industrial paulista foi colocado a serviço da rebelião, dedicado à produção bélica. Organizou-se também o abastecimento interno. A luta durou, porém, apenas três meses e terminou com a derrota dos paulistas e a perda de centenas de vidas. Alguns meses após a capitulação, o governo federal, a fim de pacificar o país, decidiu convocar eleições para a Assembleia Constituinte, respondendo ao objetivo principal dos revolucionários paulistas: a restauração da ordem constitucional. Enquanto isso, São Paulo foi ocupado militarmente de outubro de 1932 a agosto de 1933. Foram exilados o ex-governador Pedro de Toledo, seu secretariado e outros políticos que tomaram parte ativa na revolução.
Industrialização e metropolização
Edifício Altino Arantes, em São Paulo, inaugurado em 1947 é uma expressão da pujança econômica do estado na época.
Após a Primeira Guerra Mundial, o cultivo do café começa a enfrentar crises de excesso de oferta e concorrência de outros países. O cultivo começa a ser controlado pelo governo, a fim de evitar crises e fazendas fecham, levando imigrantes em direção a São Paulo, onde se tornam operários. Pressões políticas exigindo o fim do predomínio da elite cafeeira paulista surgem e movimentos artísticos como a Semana de 1922 propagam novas ideias sociais e econômicas. A imigração externa começa a se enfraquecer e greves anarquistas e comunistas rebentam em São Paulo enquanto impérios industriais como o de Matarazzo são formados.
Em 1930 o café entra em sua derradeira crise com a Grande Depressão, o colapso dos preços externos dos grãos e a Revolução de 1930, que retira os paulistas do poder. Dois anos depois, em 1932, São Paulo combate Getúlio Vargas na Revolução Constitucionalista, em uma tentativa de retomar o poder perdido, porém é derrotado militarmente. A crise do café se amplifica e o êxodo rural em direção à cidade de São Paulo esvazia o interior do estado. No período do Estado Novo com Ademar de Barros como governador do estado e Prestes Maia prefeito da cidade de São Paulo, o estado entra em uma nova fase de desenvolvimento com a construção de grandes rodovias e usinas hidrelétricas.
A Segunda Guerra Mundial interrompe as importações de produtos e a indústria paulista inicia um processo de substituição de importações, passando a produzir no estado os produtos até então importados. O processo intensifica-se no governo de Juscelino Kubitschek, que lança as bases da indústria automotiva no ABC paulista.
Para suprir a mão de obra necessária, o estado passa a receber milhões de nordestinos, que substituem os antigos imigrantes, que agora passam a compor a classe média paulista, como operários. Este rápido aumento populacional promove um processo de metropolização, onde a cidade de São Paulo se aglomera com as cidades vizinhas, formando a Região Metropolitana de São Paulo.
Rodovia Washington Luís, um dos vetores de desenvolvimento do interior paulista.
Nas décadas de 1960 e 1970 o governo estadual promove diversas obras que incentivam a economia do interior do estado, esvaziado desde a crise do café em 1930. A abertura e duplicação da Via Dutra (BR-116) recupera e industrializa o Vale do Paraíba, que se concentra em torno da indústria aeronáutica de São José dos Campos. Para o Oeste, a implantação do Aeroporto Internacional de Viracopos, a criação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a abertura de rodovias como a Rodovia Anhanguera e Bandeirantes e Rodovia Washington Luís o implemento de técnicas modernas de produção, em especial da cana-de-açúcar e de seu subproduto, o álcool combustível, levam novamente o progresso às regiões de Campinas, Sorocaba, Central, Ribeirão Preto e Franca.
Este processo de recuperação econômica do interior intensifica-se a partir da década de 1980, quando inúmeros problemas urbanos, como violência, poluição e ocupação desordenada, afligem a Região Metropolitana de São Paulo. Entre 1980 e 2000 a grande maioria dos investimentos realizados no estado foi feita fora da capital, que passa de uma metrópole industrial para um polo de serviços e finanças. O interior torna-se industrializado e próspero, em especial entre os eixos Campinas - Piracicaba - São Carlos - Ribeirão Preto - Sorocaba - São José dos Campos - Taubaté.
