MIGRAÇÕES HUMANAS
O HOMEM, UM ETERNO NÔMADE.
Onde hoje é Berlim, não há nenhum alemão; nenhum russo na atual
Moscou. Também não há húngaros em Budapeste nem turcos em Ancara;
Madri é ainda um povoado Mouro. É o ano 900 da Era Cristã.
São as migrações humanas que vão mudar,em pouco tempo,todo
esse panorama. Da mesma forma farão das Américas, Oceania,
Austrália, Norte da Ásia e partes da África domínios do homem
branco no curto período de quatrocentos anos. Transformarão
completamente o aspecto das terras e continentes e a composição
racial, étnica e lingüística de seus habitantes.
Migração humana compreende qualquer deslocamento,temporário
ou definitivo, de indivíduos ou grupos no espaço geográfico, procura
de novos locais para viver. Locais que lhes proporcionem trabalho,
liberdade política ou religiosa, clima mais propício,melhores condições
de vida. A ocupação de todo o globo fez- se por meio desses desloca-
mento de populações. Alguns paleoantropólogos,estudiosos da antiga
história do homem, pensam que o ponto inicial de irradiação foi a
região central do continente asiático.
POR QUE MIGRAR?
As migrações compreendem tanto os movimentos para fora
de um país – a emigração – como para dentro dele – a imigração
-, e também deslocamentos de contingentes populacionais no
interior de um mesmo país – esta é a migração propriamente
dita. Calamidades como terremotos, maremotos,erupção de
vulcões, obrigam muitas vezes o homem a abandonar sua terra.
Mas não só isso pode determinar a migração. Os homens que
vivem do a natureza lhe oferece deixam de ter condições de
subsistência quando a caça, a pesca ou o solo se esgotam.
Ou ainda pode suceder que a população aumente muito
e os recursos da terra não sejam mais suficientes para suprir
as necessidades de todos. Nesse caso, o grupo se divide, em
busca do equilíbrio da densidade econômica, ou seja, da
correta proporção entre o número de habitantes e os recursos
naturais de que dispõem.
As lendas de povos de todos os continentes conservaram
relatos que mostram como seus ancestrais foram obrigados
por causa de secas, enchentes e outras catástrofes. A transfor-
mação de zonas férteis em desérticas – caso do atual deserto
do Saara e das regiões áridas da Ásia Central – provocou a
migração de povos que haviam atingido alto nível de desen-
volvimento, como provam as ruínas aí encontradas.
Fenômeno como esse seriam responsáveis pelas invasões
de nômades vindos das estepes e desertos, como os hicsos,
que invadiram o Egito no século XVI a. C., e os mongóis,
que assolaram, muitos séculos depois, a Europa e o Oriente
Médio.
Ao longo da História sempre houve povos que não se fixaram
em parte alguma. São os nômades, que tanto percorreram a
a Ásia, a África ou a América nos tempos mais remotos,como
ainda hoje se mantêm em permanente migração.
O nomadismo é típico de grupos que habitam áreas desérticas,
vivendo da troca ou coleta de alimentos e, em alguns casos, da
criação de rebanhos, principalmente caprinos e ovinos. É muito
praticado no Oriente Médio, na região do deserto Arábico,
estendendo-se para o norte, na Síria, Iraque e Jordânia. Três a
quatro milhões de pessoas deslocam-se continuamente nessa
área.
No Saara vivem atualmente cerca de 1.500.000 nômades.
Nas regiões semi- áridas, o fenômeno se apresenta com
características de seminomadismo, dedicando-se os grupos
em geral ao pastoreio, sempre em busca de regiões mais
propícias a criação de animais e a agricultura de subsistência.
A difusão das modernas técnicas de cultivo e o desenvolvimento
dos meios de transporte, bem como as regulamentações adminis-
trativas que controlam as oscilações dos contingentes popula-
cionais, ameaçam a sobrevivência das formas de vida nômade.
Lembrete: Em meados do século XIX, as dificuldades
econômicas, políticas e religiosas levaram cerca de dois
milhões de irlandeses a partirem para a América.
EM BUSCA DE RIQUEZAS
Muitas vezes o homem emigra de uma região onde as
condições de vida são desfavoráveis, por causa de fatores
como desemprego,pobreza,salários baixos, escassez de
terras cultiváveis e superpopulação. É atraído para regiões
que lhe oferecem condições promissoras e abandona sua
terra natal. Foi o caso dos agricultores alemães e italianos
que vieram para o Brasil, a partir de 1870, com a oferta
de terras cultiváveis. Como é o caso hoje em dia dos
operários semi- qualificados, sobretudo portugueses, e
espanhóis, gregos e italianos, que se dirigem em fluxo
contínuo para a Alemanha,Suíça e França, em busca de
melhores salários.
A possibilidade de exploração de um novo recurso
econômico atrai,também, grandes contingentes humanos.
A descoberta de ouro,por exemplo,estimulou a colonização da
América espanhola, e correram então os célebres
mitos das cidades e montanhas de ouro, o Eldorado.
O povoamento das regiões do extremo oeste norte –
americano e do sudoeste australiano acelerou-se
consideravelmente com as frenéticas corrida do ouro.
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