Começa curso de Libras para servidores
Começou nesta terça-feira (9), na sede da Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos (Feneis), no bairro Rebouças,
o curso de capacitação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para servidores
da Prefeitura de Curitiba das nove administrações regionais. Trinta
e três servidores participam do curso, que será promovido até abril
de 2011. O curso é fruto de uma parceria da Feneis com
o Instituto de Administração Municipal (Imap) e a Secretaria de
Governo Municipal (SGM).
Na abertura do curso, a diretora da Feneis, Iraci Suzin, destacou
a importância da comunicação em Libras. “O mundo do surdo é
totalmente visual. Sua linguagem é muito bonita, tem muita plasticidade.
Tudo fala, o corpo fala, e quando conversa, apela muito para
as sensações. Óbvio que nem todo mundo tem obrigação de
dominar a Libras, mas precisamos perceber essa diferença
e observar certos detalhes, como por exemplo, falar sempre
com os lábios mais pronunciados e sempre de frente com ele”,
afirmou Iraci.
“Pela primeira aula já pude perceber o elevado nível de interesse dos
alunos e creio que, mesmo antes da conclusão do curso, já poderão
atender ao público surdo de maneira satisfatória”, considerou a
pedagoga Elizanete Fávero, que conduz as aulas. Cursando especialização
em libras na UFPR, Elizanete nasceu ouvinte, mas por causa de uma
meningite ficou surda com um ano de idade.
As servidoras Clara Satiko e Mari Pessin, do Imap, e Roseli Bogoni, da SGM,
assistiram à primeira aula e apostam num rápido aprendizado da turma.
“Nossa meta é capacitar pelo menos um servidor de cada setor para que ele
possa atuar como intérprete de Libras. No prédio central temos quatro pessoas
fazendo o curso, e os demais são das regionais”, afirmou Roseli.
“A ideia é fazer com que o surdo possa se virar sozinho à Prefeitura,
conquistar mais liberdade, principalmente quando tiver que tratar
com nossos servidores”, disse Clara, observando que, geralmente,
os surdos procuram os serviços da Prefeitura acompanhados de
um familiar ou amigo para auxiliar na comunicação. “Queremos romper
com isso”, completou Clara.
“A gente raramente passa apertado quando atende um surdo porque
ele sempre acaba levando alguém para ajudá-lo, mas é claro que às
vezes gostaria de poder dominar essa linguagem para me comunicar
melhor com ele”, disse a servidora Mariana Borecki, que trabalha no
atendimento ao cidadão no prédio central da Prefeitura. Depois do curso
de Libras Mariana pretende fazer um curso de Inglês. “De vez em quando
aqui no setor, a gente precisa pedir socorro ao pessoal do Cerimonial para
atender imigrantes ou visitantes que não dominam o Português”, contou.
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