Entretanto, mesmo com o enriquecimento e industrialização do interior, outros estados passam a ter uma taxa de crescimento econômico ainda mais elevada que São Paulo, principalmente as regiões Sul e Centro-Oeste. Atualmente, ainda que o crescimento não seja mais tão alto e haja concorrência de outros estados, São Paulo é o principal polo econômico e industrial da América do Sul, sendo o maior mercado consumidor do Brasil.
Geografia
Imagem de satélite mostrando todo o território paulista e parte dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Ver artigo principal: Geografia de São Paulo
São Paulo é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado a sul da região Sudeste, tendo como limites os estados de Minas Gerais a norte e nordeste, a Paraná a sul, e o Rio de Janeiro a norte e Mato Grosso do Sul a oeste, além do Oceano Atlântico a sudeste. A área do estado é de 248 808 km² equivalente a 2,91% do território brasileiro, onde 4 971,0469 km² estão em perímetro urbano. Seus municípios mais extremos são Populina no extremo norte (19º 46' 45'' S, 50º 28' 17'' W), Cananeia no extremo sul (25º 18' 43' S, 48º 05' 56'' W), Bananal no extremo leste (22º 40' 40'' S, 44º 09' 38'' W) e Rosana no extremo oeste (22º 36' 35'' S, 53º 06' 35'' W).
Relevo
Pedra da Mina, com 2 797 metros de altitude é o ponto mais alto do estado.
Com 85% de seu território entre 300 e 900 metros de altitude, a maior parte do território paulista é formada por planícies litorâneas estreitas, que são limitadas pela Serra do Mar, além de planícies no resto do território. O ponto mais alto do estado é a Pedra da Mina, com 2 797 metros de altitude. Oficialmente, as formas de relevo existentes no estado de São Paulo podem ser divididas nos seguintes tipos de unidades geomorfológicas: planície costeira, planalto atlântico, depressão periférica, cuestas basálticas e planalto ocidental.
A planície costeira é encontrada unicamente em todo o litoral, estendendo-se de norte a sul, abrangendo, além do litoral, os morros, as serras (do Mar, Paranapiacaba e Itatins) e o Vale do Ribeira, no sul do estado. Já o planalto atlântico, estende-se desde o sul paulista, próximo ao litoral, até partes do Vale do Paraíba, no leste do estado e o nordeste paulista, na divisa com o estado de Minas Gerais, abrangendo uma grande faixa de rochas cristalinas. A Depressão Periférica Paulista é predominantemente formada por sedimentos da Bacia do Paraná, existentes desde os períodos paleozoico e mesozoico, estendendo-se desde o planalto atlântico às cuestas basálticas; nessa forma de relevo, as altitudes se concentram em torno de seiscentos e 750 metros Depois, vem as cuestas basálticas, encontradas desde o sudoeste até o extremo nordeste paulista; nessa forma de relevo, existem sedimentos erosivos compostos por rochas vulcânicas. E, por último, vem o Planalto Ocidental Paulista, que cobre quase metade do território do estado, abrangendo o norte, o Oeste Paulista e o noroeste; seu relevo é composto por ondulações, com colinas de topos aplainados, amplos e baixos.
Clima
Campos do Jordão, um dos municípios mais frios do Brasil.
No estado de São Paulo, existem quatro tipos distintos de clima: o tropical superúmido, tropical de altitude, tropical quente e úmido e subtropical úmido. Entretanto, conforme a Classificação climática de Köppen-Geiger, existem sete tipos climáticos em território paulista: Cwa, Cwb, Aw, Am, Cfa, Cfb e Af.
