Guerra da Cisplatina - http://www.guerras.brasilescola.com/seculo-xvi-xix/guerra-cisplatina.htm
Qual o sentido de uma guerra para uma nação? A resposta dessa pergunta não é nada fácil, tendo em vista os diversos fatores que levam um Estado a se levantar em armas. Durante o Primeiro Reinado, Dom Pedro I foi confrontado ao se deparar com a revolta da província da Cisplatina. Tal região, historicamente colonizada pelos espanhóis, havia sido dominada pelo rei Dom João VI no período em que comandou o governo português em terras brasileiras.
O interesse de Dom João VI em conquistar a região da Cisplatina pode ser compreendido por meio de duas questões distintas. Inicialmente, devemos considerar que os levantes liberais e abolicionistas que tomavam essa região representavam uma ameaça à hegemonia política de Dom João VI no Brasil. De fato, o rei lusitano temia que o triunfo do movimento de independência da Cisplatina pudesse inspirar outros movimentos de igual natureza em terras brasileiras.
Além disso, outra justificativa para esta ação girava em torno da rainha Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI e irmã do rei espanhol Fernando VII. Nessa época, estando a Espanha dominada pelas tropas de Napoleão, a rainha Carlota Joaquina tinha o interesse em se tornar “Rainha do Prata” e assim assumir autoridade naquela região como regente de seu irmão. Por essas razões, a invasão portuguesa à Cisplatina foi iniciada em 1816.
Com a saída de Dom João VI do Brasil e o processo brasileiro de independência, as populações da região cisplatina se reuniram em um exército revolucionário apoiado pelos argentinos. Tal medida era um simples reflexo à incoerência da dominação brasileira sob um território de feições históricas e culturais completamente distintas do restante do país. Contudo, apesar da relevância de tal argumento, o imperador Dom Pedro I não reconheceu o pedido de autonomia dos revoltosos.
Entre 1825 e 1828, o governo brasileiro declarou guerra contra os revolucionários em um conflito que provocou um sério esvaziamento dos cofres brasileiros. Além disso, as autoridades imperiais realizaram o recrutamento forçado de vários populares que buscavam uma vida melhor após a independência. Em pouco tempo, os ataques políticos contra Dom Pedro I eram cada vez mais contundentes. Afinal de contas, valeria à pena gastar tanto pela conquista de tão diminuto espaço estrangeiro?
As derrotas sucessivas nos campos de batalha e a necessidade de se contrair novas dívidas mostraram que a opção pela guerra era completamente equivocada. Por fim, em 1828, os revolucionários vitoriosos conseguiram estabelecer a República Oriental do Uruguai. Colocando a nação derrotada e afundada em dívidas, a autoridade de Dom Pedro I foi criticada por jornais e personalidades políticas que questionavam sua autoridade frente ao trono brasileiro.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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