O clima tropical superúmido (Af) é caracterizado por temperaturas médias de 18°C no mês mais quente, onde as maiores precipitações costumam ocorrer entre os meses de março e agosto, quando o volume médio ultrapassa 1 500 milímetros, enquanto no mês mais seco essas precipitações são superiores a sessenta milímetros; janeiro e fevereiro são os meses mais quentes e com temperaturas médias entre 24 e 25°C; esse tipo de clima só é encontrado nos arredores do litoral paulista. O segundo clima é o tropical de altitude (Cwa), o de maior predominância no estado de São Paulo, que pode ser encontrado nas regiões central, leste e oeste, cujas principais características são a presença de chuvas durante a estação do verão e as secas no inverno; na estação chuvosa, a temperatura média é de 22°C, enquanto 18°C é a média da estação seca. Entretanto, em outras regiões o verão é mais ameno (tipo Cwb), típico das regiões serranas, com temperatura que ultrapassam os 22°C durante o mês mais quente, enquanto que quase um terço do ano, a temperatura é superior aos 10°C. Depois, vem o clima tropical de inverno seco, predominante no norte e Noroeste Paulista, com uma estação chuvosa predominante entre novembro e abril e uma estação seca no resto do ano; na estação seca (inverno), a temperatura média costuma ultrapassar 18ºC, com precipitações médias abaixo de 60 milímetros. Em outras regiões, o clima é do tipo tropical chuvoso (Am), também com estações de seca e temperatura que também ultrapassa os 18°C (no mês mais frio). E, por último, vem o clima subtropical, que pode ser do tipo "Cfa" e "Cfb". O do tipo Cfa é subtropical, com verão quente, sem ocorrência de estações seca na estação do inverno, com temperaturas médias que chegam a registrar uma mínima de três graus negativos (-3°C) e máximas de até 22°C. O tipo "Cfb", predominante em áreas serranas mais alta, como a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar, costuma ter temperaturas inferiores a 22°C no mês mais frio e um verão mais ameno, se comparado ao tipo Cfa.
Existem também relatos de geada e de sublimação de nevoeiro dentro do estado.
Hidrografia
Rios do estado de São Paulo
O rio Tietê percorre todo o território paulista ao longo de seu percurso, de sudeste a noroeste. Na imagem, a barragem de Barra Bonita.
Na rede hidrográfica, entre os principais rios do estado de São Paulo estão o Tietê - percorre todo o território paulista de sudeste a noroeste e nasce em Salesópolis, a 110 km de São Paulo, percorrendo 1 136 quilômetros até a sua foz, no Rio Paraná, em Itapura, divisa do território paulista com Mato Grosso do Sul -, Paraná - formado pela junção dos rios Paranaíba e Grande, nasce em Carneirinho, no extremo oeste do estado de Minas Gerais e separa São Paulo de Mato Grosso do Sul, e este último do Paraná, tendo como principais afluentes os rios Iguaçu (no Paraná), Paranapanema e Tietê; sua bacia hidrográfica cobre grande parte do estado de São Paulo - e Paranapanema - nasce no estado de São Paulo e percorre em seu curso 930 quilômetros, sendo um divisor entre os estados de São Paulo e Paraná a partir da região de Ourinhos. Outros rios importantes deste estado são Turvo, do Peixe, Paraíba do Sul, Piracicaba, Pardo, Moji-Guaçu, Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu.
A vertente atlântica compreende, em geral, apenas pequenos rios que descem da serra do Mar e atravessam a planície litorânea em direção ao oceano. Apenas dois rios desse grupo alcançam maior extensão, penetrando com suas cabeceiras no seio do planalto cristalino; são eles o Ribeira do Iguape e o Paraíba do Sul. Este último corre em direção ao nordeste e penetra no estado do Rio de Janeiro, onde se situa a maior parte de seu curso.
Predomina no estado o regime tropical: os rios enchem no verão e reduzem sua descarga no inverno, período de estiagem.
Litoral e ecologia
Litoral de São Paulo
Parque Nacional da Serra da Bocaina, próximo à divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com 622 quilômetros de extensão, o litoral paulista compartilha praias de diversos tamanhos, desde o litoral norte até o litoral sul, além de ser um importante destino turístico. Todos os municípios limítrofes com o litoral paulista têm a denominação de estâncias balneárias. Nos municípios litorâneos, podem ser encontrados ecossistemas complexos, como estuários, além de áreas de preservação ambiental, que têm predominância no litoral sul.
São Paulo também possui diversas unidades de conservação, espalhadas por todo o seu território, desde parques nacionais, parques estaduais, estações ecológicas, reservas biológicas, áreas de relevante interesse ecológico, terras indígenas e áreas naturais tombadas. No litoral, podem-se citadas, dentre as inúmeras unidades de conservação, o Parque Nacional da Serra da Bocaina (encontrada nos municípios de Ubatuba, Cunha, São José do Barreiro e Areias), o Parque Estadual da Ilha de Anchieta (em Ubatuba), a Estação Ecológica dos Tupinambás (em Iguape), a Área de Proteção Ambiental de Ilha Comprida (em Ilha Comprida), além de ilhas do litoral paulista (áreas naturais tombadas), entre outras. Na capital e no interior, podem ser citados o Parque Estadual da Serra da Cantareira (na divisa entre os municípios de São Paulo, Guarulhos, Caieiras e Mairiporã), a Estação Ecológica de Assis (em Assis), a Estação Ecológica do Noroeste Paulista (nos municípios de São José do Rio Preto e Mirassol), a Reserva Biológica de Andradina (em Andradina), a Área de Proteção Ambiental de Campos do Jordão (em Campos do Jordão) e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, que está presente em cento e treze municípios do estado de São Paulo.
Com o objetivo de restaurar o ecossistema no estado, o governo estadual vem criando e sancionado leis para beneficiar e restaurar o ecossistema, como a que foi sancionada em 2008, pelo governador na época, José Serra. Além dessas leis, também existem instituições também com o objetivo de restaurar e conservar a biodiversidade, como o Programa Estadual para Conservação da Biodiversidade (PROBIO/SP) e o Marco Legal para Reflorestamento Heterogêneo.
Flora e fauna
Ipê-amarelo-cascudo (Tabebuia chrysotricha) em Avaré, árvore típica do cerrado.
Nos primórdios da colonização portuguesa no Brasil, o território que corresponde atualmente ao estado de São Paulo tinha dois ecossistemas: a mata atlântica (81%) e o cerrado (12%). Entretanto, esses ecossistemas foram sendo devastados no decorrer da história, diminuindo significativamente a biodiversidade. A devastação dessas áreas se intensificou no decorrer do século XIX, quando o café se expandiu do Vale do Paraíba para o Oeste Paulista. Hoje, são encontradas em território paulista apenas 8,3% da vegetação de Mata Atlântica nativa, apenas 1% do cerrado, além de restingas e manguezais.
Os tipos de vegetação encontrados em território paulista podem ser do tipo mangue, floresta tropical ou Mata Atlântica. Os mangue (ou manguezais) só são encontrados no litoral, com associação a terrenos planos e de baixa de altitude, zonas tropicais do litoral, cujas principais características são as formações vegetais com árvores e arbustos, cujas raízes são aéreas devido ao fato de este tipo de vegetação ser pobre em gás oxigênio. A Mata Atlântica, que já chegou a ser estender do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de hoje, foi quase que totalmente devastada, restando atualmente apenas 5% de sua vegetação original (cerca de 52 mil quilômetros quadrados); na mesma época, esse tipo de de vegetação cobria cerca de 81,8% do território do estado de São Paulo, hoje esse percentual é só de 8,3%, entretanto, São Paulo ainda preserva 18% da área remanescente do Brasil, além de 83,6% de vegetação nativa; a mata atlântica é encontrada ao longo do litoral e da Serra da Mantiqueira. E, por último, vêm as florestas tropicais, que pode ser encontrada no resto do território paulista.
Quanto à fauna, existem algumas espécies no estado que já foram extintas, outras estão criticamente em perigo, vulneráveis ou presumivelmente ameaçadas. Ao todo, vinte e cinco espécies já foram extintas, 68 estão criticamente em perigo, 72 em perigo, 148 vulneráveis e 213 presumivelmente ameaçadas. Quanto às plantas, acredita-se que, entre as quase trezentas espécies ameaçadas (296), cento e quatorze estavam em estado vulnerável, cento e dezoito em perigo, vinte e nove criticamente em perigo e outras trinta e cinco espécies presumivelmente extintas.
Demografia de São Paulo
Crescimento populacional
Censo Pop. %±
1872 837 354
1890 1 384 753 65,4%
1900 2 282 279 64,8%
1920 4 592 188 101,2%
1940 7 180 316 56,4%
1950 9 134 423 27,2%
1960 12 974 699 42,0%
1970 17 958 693 38,4%
1980 25 375 199 41,3%
1991 31 546 473 24,3%
2000 36 969 476 17,2%
2010 41 262 199 11,6%
Fonte: IBGE
Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, a população do estado de São Paulo possuía 41 252 360 habitantes, sendo o estado mais populoso do Brasil, representando mais de 20% da população brasileira. Segundo o censo de 2010, 20 071 766 habitantes eram homens e 21 180 394 habitantes eram mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, 39 552 234 habitantes viviam na zona urbana e 1 699 926 na zona rural. Em dez anos, o estado registrou uma taxa de crescimento populacional de 11,61%.
A densidade demográfica no estado, que é uma divisão entre sua população e sua área, é de 165,7 habitantes por quilômetro quadrado. Esse indicador, entretanto, apresenta contrastes pronunciados de acordo com a região analisada, variando de 2 375,2 hab./km² na Região Metropolitana de São Paulo até o valor mínimo de 23,5 hab./km² na região de Registro. A capital paulista, com mais de onze milhões de habitantes, é o município mais populoso do estado e do país, concentrando, sozinha, mais de um quarto da população paulista e sua região metropolitana, com mais de 19,6 milhões de habitantes, reúne quase metade da população do estado. O estado conseguiu alcançar esse patamar populacional depois de crescer durante muitos anos com taxas populacionais superiores à média nacional.
Densidade populacional de São Paulo.
0-25 hab/km²
25-50 hab/km²
50-100 hab/km²
100-150 hab/km²
150-200 hab/km²
200-300 hab/km²
300-400 hab/km²
400-500 hab/km²
> 500 hab/km²
De acordo com o censo de 2000, dos 40 milhões de habitantes do estado 93,7% vivem em cidades, enquanto 6,3% da população vive no campo. A composição da população paulista por sexo, mostra que para cada 100 mulheres residentes no estado existem 96 homens. Esse pequeno desequilíbrio entre os dois sexos ocorre porque as mulheres possuem uma expectativa de vida oito anos mais elevada que a dos homens, além da maior participação feminina em fluxos migratórios para o estado.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado, considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,833, sendo o terceiro maior do Brasil, depois do Distrito Federal e de Santa Catarina, e o maior da Região Sudeste. Considerando apenas a educação, o índice é 0,921 (o brasileiro é 0,849); o índice de longevidade é 0,812 (o brasileiro é 0,638) e o índice de renda é 0,768. A renda per capita é de 24 457 reais. Entre 1991 e 2000, o estado registrou uma forte evolução tanto no seu IDH geral quanto na educação, longevidade e renda, critérios utilizados para calcular o índice. A educação foi o critério que mais evoluiu em nove anos, de 0,837 em 1991 para 0,901 em 2000, e em 2005 o valor passou a ser 0,921. Depois da educação, vem a longevidade, que em 1991 tinha um valor de 0,730, passando para 0,770 em 2000 e 0,807 em 2005. E, por último, vem a renda, o critério que menos evoluiu entre 1991 (0,766) e 2000 (0,790), caindo para 0,750 em 2005.[4] Quanto ao IDH-M, que é uma média aritmética dos três subíndices, a evolução também foi significativa, passando de 0,778 em 1991 para 0,820 em 2000, e em 2005 o valor passou para 0,833. O município com o maior IDH é São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, com um valor de 0,919, sendo também o maior IDH do Brasil; São Paulo, capital do estado, ocupa a décima oitava posição no estado, enquanto Itapirapuã Paulista, situado no sul do estado, a 378 km da capital, tem o menor valor (0,645).
Etnias
Grupos étnicos em São Paulo
Etnia Porcentagem
Brancos
67,9%
Pardos
24,7%
Pretos
5,8%
Amarelos
1,3%
Indígenas
0,3%
Segundo o censo de 2000 do IBGE, a população de São Paulo está composta por: brancos (67,9%), pardos (24,7%), pretos (5,8%), amarelos (1,3%) e indígenas (0,3%).
A forte imigração no final do século XIX e início do século XX, trouxe ao estado pessoas de todas as partes do mundo. Dos mais de cinco milhões de imigrantes que desembarcaram em território brasileiro, grande parte se fixou em território paulista. Atualmente, treze milhões de italianos e descendentes, cerca de 32,5% da população do estado, vivem no estado de São Paulo.
A população descende principalmente de imigrantes europeus (sobretudo portugueses, italianos, espanhóis e alemães). Também há grandes comunidades de povos do Oriente Médio (libaneses, sírios e armênios) e Ásia Oriental (japoneses, coreanos e chineses), além de descendentes de africanos.
Muitas pessoas de outros estados brasileiros também migram para São Paulo em busca de trabalho ou melhores condições de vida. Em sua maior parte são pessoas oriundas da Região Nordeste do Brasil, de Minas Gerais e do Paraná.
De acordo com um estudo de 2006, a composição genética de São Paulo é a seguinte: 79% de herança europeia, 14% de herança africana e 7% de herança indígena.
Segurança pública e criminalidade
Polícia Militar do Estado de São Paulo e Polícia Civil do Estado de São Paulo
Viaturas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
São Paulo, assim como os demais estados do Brasil, conta com dois tipos de corporações policiais para realizar a segurança pública em seu território, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), a maior polícia do Brasil e a terceira maior da América Latina em efetivo, com 138.000 militares, e a Polícia Civil do Estado de São Paulo, que exerce a função de polícia judiciária e é subordinada ao governo do estado.
De acordo com dados do "Mapa da Violência 2011", publicado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes do estado de São Paulo é a terceira menor do Brasil. O número de homicídios de São Paulo caiu de 39,7 para 14,9 por 100 mil habitantes no período entre 1998 e 2008. O estado, que ocupava o 5º lugar entre os estados mais violentos do país em 1998, passou a ocupar a 25ª posição em 2008, atrás apenas do Piauí e de Santa Catarina, apresentando uma queda acima de 62% no número de assassinatos durante o período pesquisado. Em 2010, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o estado alcançou a taxa de 10,47 homicídios por 100 mil habitantes, uma redução de 70,3% em relação ao número registrado em 1999, que foi de 35,27 homicídios a cada 100 mil habitantes. A atual taxa de homicídios do estado está próxima do considerado suportável pela Organização Mundial da Saúde, que é de 10 homicídios por 100 mil habitantes. Outros índices de criminalidade também apresentaram queda no período pesquisado, como o estupro, que teve redução de 75%.
De acordo com dados do "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008", também publicado pelo Instituto Sangari, os dez municípios paulistas com as maiores taxas de homicídios por grupo de 100 mil habitantes são Caraguatatuba (70,4), São Sebastião (60,6), Itapecerica da Serra (56,8), Ibiúna (49), Pedro de Toledo (48,4), Juquitiba (46,9), Diadema (45,8), Itaquaquecetuba (45,1), Francisco Morato (45,1) e Embu-Guaçu (43,3). No "Mapa da Violência 2011", o único município paulista que aparece na lista das 100 cidades mais violentas do Brasil é Caraguatatuba, que ocupou a 91ª posição com uma taxa de homicídios de 58,1 por 100 mil habitantes.
Religião
Religião em São Paulo
Religião Porcentagem
Catolicismo romano
70,31%
Protestantismo
17,04%
Sem religião
7,28%
Espiritismo
2,10%
Outros
3,27%
Tal qual a variedade cultural verificável em São Paulo, são diversas as manifestações religiosas presentes no estado. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, tanto devido à colonização quanto à imigração — e ainda hoje a maioria dos paulistas declara-se católica —, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes, assim como a prática do budismo, do islamismo, espiritismo, entre outras.
De acordo com dados do censo de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de São Paulo está composta por: católicos (70,31%), protestantes (17,04%), pessoas sem religião (7,28%), espíritas (2,10%), budistas (0,39%), umbandistas (0,21%) e Judeus (0,11%).
Habitação e condições de vida
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, São Paulo contava, em 2008, com mais de 12 milhões de domicílios.Desse total, 90,8% possuíam acesso à rede de esgoto (sendo 78,4% tratado), 96,9% tinham acesso à rede de água encanada e 100% possuíam energia elétrica. Em 2006, a coleta de lixo atingia 98,4% das residências, 26,7% dos domicílios possuíam acesso à internet e 86,9% possuíam telefone.
Embora esses dados mostrem que São Paulo ocupa uma posição relativamente confortável na comparação com as médias brasileiras, persiste no estado o grave problema de habitações precárias ou insuficientes. O déficit habitacional paulista, de mais de 1,478 milhão de moradias, é o maior do país. O estado concentra a maioria das famílias urbanas com grande comprometimento da renda com aluguel na região Sudeste do Brasil. Segundo um estudo publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo no ano 2000, mais da metade das famílias da capital paulista moravam em favelas, cortiços ou loteamentos clandestinos.
No ano de 2003, o coeficiente de Gini do estado de São Paulo era estimado em 0,45 e a taxa de incidência da pobreza correspondia a 26,6 % da população. Em 2009, a taxa de fecundidade era de 1,78 filhos por mulher e a taxa de mortalidade infantil era de 14,5 por mil (2009). O rendimento médio familiar mensal, no período de 2008-2009, era de R$ 3 450,94, e a despesa média familiar mensal era de R$ 3 337,00. O rendimento médio dos vínculos empregatícios do estado estava, em 2008, em R$ 1 663,36.
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